Investimentos

Cenários Econômicos

01/08/2017

Agosto de 2017

O “Boletim Macroeconômico” é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da Previ sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Nesse relatório também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.

Política Monetária

O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central decidiu na quarta-feira (26/07/2017) reduzir a taxa SELIC de 10,25% a.a. para 9,25% a.a.  Trata-se da sétima redução da taxa desde outubro do ano passado, quando a taxa foi reduzida, de 14,25% a.a. para 14% a.a.
Influenciaram para a decisão, o movimento de queda do nível de preços observado e da baixa atividade econômica. Em nota, o Banco Central declarou que “a manutenção das condições econômicas permitiu a manutenção do ritmo de flexibilização. Para a próxima reunião, a manutenção deste ritmo dependerá da permanência das condições descritas no cenário básico do Copom e de estimativas da extensão do ciclo. O ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação".

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Desemprego

Um quadro mais favorável para o mercado de trabalho

No trimestre compreendido pelos meses abril, maio e junho, a taxa de desemprego medida pela PNAD Contínua (IBGE) passou para 13%, apresentando queda de 0,7 p.p em relação ao trimestre anterior. O resultado veio abaixo da mediana do mercado, medido pela Bloomberg (13,3%). No entanto, em relação ao mesmo período do ano anterior, houve aumento de 1,7 p.p. da taxa de desemprego. A queda do desemprego foi atribuída tanto pela redução do número de desocupados, quanto pelo aumento da população ocupada. Os dados mais favoráveis no mercado de trabalho foram provenientes do setor informal da economia. Nesse período, houve menor queda do número de trabalhadores por conta própria e maior crescimento de empregados sem carteira assinada.  Enquanto isso, os setores que contribuíram, negativamente, para o resultado foram o de agropecuária e de construção civil. 

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Política Fiscal

 Elevação do PIS/COFINS sobre os combustíveis

No mês de julho, o Ministério da Fazenda anunciou o aumento da alíquota do PIS/COFINS sobre os combustíveis, que pode trazer ganhos de receita de cerca de R$ 10,4 bilhões. Além disso, o governo anunciou corte de despesas de R$ 5,9 bilhões. Esse conjunto de medidas tem por objetivo auxiliar o cumprimento da meta fiscal, estabelecida na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2017, que prevê um déficit máximo de R$ 139 bilhões.
Além dos efeitos fiscais, o aumento dos tributos sobre os combustíveis pode trazer impactos na inflação. Entretanto, devido à retração da atividade, a tributação pode não ser totalmente repassada para o consumidor final, como forma de manter a demanda mais elevada, com redução dos efeitos inflacionários.

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Setor Externo

Conta corrente acumula saldo positivo de US$ 715 milhões no ano. Balança comercial avançou para US$ 60,3 bilhões de superávit no acumulado em doze meses

Nos últimos meses, o déficit em transações correntes apresentou diminuição considerável. No semestre, o resultado é positivo em US$ 715 milhões, o primeiro superávit para o período desde 2007. Em 12 meses, a trajetória de redução do déficit foi liderada pelo aumento do saldo da balança comercial, que avançou para US$ 60,3 bilhões (junho/17). Esse movimento mostra a continuidade do ajuste externo. Já o saldo líquido de Investimentos Diretos no País, alcançou US$ 80,6 bilhões no acumulado em 12 meses.
Durante o período da crise brasileira, o déficit de transações correntes foi superior à entrada de investimentos diretos no país, o que gerou instabilidade macroeconômica e pressão na taxa de câmbio. Após esse período turbulento, o ajuste na taxa de câmbio (mais desvalorizada), melhorou a competitividade das exportações brasileiras. Simultaneamente as importações caíram em consequência da diminuição da demanda e queda da atividade. Como resultado, aos poucos a balança comercial começou a apresentar saldos positivos. Com o avanço mais recente do crescimento global e uma ligeira recuperação nos preços das commodities observa-se uma melhora mais significativa nos termos de troca (comparada a 2016) impulsionou os saldos comerciais. Além disso, a manutenção da liquidez mundial e o aumento do apetite ao risco global manteve o fluxo de investimentos nos países emergentes, principalmente para o Brasil.

Neste momento, apesar do recente agravamento da crise política, os fundamentos estão mais sólidos do que há dois anos atrás, o que diminui o risco de fuga de capitais e pressões sobre a taxa de câmbio. Além disso, o “colchão“ de reservas internacionais, na casa dos USS 380 bilhões de dólares, aumenta a segurança de que há instrumentos para injetar liquidez aos mercados mesmo em períodos de elevada instabilidade.

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