Investimentos

Cenários Econômicos

05/03/2018

Março de 2018

O “Boletim Macroeconômico” é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da Previ sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Nesse relatório também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.

 

Atividade Econômica

Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento de 1%, após dois anos consecutivos de queda (3,5% em 2015 e 2016), segundo o IBGE. Na comparação entre o terceiro e o quarto trimestre, o avanço foi de 0,1% no último trimestre de 2017. É o quarto trimestre consecutivo com números positivos nesta base de comparação, que confirma a retomada da economia.

 

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Pela ótica da oferta, a Agropecuária foi o destaque com alta de 13%, o melhor resultado desde 1996. A safra recorde impulsionou o PIB, ajudou a conter a inflação e abriu espaço para a queda de juros. O setor de Serviços, que responde por mais de 2/3, do PIB avançou 0,3% puxado pelo Comércio (1,8%) e pelas  Atividades Imobiliárias (1,1%). Já o PIB da Indústria se manteve estável em relação a 2016. O desempenho positivo do setor de Indústrias Extrativas (4,3%) teve auxílio do aumento da extração de petróleo e gás e minérios ferrosos, embora o setor de Construção teve desempenho negativo (-5,0%).

Pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias cresceu 1%, influenciado pelo ciclo de queda da taxa de juros e inflação, além da utilização dos recursos do FGTS que adicionou R$ 44 bilhões à economia. Enquanto isso, o Consumo do Governo cedeu 0,6%, refletindo o contingenciamento de despesas do Governo.

A contração de 1,8% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF), apesar do dado negativo no fechamento do ano, mostrou tendência positiva, quando observamos os dados trimestre a trimestre (2,0%). 

 

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Fonte: IBGE, elaborado pela GEPOC

 

Para 2018 a expectativa é positiva. Apesar das incertezas do período eleitoral e deterioração fiscal nas contas públicas, a inflação controlada, a melhora da renda e das condições de crédito podem impulsionar o crescimento do PIB até próximo de 3%. 

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Inflação (dados coletados até 08/02/2018)

Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou crescimento de 0,29%. Esse percentual é o menor para meses de janeiro desde 1994. Nos últimos doze meses, o índice acumula alta de 2,86%.

Período

IPCA

Janeiro/18

0,29%

Dezembro/17

0,44%

Acumulado 12 meses

2,86%  

Os grupos Alimentação e Bebidas (+0,74%) e Transportes (+1,10%) foram os que apresentaram maiores variações positivas, enquanto os grupos Habitação (-0,85%) e Vestuários (-0,98%) as maiores variações negativas. No grupo Alimentação e Bebidas, o item alimentação para consumo em casa (+1,12%) foi a que teve maior elevação, em detrimento do item alimentação consumida fora de casa, que subiu apenas (+0,06%). No grupo Transportes, o item combustíveis (+2,58%) foi o que mais cresceu. A gasolina aumentou 2,44% e o etanol subiu 3,55%.

Dos grupos que apresentaram as maiores variações negativas, o grupo Habitação, cujo peso representa 16% do índice geral, registrou uma queda (-0,85%), em função do recuo das contas de energia elétrica, que caíram 4,73% em média no mês devido ao fim da cobrança da bandeira vermelha patamar 1, sendo este o fator principal para o recuo da inflação no período mensal.

 

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Para 2018, as projeções do Banco Central dão conta de que haverá reversão do comportamento tanto dos preços administrados quanto dos preços livres, ao contrário do que ocorreu em 2017. A tendência é de que os preços administrados, que são estabelecidos por contrato ou por órgão público, apresentem comportamento mais favorável, enquanto os preços livres, sujeitos às variações de mercado, exerçam relativa pressão sobre os índices de inflação.

 

Política Monetária (dados coletados até 08/02/2018)

A primeira reunião de 2018 do Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM), realizada nos dias 6 e 7 de fevereiro, culminou com uma nova queda da taxa básica de juros da economia. Na ocasião, a SELIC foi reduzida em 0,25 pontos percentuais (p.p), passando de 7% para 6,75% ao ano, menor nível desde o início da série histórica do Banco Central. Segundo o Banco Central, a conjuntura econômica com expectativas de inflação ancoradas e o elevado grau de ociosidade da economia recomenda a continuidade da política monetária estimulativa.

 

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A decisão do COPOM está baseada na percepção de que a economia brasileira tem mostrado sinais consistentes de recuperação, embora ainda com alto nível de ociosidade, tanto da capacidade produtiva quanto do mercado de trabalho. Além disso, segundo a instituição, a taxa de inflação tem evoluído de forma favorável e bem comportada, apesar dos riscos de frustração das expectativas em relação à continuidade das reformas e da possibilidade de reversão do cenário externo benigno. De acordo com o COPOM, novas reduções da SELIC estão condicionadas à evolução do cenário macroeconômico e do balanço de riscos.

A conjugação dos principais indicadores de atividade econômica, divulgados recentemente, sinaliza um cenário de estabilidade com tendência de retomada gradual. Neste contexto, o efeito defasado da queda da Selic sobre o crédito ofertado pelos bancos tem favorecido a renegociações de dívidas e abertura de margem para as famílias. Além disso, a melhora gradativa do mercado de trabalho e o cenário benigno para a inflação corroboram uma recuperação econômica a partir deste ano. Na mesma direção, a evolução dos indicadores qualitativos de confiança sustenta uma perspectiva favorável dos empresários e dos consumidores para os próximos meses.

 

Crédito

Em 2017, o saldo das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$3,08 trilhões, apresentando retração de 0,6% em relação a 2016. Apesar da redução do volume de crédito no ano passado, a queda foi menor que a registrada em 2016, quando as operações tiveram declínio de 3,5%.

Embora em termos agregados o crédito tenha recuado, os dados do Banco Central mostram que as operações com pessoas físicas denotam um aumento de 5,6% em 2017. O crescimento das operações de crédito com pessoas físicas está diretamente relacionado à redução dos níveis de endividamento e comprometimento da renda das famílias, que apresentaram recuo de 1,0 e 1,9 pontos percentuais no ano, respectivamente.

 

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De acordo com o gráfico acima, pode-se notar que as famílias diminuíram a alavancagem. O endividamento das famílias atingiu seu ápice de 46,13% em setembro de 2015. Já no final de 2017, o percentual das famílias brasileiras endividadas caiu para 41,3%. Quanto ao comprometimento de renda, percentual que as famílias gastam da renda para o pagamento de dívidas, verifica-se uma estabilidade no período da crise econômica (2014-2017) em torno de 20%. Com a queda do endividamento das famílias, renegociação

Em 2017, uma das modalidades que registraram maior crescimento foram as concessões de crédito pessoal, que tiveram expansão de 19,5%, principalmente em função do aumento de 29% do crédito consignado. O Banco Central projeta um crescimento de 3% para o estoque de crédito em 2018, em função da recuperação gradual da economia e da redução do endividamento das famílias.

Vale destacar que o Brasil é um dos países que possuem uma matriz de gastos públicos das mais rígidas do mundo. O elevado nível de despesas obrigatórias representa um significativo entrave à capacidade de redução do déficit fiscal.

 

Expectativas de Mercado (dados coletados até 28/02/2018)

 

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