Empresas e Empreendimentos Participados

Os recursos da PREVI são provenientes, essencialmente, das contribuições pessoais e patronais. Como a entidade precisar olhar para o longo prazo para garantir o pagamento de benefícios, tais recursos são investidos em ações de empresas, imóveis e títulos, em sua maior parte.

Além da busca por liquidez, as estratégias das companhias e a relação com os preceitos de sustentabilidade são pilares fundamentais para orientar os investimentos em empresas. Como a PREVI participa ativamente do PRI, as participadas são incentivadas a adotar práticas de responsabilidade socioambiental.

A interação com essas companhias ocorre por meio de contato permanente dos analistas da PREVI com os conselheiros eleitos em empresas participadas, bem como com representantes do corpo diretivo. Essas interações se dão por encontros presenciais, contatos telefônicos, eventos (como o Encontro de Governança Corporativa) e pela sala de Conselheiros PREVI. As empresas também respondem a questionários de avaliação de práticas de sustentabilidade, de aderência ao Código PREVI de Melhores Práticas de Governança Corporativa e de Avaliação do Gerenciamento de Riscos.

Todos os contatos são registrados em sistema eletrônico, específico para o trabalho de análise e acompanhamento dessas empresas participadas. Esses contatos com conselheiros e representantes das empresas, bem como os resultados dos questionários, servem de subsídio para o engajamento em questões de governança, sociais e ambientais.

Saiba mais Veja a relação das empresas nas quais a PREVI investe e o respectivo percentual de participação

Governança e sustentabilidade

Em 2012, a PREVI promoveu a disseminação de temas relacionados a aspectos de sustentabilidade por meio de sessões de chat na Sala de Conselheiros, com temas como “Portal de Governança”, “A importância do CA no sistema de governança corporativa” e “Programa de Sucessão de Gestores”.

Entre as metas para 2013 estão previstas a continuação do trabalho realizado no Grupo de Engajamento do PRI, a realização de nova edição do Encontro PREVI de Governança Corporativa, a organização das sessões de chat da Sala de Conselheiros e a análise das respostas recebidas ao Questionário de Avaliação de Práticas de Sustentabilidade. Em 2012, a PREVI interagiu com 65 das 110 empresas participadas (59%) em questões ambientais e sociais. Em relação às questões ambientais ou sociais em discussão nas empresas participadas nas quais a PREVI tem direito a ações com voto, a entidade não possui uma política de voto formalmente estabelecida. Os posicionamentos são elaborados no melhor interesse da companhia, baseados nos princípios e recomendações do Código PREVI de Melhores Práticas de Governança Corporativa, com apoio da Assessoria Jurídica.

As participações acionárias da PREVI estão distribuídas pelos diversos setores da economia brasileira. Pela expressividade do capital total investido e quantidade de participações, é conferida à entidade grande responsabilidade na geração de valor e nos rumos dos segmentos produtivos do país.

Responsabilidade Socioambiental

Entre as empresas investidas, 30 fazem parte do Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC) e 15 integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da BM&FBovespa, em relação ao primeiro quadrimestre de 2012. Integram o ISE: Bradesco, Banco do Brasil, BRF, Cemig, CPFL Energia, WEG, Fibria, Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Itaúsa, Itaú Unibanco, Oi, Suzano Papel e Celulose, Ultrapar e Vale.

Participação dos conselheiros

Com o objetivo de contribuir para a gestão das empresas participadas e garantir melhor retorno dos seus investimentos, a PREVI incentiva e apoia a indicação de conselheiros para participação nos conselhos de administração e fiscal. Atualmente, a entidade apoia conselheiros que ocupam 226 assentos entre titulares e suplentes.

O processo de seleção dos conselheiros indicados para atuar nas participadas ocorre anualmente e segue uma série de critérios estabelecidos na Política de Seleção e Indicação de Conselheiros. Os currículos são cadastrados no site da PREVI pelos próprios participantes para a verificação do atendimento aos critérios de seleção e pontuação mínima. Os critérios são técnicos, tais como formação acadêmica, experiência profissional, experiência em órgãos colegiados e conhecimentos específicos, como governança corporativa, responsabilidade socioambiental e estratégia empresarial.

Governança corporativa

A governança corporativa é um tema estratégico para a PREVI. Compõe um dos três aspectos principais para a decisão de investimento, ao lado da atratividade e da situação econômico–financeira do ativo prospectado. O conjunto de práticas recomendadas pela PREVI auxilia na otimização do desempenho de uma companhia, na proteção dos investidores, empregados, credores e outras partes interessadas, na facilidade do acesso da companhia ao mercado de capitais, além de proporcionar uma estrutura que define claramente os objetivos empresariais, a maneira de atingi-los e a fiscalização do seu desempenho, com o objetivo de contribuir para o crescimento sustentável.

Em busca da contínua melhoria da sua gestão, a PREVI lançou a nova edição do Código PREVI de Melhores Práticas de Governança Corporativa, durante o Encontro de Governança Corporativa, realizado em setembro de 2012, no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro. Para a elaboração do documento, cuja primeira edição foi publicada em 2004, foram realizadas pesquisas sobre as mais modernas tendências referentes à Governança Corporativa, bem como amplo debate no âmbito da Diretoria de Participações e do público interno da PREVI. O Código contou também com a contribuição de instituições e profissionais de mercado por meio de consulta a público externo.

Apoio às melhores práticas

Uma das mudanças mais significativas implementadas foi a inclusão da diretriz de sustentabilidade na gestão corporativa. Para a PREVI, o tema deve estar na raiz do investimento, e a estratégia da entidade deve contemplar tais preceitos como forma de buscar a longevidade do negócio. O novo Código reforça as estruturas de governança e o papel do Conselho Fiscal e recomenda que as companhias façam a divulgação das suas informações de forma integrada.

O novo Código PREVI de Melhores Práticas de Governança Corporativa é uma ferramenta fundamental para que tais preceitos possam ser difundidos e apreendidos pelas empresas participadas. Incentiva-as a adotar práticas de responsabilidade socioambiental que trarão mais longevidade aos negócios e, consequentemente, maior retorno.

No acompanhamento regular do desempenho das companhias, os analistas da PREVI verificam o grau de aderência das empresas participadas às práticas recomendadas no Código.

Entre os benefícios indiretos decorrentes dos investimentos feitos pela instituição, destacam-se: desenvolvimento econômico em áreas de alto índice de pobreza; atração de investimentos locais das esferas públicas e privadas; geração de empregos; desenvolvimento e atração de fornecedores locais; melhoria de infraestrutura local; impacto de demanda de serviços públicos; impactos ambientais com reflexos no bem-estar da comunidade; desenvolvimento imobiliário em áreas remotas.

Identificação dos riscos ambientais e sociais

Em consonância com a Política de Responsabilidade Socioambiental da PREVI e com as Políticas de Investimentos dos Planos de Benefícios, a PREVI desenvolveu procedimentos e critérios para identificação e avaliação de riscos ambientais e sociais em suas atividades e processos. Todos esses procedimentos são realizados pelas diversas áreas da PREVI de acordo com os Manuais de Normas e Procedimentos e em consonância com o Regimento Interno e podem impactar nos resultados finais das análises e propostas de alocação de recursos em função de seus pesos correspondentes nos respectivos processos de avaliação. Destacam-se alguns processos:

  • Atribuição de limites para operação com instituições financeiras. Procedimento: inserção de questões de RSA no processo de análise qualitativa das instituições financeiras;

  • Credenciamento de corretoras e distribuidoras de valores mobiliários. Procedimento: inclusão de questões de sustentabilidade nas análises das corretoras;

  • Análise setorial/atualização da matriz de atratividade setorial. Procedimento: identificação, avaliação e monitoramento dos principais fatores de risco sociais e ambientais presentes nos setores econômicos acompanhados pela PREVI.

Conquistas em infraestrutura

Em 2012, diversas empresas participadas pela PREVI protagonizaram movimentos relevantes. A Invepar (Investimentos e Participações em Infraestrutura S.A.), que controla sete rodovias no Brasil e o MetrôRio, deu um passo importante na concretização do seu Plano Estratégico e de crescimento: venceu o leilão para a concessão do Aeroporto Internacional de Guarulhos, um dos mais importantes do país, por um período de 20 anos. O faturamento do Grupo Invepar, conforme demonstrações financeiras de 2011, é de aproximadamente R$ 660 milhões. Essa é a primeira experiência do governo federal em oferecer a concessão dos aeroportos à iniciativa privada.

A Vale obteve licença ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a expansão da Estrada de Ferro Carajás (EFC), que liga as operações de mineração da Vale no Pará ao terminal marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão. A expansão da estrada de ferro faz parte do projeto Carajá Serra Sul S11D, o maior da história da Vale, que poderá produzir 90 milhões de toneladas métricas de minério de ferro por ano. O empreendimento receberá investimento total de US$ 19,5 bilhões (US$ 11,4 bilhões para ampliação da infraestrutura logística).

Fusões e alianças

No exercício, também foi finalizado o processo de fusão entre a Sadia e a Perdigão, que deu origem à BRF. Com faturamento líquido de R$ 25,7 bilhões em 2011, a BRF é uma das maiores exportadoras mundiais de aves e está entre as maiores empresas globais de alimentos em valor de mercado. Responde por mais de 9% das exportações mundiais de proteína animal e é a única companhia do setor com uma rede de distribuição em todo o território nacional.

O Grupo Oi concretizou a operação de aliança estratégica com a Portugal Telecom, o que resultou na sua reestruturação societária. A iniciativa culminou na reunião das ações das empresas do grupo em uma só companhia, listada no nível 1 de Governança Corporativa da Bolsa de Valores. Os Níveis Diferenciados de Governança Corporativa – níveis 1 e 2 – são segmentos especiais de listagem desenvolvidos em prol de um ambiente de negociação que estimule o interesse dos investidores e a valorização das companhias.

Investimentos expressivos

A Tupy concluiu a compra de duas fundições do México, a Cifunsa Diesel e a Technocast, no valor de US$ 439 milhões. Tais aquisições irão permitirão a internacionalização da Tupy, que deverá tornar-se a maior fabricante de blocos e cabeçotes de ferro fundido do mundo, além de aproximar-se dos clientes do setor automotivo baseados na América do Norte.

Com a contratação de um novo lote de 21 sondas a serem construídas para atendimento do programa de perfuração de longo prazo, para utilização prioritariamente nos poços do pré-sal, a Sete Brasil Participações S.A. tornou-se a maior proprietária de sondas de perfuração do mundo. A necessidade de investimentos estimada pela empresa para a construção desse lote adicional de sondas é de, aproximadamente, R$ 32 bilhões. Por meio de um Fundo de Investimento em Participações (FIP Sondas), a PREVI é sócia da empresa, que possui recebíveis da ordem de US$ 75 bilhões e uma frota de 28 sondas.

Empreendimentos “verdes”

A ecoeficiência e os recursos de sustentabilidade ajudam a definir a base de investimentos. Todos os empreendimentos adquiridos nos últimos anos, inclusive os galpões logísticos, têm certificação ambiental. Essa iniciativa garante ganho de eficiência na administração do prédio ao diminuir o custo condominial e economizar energia elétrica e água, contribui para o maior conforto dos usuários, além de valorizar o ativo e aumentar a atratividade do imóvel para locação.

Os empreendimentos imobiliários verdes que contam com investimentos da PREVI e foram certificados em 2012 são:

  • Edifício Birmann 21, em São Paulo, que se tornou o primeiro empreendimento da carteira imobiliária da PREVI e o quarto no Brasil a alcançar a certificação Leed na modalidade Operação e Manutenção;
  • Edifício Eco Berrini, localizado em São Paulo, imóvel de maior valor patrimonial da carteira da PREVI. Conquistou a certificação Leed Platinum, a mais alta gradação para edifícios comerciais de escritórios concedida pela ONG Green Building Council (GBC);
  • Edifício Marques dos Reis, no Rio de Janeiro, conquistou a certificação Leed Silver. Inaugurado em 1952, o empreendimento passou por um retrofit, processo de revitalização que agrega modernidade tecnológica, mas mantém a arquitetura original.

O que é a certificação LEED

O atendimento às exigências da certificação Leadership in Energy and Environmental Design (“Liderança em Design Energético e Ambiental”, ou Leed), concedida pela ONG Green Building Council (EUA), reverte-se em benefícios para todos os envolvidos. Tem uma considerável complexidade técnica e abrange diversos aspectos da gestão ambiental, operação, manutenção e uso do empreendimento, tais como:

  • Espaço sustentável: minimiza o impacto do edifício sobre os ecossistemas, incentiva o paisagismo, transportes inteligentes, eficiência das águas pluviais, redução de erosão, supressão do efeito de ilha de calor e da poluição relacionada com a edificação;
  • Eficiência energética: gerenciamento da utilização de energia, emprego de equipamentos elétricos e sistemas de iluminação eficientes, utilização de fontes renováveis e outras estratégias para otimização do uso de energia;
  • Racionalização do uso da água: uso inteligente da água, aplicação de aparelhos mais eficientes para redução do consumo de água, instalações de medidores de água, captação e armazenagem de água de chuva para utilização no sistema de irrigação do paisagismo;
  • Qualidade ambiental interna: adoção de estratégias e práticas para melhorar o ar interior, bem como proporcionar acesso à luz natural e visibilidade externa aos ocupantes;
  • Materiais sustentáveis: seleção e uso de materiais que levem à redução da quantidade de resíduos gerados, bem como a reutilização e reciclagem, com envolvimento também da produção e transporte desses materiais desde sua origem;
  • Inovação: utilização de tecnologias novas e estratégias e práticas inovadoras para melhorar o desempenho do edifício, aprimorar as condições de conforto dos usuários e adequabilidade da edificação para a finalidade a que se destina.