Estratégia e investimentos

A instabilidade política e econômica do país em 2016 pôs à prova a capacidade da PREVI de administrar seus investimentos de forma ativa, sempre com um horizonte de longo prazo em vista. As decisões estratégicas foram tomadas de acordo com a previsão, confirmada, de que 2016 seria mais um ano de crescimento baixo ou mesmo negativo, com uma retomada (ainda lenta) da atividade econômica a partir de 2017. A resiliência da carteira de investimentos, com ativos de qualidade fundamentados na economia real, foi mais uma vez comprovada e se refletiu na recuperação da rentabilidade do Plano 1 e do PREVI Futuro. A gestão dessa carteira enfatizou a necessidade de cautela e de seletividade nas decisões, acompanhando os cenários previstos no Plano Estratégico 2016-2020 para cada um dos planos de benefícios. Com a crescente necessidade de liquidez para saldar os compromissos com os participantes, o planejamento de médio e longo prazo já contempla a transição para um futuro com investimentos menores em renda variável, sem a presença da Entidade em blocos de controle acionário.

Políticas de Investimentos em 2016

As Políticas de Investimentos de cada plano de benefícios são traçadas pela Diretoria de Planejamento (Dipla), revistas e aprovadas pela Diretoria Executiva e pelo Conselho Deliberativo e executadas pela Diretoria de Investimentos (Dirin). São revisadas anualmente e consideram um horizonte de sete anos. Além de levar em consideração a Missão da PREVI, as Políticas observam os momentos específicos em que cada plano se encontra (o Plano 1 tem necessidade de mais liquidez, o PREVI Futuro ainda está em fase de acumulação), os objetivos traçados para cada investimento e a segmentação dos recursos aplicados. As Políticas de Investimentos 2017-2023 incluíram pontos de controle para a Diretoria Executiva e incorporaram, pela primeira vez, sugestões feitas pelo Conselho Consultivo do PREVI Futuro (o Conselho Consultivo do Plano 1 participa do processo desde 2015).

Em 2016, a Dipla participou ativamente da integração entre o Planejamento Tático-Operacional e o Planejamento Estratégico (leia mais em Perfil), o que resultou em Políticas de Investimentos mais alinhadas aos objetivos estratégicos e que foram revistas e aprovadas com mais antecedência em relação aos outros anos. Foi dada atenção especial para as diretrizes sobre o PREVI Futuro, cujo perfil comporta um nível de exposição ao risco maior que o do Plano 1.

De modo a ampliar a discussão, em junho foi realizado o 2.º Seminário de Políticas e Diretrizes de Investimentos, que apresentou temas como legislação, classes de ativos e Gestão Baseada em Riscos (GBR). O objetivo dos Seminários de Políticas e Diretrizes de Investimentos é estabelecer, de forma institucional e organizada, um ambiente para apresentação e discussão de temas relevantes para a construção das Políticas de Investimentos dos Planos de Benefícios 1, PREVI Futuro e Capec.

As ferramentas de análise de cenários e de construção de modelos macroeconômicos foram aperfeiçoadas. Nesse âmbito, um dos destaques do ano foi a inclusão da Entidade na lista de empresas que participam da pesquisa do Sistema de Expectativas de Mercado do Banco Central, usada para gerar o Boletim Focus – lançado mensalmente e que reúne projeções dos principais indicadores econômicos estimados por cerca de 120 agentes financeiros relevantes. A comparação entre as análises da PREVI e de outras entidades vai colaborar para a construção de modelos ainda mais assertivos. Em janeiro de 2017, o Banco Central anunciou que a PREVI foi um dos destaques entre as instituições que mais acertaram em suas projeções sobre a taxa de juros básica (Over Selic) no mês de dezembro de 2016; a Entidade ficou em primeiro lugar no ranking de curto prazo e em terceiro no ranking de médio prazo.

PLANO 1 – Macroalocação (%)

201520162017
SegmentosAlocação mínimaAlocação máximaAlocação mínimaAlocação máximaAlocação mínimaAlocação máxima
Renda variável53,4561,4547,9055,9041,7549,75
Renda fixa27,7535,7532,2040,2039,8547,85
Imóveis57,557,857,5
Operações com participantes1,25,21,75,71,55,5
Investimentos estruturados01,601,601
Investimentos no exterior00,500,500,5

PREVI FUTURO – Macroalocação (%)

201520162017
SegmentosAlocação mínimaAlocação máximaAlocação mínimaAlocação máximaAlocação mínimaAlocação máxima
Renda variável060060060
Renda fixa219521952195
Imóveis080808
Operações com participantes515515515
Investimentos estruturados050505
Investimentos no exterior010101

Capec – Macroalocação (%)

201520162017
SegmentoIndexadorAlocação máximaIndexadorAlocação máximaIndexadorAlocação máxima
Renda fixaSelic100Selic100Selic100

Gestão de riscos

Todo o ciclo da Gestão Baseada em Risco (GBR) passou por revisão em 2016. O monitoramento e a avaliação passaram a ser feitos com um painel de indicadores-chaves, atualizado mensalmente. Uma matriz de riscos corporativos foi construída e está prevista para 2017 a execução de planos de ação para mitigar os riscos mais relevantes.

Todos os investimentos feitos pela PREVI são avaliados de acordo com um tripé: retorno, liquidez e risco. A avaliação dos riscos aos quais a Entidade está exposta é feita em diversas instâncias: o Comitê de Gestão de Riscos, que integra as áreas responsáveis pelo monitoramento e o Comitê de ALM (Asset and Liability Management – gestão de ativos e passivos), que une profissionais das diretorias de Planejamento, de Investimentos, de Seguridade e de Participações, além do Comitê de Assessoramento Técnico de Riscos, que tem a função de dar suporte ao Conselho Deliberativo em temas relativos a risco. Auditorias programadas de caráter preventivo, para identificar e avaliar riscos ligados aos processos mais relevantes, são aplicadas regularmente. As avaliações mensuram a aderência dos processos e procedimentos a políticas, diretrizes, normativos institucionais e legislação externa aplicável.

Principais categorias de riscos monitoradas pela PREVI

RiscoDefiniçãoComo é mensurado e mitigado
MercadoRelativos ao comportamento dos mercados (ações, renda fixa, imóveis etc.) e seus impactos sobre os ativos da PREVIDefinido pelas metas de rentabilidade e limites de risco, utilizando indicadores como Value-at-Risk (VaR), a divergência não planejada (DNP), o tracking error (TE) e a simulação de estresse
CréditoRisco de inadimplência, relativo a três grupos: instituições financeiras, instituições não financeiras e participantes (Empréstimo Simples e Financiamento Imobiliário)São estabelecidos ratings internos para instituições financeiras e não financeiras, bem como definidos limites operacionais de investimento
LiquidezO risco de não haver recursos suficientes em caixa para honrar o pagamento imediato de benefícios e outras despesasAlém de monitorar o risco, a PREVI o evita com a formação de um caixa mínimo formado por ativos de altíssima liquidez, suficiente para garantir os pagamentos por um período mínimo de seis meses, sem necessidade de realização de prejuízo
SolvênciaRelativo à capacidade de os planos honrarem seus compromissos de longo prazoMedido pelas projeções das necessidades de caixa e do resultado de cada plano no futuro, é base para o processo de revisão anual das políticas de investimentos
OperacionalRelacionados a todas as atividades da PREVI e seus possíveis impactos negativos (exposição financeira, prejuízo de imagem pública, descumprimento de regulações etc.)Monitoram-se a probabilidade de ocorrência, os impactos potenciais e os mecanismos de controle para cada risco identificado
LegalPotenciais perdas financeiras decorrentes de sanções impostas por órgãos regulatórios ou instâncias da Justiça, incluindo indenizações, multas, tributos etc.Monitoramento pelas áreas de compliance e de controles. Em 2016, o lançamento do Sistema de Gestão da Ética ajudou a disseminar entre o público interno a importância de monitorar esses riscos
AtuarialRisco de não formação de reserva adequada em função da ocorrência de riscos biométricos, como aumento da longevidade ou alteração da taxa de entrada em invalidezAlém do cálculo do passivo atuarial, são simulados diversos cenários para cada participante, determinando possíveis provisões matemáticas. Esse conjunto de reservas é usado também para a mensuração do risco de solvência do plano

Matriz de Atratividade Setorial GRI G4-EC8

A Matriz de Atratividade Setorial é um instrumento desenvolvido internamente que oferece informações acerca da diversificação setorial dos investimentos da PREVI e contribui para a mitigação do risco de concentração setorial. É integrada ao conjunto de indicadores que acompanham o tripé risco/retorno/liquidez, e que subsidiam as decisões de investimento.

A análise é feita em três dimensões:

  • Dimensão empresarial: mensura características ligadas ao perfil médio das empresas que compõem determinado setor, como a taxa de retorno de cada setor.
  • Dimensão estrutural: afere características da organização industrial do setor, como o regime de incentivos e a regulação setorial.
  • Dimensão sistêmica: avalia os impactos do cenário político, econômico e socioambiental sobre as perspectivas de cada setor.

Principais decisões sobre os investimentos em 2016

O ano começou em clima de muita incerteza, com uma ligeira retomada da confiança nos últimos meses – reflexo das primeiras propostas de ajuste fiscal e de reformas endereçadas pelo Poder Executivo ao Congresso Nacional. O retorno do índice de inflação ao centro da meta, a manutenção dos preços médios das commodities e o início da redução da taxa de juros trouxeram um pouco de otimismo aos mercados em relação a 2017. Sem deixar de cumprir as diretrizes das Políticas de Investimentos, a PREVI aproveitou, com prudência, as oportunidades que surgiram.

Para os próximos anos, a prioridade é equacionar o passivo (basicamente, o pagamento de benefícios aos participantes), que está em curva ascendente, com a rentabilidade da carteira de ativos atual – observando as metas atuariais e a necessidade de uma liquidez cada vez maior. Para tanto, as decisões de investimento (especialmente na carteira do Plano 1) estarão voltadas à redução de riscos e à discussão sobre as participações de longo prazo. Ou seja, na prática, o movimento a ser feito é mais de desinvestimento. Já para o PREVI Futuro, o esforço é para melhorar a rentabilidade e maximizar o benefício do plano. Mecanismos para minimizar os impactos de eventuais conjunturas macroeconômicas negativas devem ser aprimorados na gestão das Políticas de Investimentos.

Rentabilidade por segmento X indicadores relevantes: série histórica (%)

Plano 1

SegmentoAno
201420152016
Renda variável -4,43-17,2017,16
Renda fixa 13,0814,6815,51
Operações com participantes 12,2816,2814,26
Imóveis 13,7511,227,98
Investimentos estruturados* -4,45-35,059,72
Investimentos no exterior19,67**50,58-15,52
Total 2,55-2,8415,03
Atuarial11,54 16,8411,91

PREVI Futuro

SegmentoAno
201420152016
Renda variável -2,63-13,5336,98
Renda fixa 14,1311,9318,66
Operações com participantes 11,6615,8313,94
Imóveis 8,606,705,00
Investimentos estruturados* -5,78-43,8716,30
Investimentos no exterior19,67**50,58-15,52
Total 7,643,7222,52
Atuarial11,54 16,8411,91

*A rentabilidade do segmento de investimentos estruturados em 2015 para ambos os planos divulgada no Relatório Anual 2015 difere da apresentada neste relatório, em função do provisionamento dos fundos FIP Sondas e Global Equity, que havia sido impactada na rentabilidade de janeiro de 2016. Após decisão da Diretoria Executiva, foi realizado o estorno do impacto em janeiro de 2016, e o segmento foi impactado no mês de dezembro de 2015. GRI G4-22
**Refere-se ao período de fevereiro a dezembro de 2014, visto que os investimentos se iniciaram no dia 31 de janeiro de 2014.

Indicador201420152016
IBrX-2,78 -12,4136,70
IBrX-50-2,65 -13,0936,82
TMS 10,9013,2714,02
Ibovespa -2,91-13,3138,94
IGP-DI3,78 10,707,18

Alocação de investimentos do Plano 1: série histórica (R$ bilhões)

Segmento2014%2015%2016%
Renda fixa53,7633,6159,4040,6963,3940,33
Renda variável89,7056,0970,1948,0977,1449,08
Imóveis9,495,939,786,709,966,34
Operações com participantes5,703,565,733,935,743,65
Outros*1,220,840,93

* Investimentos estruturados e no exterior

Alocação de investimentos do PREVI Futuro: série histórica (R$ bilhões)

Segmento2014%2015%2016%
Renda fixa2,8851,463,5953,915,0954,95
Renda variável1,8332,831,7628,382,5928,01
Imóveis0,122,280,375,690,404,27
Operações com participantes0,6211,150,8412,591,0711,56
Outros*0,120,090,11

* Investimentos estruturados e no exterior

Renda fixa

No ano de 2016, o mercado de renda fixa apresentou grande volatilidade, marcada por três períodos distintos. O primeiro trimestre foi caracterizado pela crise política nacional advinda de 2015, bem como sua repercussão quanto aos rumos da economia. Nesse período, as taxas dos títulos permaneceram elevadas.

Após a definição do quadro político e da própria equipe econômica do novo governo, seguiu-se um período em que se observou uma forte redução nas taxas dos títulos, o que provocou uma valorização expressiva na carteira de renda fixa dos planos de benefícios. Toda vez que as taxas caem, o valor dos títulos marcados a mercado detidos pela PREVI sobe, e vice-versa.

Por fim, no último trimestre de 2016, verificou-se um sobe e desce das taxas, com a volta do quadro de maior volatilidade. O movimento negativo se deveu às incertezas quanto ao resultado das eleições norte-americanas e aos desdobramentos da Operação Lava-Jato que pesaram sobre integrantes da base política do atual governo. Por outro lado, o mercado foi influenciado positivamente por uma percepção de melhora no déficit público para os próximos anos, fruto da aprovação da PEC do Teto dos Gastos e do indicativo de reformas no âmbito fiscal e previdenciário anunciadas pelo governo, além do arrefecimento da inflação doméstica. Esse cenário mais benigno permitiu que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) efetuasse na reunião de outubro uma redução de 0,5% na Taxa Selic, que saiu do patamar de 14,25% a.a. para 13,75% a.a.

Dentro desse contexto de variação das taxas dos títulos, a PREVI aproveitou as oportunidades de mercado para investir na aquisição de títulos públicos federais e títulos privados (debêntures e letras financeiras) com baixo risco de crédito. A preferência foi por títulos indexados ao IPCA, cujas taxas estavam superiores à meta atuarial dos planos de benefícios. O estoque desses ativos teve forte valorização em seus preços, o que proporcionou à carteira de renda fixa retornos bem superiores à meta de rentabilidade do segmento estabelecida na Política e Diretrizes de Investimentos.

Um dos destaques no ano foram as debêntures emitidas pela empresa Invepar. A PREVI participou da emissão, em novembro de 2015, e investiu R$ 338 milhões – R$ 318 milhões do Plano 1 e R$ 20 milhões do PREVI Futuro –, com vencimento em 15/10/2024. Por questões estratégicas, a companhia optou por efetuar a liquidação antecipada do papel em dezembro de 2016. Com a liquidação antecipada, coube à PREVI o montante aproximado de R$ 421,7 milhões, nos dois planos, e um retorno sobre o valor aplicado de 24,79% no período.

Também com o objetivo de reduzir a volatilidade da carteira de renda fixa e considerando as incertezas no mercado para o curto e médio prazo, foi realizada a reclassificação contábil de parte da carteira de títulos públicos federais no Plano 1 (R$ 1,631 bilhão) e no PREVI Futuro (R$ 596 milhões) por ocasião do fechamento do balanço da Entidade, mediante a transferência de ativos “marcados a mercado” (precificação diária, conforme taxas de mercado) para a categoria “títulos mantidos até o vencimento” (rentabilidade apurada com base na taxa de “curva” do papel).

Renda fixa - Rentabilidade 2016 (%)

*Índice de referência do segmento definido na Política de Investimentos dos Planos 1 e PREVI Futuro.

Renda variável

Em 2016, o segmento de renda variável apresentou uma recuperação em comparação com o fraco desempenho de 2015. A partir do segundo semestre, o Ibovespa registrou uma reação mais significativa e atingiu o ponto mais alto do ano (64.924 pontos) ao fim de outubro; a volatilidade voltou a aumentar no último trimestre, após a eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA. A expectativa de uma retomada do crescimento econômico a partir de 2017 se refletiu em uma alta antecipada na precificação de ativos importantes, como a Vale e a Petrobras, além da recuperação dos preços do barril de petróleo e do minério de ferro. Empresas do setor bancário, como Banco do Brasil, Bradesco e Itaú, também tiveram desempenho positivo, em contraste com companhias mais suscetíveis a alterações do câmbio – caso de Embraer, Fibria e Suzano. A recuperação foi especialmente importante para o Plano 1, que tem cerca de metade de seus investimentos concentrados em renda variável. Em 2016, o segmento registrou a maior rentabilidade entre todos os setores da carteira do plano, e também foi responsável por um valor de R$ 1,25 bilhão em dividendos recebidos.

Mesmo com a melhora no mercado, a PREVI manteve cautela em suas movimentações. As metas graduais de desinvestimento em ações foram cumpridas com as vendas das participações na CPFL Energia, um negócio feito em condições muito favoráveis para a Entidade (leia mais na seção Empresas e empreendimentos participados), e na Jereissati Telecom. Em relação às empresas nas quais a PREVI tem participação minoritária, ocorreram operações (desinvestimentos) para o Plano 1, de acordo com a Política de Investimentos, e para o PREVI Futuro, em movimentações aproveitando as oportunidades apresentadas pelo mercado.

Renda variável - Rentabilidade 2016 (%)

*Índice de referência do segmento definido na Política de Investimentos dos Planos 1 e PREVI Futuro.

Imóveis

Com o fechamento de um longo ciclo positivo que gerou altas históricas entre 2000 e 2014, a rentabilidade do setor fechou abaixo do índice atuarial nos dois últimos anos, principalmente por conta da estabilização do valor dos imóveis. Ainda assim, os resultados financeiros da carteira imobiliária continuam consistentes, com crescimento nominal, o que é de grande importância para a obtenção de liquidez para pagamento de benefícios. Os esforços em 2016 se concentraram na manutenção de taxa de vacância, que, nos imóveis comerciais da PREVI, está em torno de 10,45%, bem mais baixa do que a média do mercado, que está em torno de 25%. Com um trabalho intensivo em seleção e aprimoramento dos síndicos, na qualificação dos ativos, na otimização dos custos e na retenção de locatários, foi possível minimizar os efeitos do momento econômico desfavorável.

No segmento de edifícios corporativos, o ano começou com a entrega da Torre Matarazzo (São Paulo), que foi integralmente ocupada por escritórios do Banco do Brasil. A Torre foi certificada como “AAA”, a mais elevada classificação do mercado imobiliário, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), pela excelência em seus sistemas de automação, de ar-condicionado, elevadores, instalações elétricas e hidráulicas, geradores de energia e conforto térmico e acústico, e também recebeu a certificação LEED (Leadership Energy and Environmental Design) Gold. Outro destaque foi a relocação do Edifício Birman 21 (São Paulo), que, após a devolução por um grande locatário, voltou ao nível de ocupação de mais de 90%. No segmento de shopping centers, que é composto de ativos consolidados e com boa localização, destaca-se a inauguração do Centro Médico II, no BarraShopping (Rio de Janeiro), que, além de aumentar a área de locação, reforçou o mix de serviços do empreendimento. No setor de logística, os galpões do Condomínio Cajamar e Jordanésia (SP), que estão à plena ocupação, receberam a certificação “AAA” da USP, concedida por sua “alta eficiência, onde se destaca a utilização de luz natural, alta capacidade de volume de armazenagem, ótima circulação de ar, alta resistência e planicidade do piso, quantidade de docas elevadas e alta proteção contra incêndio”.

O Guia de Melhores Práticas em Avaliação Imobiliária

A Abrapp lançou, no Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, realizado em setembro de 2016, o Guia de Melhores Práticas em Avaliação Imobiliária, tendo a PREVI como coordenadora dos estudos que ensejaram a publicação. O objetivo da publicação é contribuir para o aprimoramento das práticas de avaliação de imóveis, resumindo conceitos, princípios e procedimentos em um manual de referência no relacionamento com todos os agentes de mercado.

Investimentos imobiliários - Rentabilidade 2016 (%)

* Meta de rentabilidade do segmento definida na Política de Investimentos dos Planos 1 e PREVI Futuro.

Investimentos estruturados

Esta categoria abrange os investimentos em Fundos de Investimentos em Participações (FIP) e Fundos de Investimentos em Empresas Emergentes (FIEE), que alocam recursos no crescimento e desenvolvimento de empresas (venture capital) ou em companhias que já estejam desenvolvidas e tenham potencial para abertura de capital, fusão ou incorporação por grandes companhias (private equity).

Em geral, os fundos têm prazo de duração de até dez anos, demandam desembolso inicial relativamente alto e tendem a ter rentabilidade negativa nos primeiros anos, compensada por expressivos potenciais de retorno nos anos seguintes, com a reavaliação ou com a venda dos ativos: a chamada “curva J”, um padrão em investimentos com longos períodos de maturação.

Fato relevante sobre a regulação do setor foi a edição, em agosto, das Instruções CVM 578 e 579, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que são resultado de um extenso e profundo trabalho de interação entre CVM e participantes do mercado, com a intenção de trazer maior sofisticação, clareza e segurança ao mercado de private equity e venture capital nacional (“VC/PE”), equiparando-o às já consolidadas indústrias internacionais.

No âmbito interno, merece destaque a troca do gestor do fundo Global Equity, que contou com decisão favorável da Diretoria Executiva da PREVI. Diante da rentabilidade negativa do fundo, aprovou-se a substituição por um gestor especializado em reestruturação e que fossem tomadas todas as medidas necessárias, sejam elas negociais ou jurídicas, com o objetivo de recuperar o investimento efetuado.

A PREVI investe no segmento desde 2006 e, em 2016, obteve rentabilidades positivas tanto para o Plano 1 quanto para o PREVI Futuro.

Investimentos estruturados - Rentabilidade 2016 (%)

* Meta de rentabilidade do segmento definida na Política de Investimentos dos Planos 1 e PREVI Futuro.

 Investimentos no exterior

Em 2016, não houve movimentações relevantes nos investimentos que a PREVI mantém no exterior. A rentabilidade do ano foi negativa, refletindo a queda do câmbio (depreciação do dólar em relação ao real), embora o MSCI World Index (que mede a performance de fundos de investimento em 23 economias desenvolvidas, que correspondem a cerca de 85% dos valores investidos no mercado de capitais desses países) tenha subido, mesmo com a instabilidade política e econômica global. O impacto foi minimizado pelo fato de o segmento representar um percentual muito pequeno dos ativos da Entidade. A estratégia atual é de aguardar um momento mais favorável para realizar novos aportes, que já foram autorizados pelo Conselho Deliberativo.

Investimentos no exterior - Rentabilidade 2016 (%)

* MSCI World Index + variação cambial.

Empresas e empreendimentos participados

A PREVI seleciona e indica conselheiros para os conselhos fiscais e/ou de Administração de suas empresas participadas realizando um processo seletivo que considera formação acadêmica, experiência profissional e experiência em órgãos colegiados, além de outros conhecimentos específicos. O objetivo é permitir que sejam identificados os candidatos mais bem pontuados e que reflitam o conjunto de competências necessárias ao desempenho das funções nos conselhos. Em 2016, o processo de seleção desses conselheiros foi aprimorado, com a adoção de critérios ainda mais rigorosos, em observância à crescente exigência de qualificação dos profissionais que atuam no mercado de capitais, no sentido de preservar as empresas e atender às expectativas dos acionistas. Na seleção encerrada em maio, dos 78 candidatos selecionados, 31 (cerca de 40%) foram indicados pela primeira vez. Em junho, a Entidade realizou um workshop com os novos eleitos, que contou com as participações do presidente da PREVI, Gueitiro Genso, e do presidente do Banco do Brasil, Paulo Cafarelli. Os conselheiros também tiveram de ler e aderir formalmente ao novo Código de Ética da PREVI.

Por meio de seus conselheiros e de outros mecanismos de relacionamento institucional, como a participação em comitês de assessoramento ao Conselho de Administração, a PREVI acompanhou a gestão das empresas participadas de perto, com atenção especial à disciplina de caixa e às boas práticas de governança. Não existe uma política de voto formalmente estabelecida nem legislação acerca de diretrizes para o voto dos conselheiros, mas os posicionamentos de voto são elaborados no melhor interesse das companhias, baseados nos princípios e recomendações do Código PREVI de Melhores Práticas de Governança Corporativa, com apoio da Assessoria Jurídica. GRI G4-FS12

Saiba mais, a seguir, sobre os acontecimentos mais relevantes registrados em 2016.

Vale

A mineradora é um dos três ativos da carteira (junto com Neoenergia e Invepar) que são avaliados por valor econômico. Isso significa que são considerados, além de premissas econômico-financeiras, estimativas sobre cotações de minério de ferro, cobre e níquel, perspectivas de produção e venda, investimentos, margem operacional, custos e outras variáveis. Em 2016, a empresa teve uma recuperação forte em relação a 2015, graças a uma estratégia austera de redução de custos, aumento da eficiência, disciplina de capital e foco nas atividades do core business, bem como à elevação dos preços internacionais do minério de ferro, que atingiram uma baixa histórica no ano anterior. Outro fator positivo foi a obtenção, em dezembro, do licenciamento ambiental para operação do Projeto S11D, no Pará – o maior investimento da história da Vale, que vai possibilitar a produção de até 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e aumentará a competitividade da empresa no mercado externo. A alta no preço das ações da companhia proporcionou o pagamento de dividendos extraordinários, o que contribuiu para o fluxo de caixa da PREVI.

A Vale tem acompanhado as medidas que têm sido tomadas pela Samarco (companhia da qual detém 50% do controle acionário) em relação ao desastre ambiental ocorrido na região de Mariana, em novembro de 2015. Em acordo assinado em conjunto com os governos estaduais de Minas Gerais e do Espírito Santo e com a União, foi criada a Fundação Renova, entidade sem fins lucrativos com o objetivo de reparar, restaurar e reconstruir os impactos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. A fundação será responsável por 41 programas socioambientais executados na região, que incluem reabilitação de corpos fluviais, incentivo à economia local e reconstrução de moradias.

CPFL Energia

A participação da PREVI na CPFL Energia foi vendida à estatal chinesa State Grid, em uma negociação concluída em setembro. A oferta inicial de compra foi feita à Camargo Corrêa; a PREVI exerceu seu direito de tag along por ser integrante do bloco de controle, e deverá receber, até o fim de 2017, aproximadamente R$ 7,5 bilhões. A variação entre o preço registrado no balanço em 2015 e o preço de venda produzirá ganho da ordem de R$ 2,9 bilhões, contribuindo para redução do déficit apurado naquele período.

 A venda foi considerada oportuna para a Entidade, pelo preço adequado e por atender à estratégia gradual de desinvestimento dos ativos de renda variável. Após conclusão do processo de troca de controle na CPFL Energia, a CPFL Renováveis terá de lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) para aquisição das ações de sua emissão, quando a PREVI alienará a totalidade das ações de sua titularidade (6,34% do capital): 30.361.499 ações do Plano 1 e 1.598.721 do PREVI Futuro.

Petrobras

A empresa, historicamente uma das principais pagadoras de dividendos na carteira da Entidade, mostrou sinais de recuperação em 2016, após anos seguidos de turbulências causadas pela crise mundial no setor de óleo e gás, agravadas por denúncias de corrupção. A renovação da alta gestão aumentou a confiança do mercado na governança interna da empresa. Medidas anunciadas no decorrer do ano, como venda de ativos não essenciais ao negócio, redução de investimentos e aprovação de uma nova política de preços de combustíveis, mais alinhada ao mercado internacional, também foram vistas de forma positiva. Como consequência, o preço das ações da Petrobras teve uma das maiores altas do ano entre as companhias listadas na BM&FBovespa.

A PREVI detém 2,85% do capital total da Petrobras, investimento de aproximadamente R$ 5,53 bilhões, distribuídos entre o Plano 1, com cerca de R$ 5,26 bilhões, e o PREVI Futuro, em torno de R$ 273,85 milhões. A Entidade aprovou as demonstrações financeiras de 2014 e 2015, com a ressalva quanto à possibilidade de os valores ora indicados como perdas poderem ser revistos em razão da evolução das investigações da Operação Lava-Jato. A PREVI também solicitou que todos os documentos relativos aos processos administrativos em curso na Petrobras sejam divulgados junto com relatórios periódicos sobre as medidas de conformidade e governança tomadas.

Invepar

Antiga controladora e operadora da Invepar, a empreiteira OAS entrou em processo de recuperação judicial e abriu mão de sua participação na empresa. A PREVI tinha direito de preferência na compra das ações, mas preferiu não aumentar sua participação. As ações da OAS (24,48%) foram repassadas à SPE Credores, organização societária criada pelos credores que participam do processo de recuperação judicial. A PREVI realizou diligências para acompanhar as alterações no controle acionário e na gestão da Invepar, além de ter realizado um novo investimento (na forma de compra de debêntures emitidos pela empresa). Saiba mais sobre essa operação no item “Renda fixa”, na seção Principais decisões sobre os investimentos em 2016.

A empresa comanda concessões importantes na área de infraestrutura e transportes, como o Aeroporto Internacional de São Paulo – GRU Airport (SP), o Metrô Rio (RJ) e a Linha Amarela. Com a inauguração da Linha 4 do Metrô Rio, em agosto, a Invepar passou a receber mais um relevante fluxo de recursos. O caixa da empresa ainda foi reforçado com a venda, também em agosto, da concessionária Lamsac (Peru), comprada pela companhia francesa Vinci Highways por R$ 4,5 bilhões.

Sete Brasil (FIP Sondas)

Fortemente impactada pelas repercussões da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, e pelo contexto desfavorável do mercado de óleo e gás, a Sete Brasil apresentou, em agosto, seu plano de recuperação judicial, objetivando viabilizar a continuidade do projeto, no todo ou em parte. De modo a recuperar o quanto antes o valor investido na empresa (R$ 180 milhões via FIP Sondas, que correspondem a 2,3% das quotas emitidas pelo fundo, valor pequeno diante do total da carteira de participações), a PREVI vem acompanhando esses movimentos de perto.

Importante ressaltar que o relatório da CPI dos Fundos de Pensão reafirmou que o investimento no FIP Sondas foi baseado em critérios técnicos e que, chamada a fazer novos aportes em 2011, a PREVI preferiu não investir mais no fundo.

Sauípe

A PREVI detém o controle acionário total do empreendimento turístico na Bahia. Durante o ano de 2016, a Entidade promoveu investimentos no ativo visando elevar a atratividade do empreendimento, bem como garantir o nível de compliance e segurança das instalações. Além disso, conforme Fato Relevante divulgado pela companhia em 24/11/2016, foi contratado advisor financeiro para assessorar na busca de alternativas estratégicas para o ativo.

Ultrapar

Com o objetivo de gerar ganhos em sinergias e eficiência, a Ultrapar promoveu, durante o exercício de 2016, eventos societários relevantes, com destaque para a aquisição de 100% da Alesat Combustíveis S.A., por meio de sua subsidiária Ipiranga. O valor global da aquisição totaliza R$ 2,16 bilhões. A ALE é a uma distribuidora de combustíveis com 20 anos de história e uma rede de aproximadamente 2 mil postos e 260 lojas de conveniência. Também foi acertada a aquisição da totalidade das ações de emissão da Liquigás Distribuidora S.A., por meio de sua subsidiária Ultragaz S.A. Com uma estrutura de 23 centros operativos e 19 depósitos, a Liquigás possui uma rede de 4,8 mil revendedores de gás liquefeito de petróleo (GLP). A consumação dessas transações está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Relação de empresas participadas

Veja abaixo a relação de empresas, o percentual de participação da PREVI em cada uma e os índices nos quais se incluem.

Os índices são ferramentas que indicam e mensuram o desempenho de ativos que, segundo alguns critérios, apresentam diferenciação em termos de sustentabilidade e governança corporativa. Esses aspectos tendem a refletir empresas que apresentam uma gestão mais focada na perenidade da companhia. Estão relacionados os seguintes índices: Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE); Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC-X); Índice BM&FBovespa de Governança Corporativa Trade (IGC-T); Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada – Novo Mercado (IGC-NM); Índice Carbono Eficiente (ICO2); Índice do Setor Industrial (INDX); e Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (Itag).

EmpresaSegmentoParticipação da PREVI (%)Integra o ISE/IGC?
521 ParticipaçõesEnergia elétrica100,00-
Afluente GeraçãoEnergia elétrica2,29-
Afluente TransmissãoEnergia elétrica2,29-
AmbevAlimentos e bebidas1,94-
Banco BradescoBancos1,40IGC-X, ISE, IGC-T e Itag
Banco do BrasilBancos9,81IGC-X, ISE, IGC-T, IGC-NM e Itag
BRFAlimentos e bebidas10,66IGC-NM, IGC-T, IGC-X, Itag e ISE
CoelbaEnergia elétrica2,29-
CosernEnergia elétrica1,54-
EmbraerIndústria aeronáutica4,80IGC-X, ISE, IGC-T, IGC-NM e Itag
Forjas TaurusBens industriais0,37-
FrasleBens industriais12,93IGC-X
GerdauSiderurgia0,14IGC-X, IGC-T e Itag
InveparInfraestrutura25,56-
InvitelLegacyTelecom e TI19,99-
Itaú UnibancoBancos1,59IGC-X, ISE, IGC-T e Itag
ItaúsaBancos2,04IGC-X, ISE, IGC-T e Itag
Jereissati ParticipaçõesTelecom e shoppings18,88-
Kepler WeberBens industriais17,48Itag
NeoenergiaEnergia elétrica49,01*-
Newtel ParticipaçõesTelecom e TI22,54-
ParanapanemaMineração23,96IGC-X, IGC-NM, INDX, Itag
PetrobrasPetróleo, gás e petroquímica2,85-
RandonBens industriais3,11IGC-X
Rumo LogísticaInfraestrutura0,59IGC-X, ISE e IGC-T
SauípeHotelaria100,00-
Sul 116 ParticipaçõesTelecom e TI11,17-
TupyBens industriais26,03IGC-NM, IGC-X, IGC-T e Itag
Ultrapar ParticipaçõesPetroquímica4,23IGC-X, IGC-T, IGC-NM, ICO2 e Itag
ValeMineração15,67**IGC-X e IGC-T
WEGBens industriais0,09IGC-X, ISE e IGC-T

Obs.: posição em 30 de dezembro de 2016.
*Reflete a participação direta (22,24%) e indireta, via BB Carteira Livre I (26,77%).
**Reflete a participação direta (PREVI Futuro) e indireta (Plano 1).

Responsabilidade socioambiental em investimentos GRI G4-EC8, FS1, FS2

A Política de Responsabilidade Socioambiental (RSA) da PREVI estabelece “que não só é possível como é necessário combinar a busca de retornos financeiros com princípios de responsabilidade socioambiental”. O documento define as diretrizes de atuação da Entidade em relação às questões sociais e ambientais envolvidas em seu negócio, em campos como investimentos, governança, gestão de pessoal, relação com fornecedores e relação com associados.

Princípios gerais da Política de RSA da PREVI

  •  Aplicação e promoção dos princípios da boa governança corporativa  

  •  Combate a práticas discriminatórias, de assédio, corrupção, extorsão e propina  

  •  Conduta ética  

  •  Erradicação do trabalho forçado e infantil  

  •  Geração e disposição de resíduos de forma responsável  

  •  Melhoria das condições de trabalho  

  •  Participação seletiva em programas e projetos de RSA  

  •  Promoção da equidade  

  •  Proteção dos direitos humanos  

  •  Respeito à diversidade  

  •  Respeito à representação dos trabalhadores  

  •  Utilização sustentável de recursos naturais 

A Política de RSA e os códigos de práticas de governança corporativa encontram-se disponíveis para o público interno no sistema normativo da PREVI e para o público externo no site da empresa: http://www.previ.com.br/a-previ/responsabilidade-socioambiental/ e http://www.previ.com.br/investimentos/governanca/manuais-e-codigos.

Para os funcionários, a PREVI promove cursos de RSA e mantém um grupo de trabalho (Multiplicadores de RSA), integrado por funcionários de todas as gerências, que dissemina a cultura e as ações ligadas à responsabilidade socioambiental. GRI G4-FS15

Esses princípios orientam as decisões de investimento da Entidade, suas relações com as empresas nas quais mantém participação e a avaliação dos impactos sociais, ambientais e econômicos decorrentes das atividades dessas empresas. A PREVI busca primeiramente solidez e empresas bem colocadas nos negócios que gerenciam, por meio da boa governança. Não obstante, novas oportunidades e bons projetos com perspectivas de maturação no médio e longo prazo também são analisados. Cenários macroeconômicos também são considerados na busca por companhias que possam gerar melhores resultados para o investimento. As metodologias para acompanhamento da governança corporativa das empresas participadas são incluídas nos processos de Gestão Baseada em Risco.

As Políticas de Investimento incluem o monitoramento desses impactos. Todas as companhias da carteira de participações são submetidas a pesquisas sobre gestão de riscos e de sustentabilidade e avaliação de relatórios, balanços e demais documentos públicos sobre suas atividades. Em contatos regulares e diretos com as diretorias e os conselhos de Administração, são abordados não apenas o desempenho econômico, mas também as práticas de governança corporativa, transparência no relacionamento com a sociedade e mitigação de riscos ambientais e sociais. Internamente, as ferramentas para análise socioambiental dos potenciais investimentos são revisadas regularmente e as questões de sustentabilidade e de boa governança são incluídas na capacitação do corpo técnico. A totalidade dos ativos da carteira de investimentos está sujeita a triagens que consideram aspectos positivos e negativos nas áreas social e ambiental. GRI G4-FS11, FS1

Introdução aos Negócios Responsáveis GRI G4-FS4

Com o curso Introdução aos Negócios Responsáveis, a PREVI apresenta a seus funcionários uma abordagem da responsabilidade socioambiental nos negócios, ligada às estratégias de valor compartilhado e ao retorno financeiro. Além disso, ensina a identificar negócios responsáveis em todas as áreas de uma organização. A capacitação, parte da grade fundamental de treinamentos da Entidade, é aberta a todos os funcionários, especialmente assistentes técnicos e analistas. Em 2016, 23 funcionários cumpriram a carga horária, de 24 horas.

Caso seja encontrado um impacto negativo que seja um risco ao investimento, a PREVI atua no sentido de reunir esclarecimentos, seja por meio de seu setor de Relação com Investidores ou outros canais, encaminhando questionamentos acerca do risco verificado e coletando informações sobre as medidas adotadas para mitigação e controle. A partir disso, é também avaliada pelos gestores das áreas envolvidas a pertinência da permanência no investimento. Em 2016, o processo de avaliação das empresas participadas não passou por mudanças; uma revisão está prevista para acontecer em 2017.

Os investimentos em imóveis passam por uma análise prévia que inclui um ranking dos ativos mais desejáveis, de acordo com aspectos sociais e ambientais, e essa triagem é validada pelo Comitê de Investimentos Imobiliários. São considerados ainda aspectos legais, como a apresentação de estudos de impacto ambiental aos órgãos competentes, licenciamento e autorização de obras. Essas diretrizes estão resumidas no Guia de Melhores Práticas em Avaliação Imobiliária, lançado em setembro de 2016 pela Abrapp e cujos estudos foram coordenados pela PREVI. Durante o ano, o relacionamento com os síndicos e administradores de condomínios incluiu uma atenção especial à adoção de medidas de eficiência energética e economia de recursos nos imóveis. Anualmente, são realizados eventos como encontros de síndicos e assembleias; semestralmente, há os encontros regionais, e também é feito contato periódico (semanal) com os condomínios. G4-FS10

Aderência ao Código PREVI de Governança Corporativa

Anualmente, cada empresa é avaliada a respeito de sua aderência ao Código PREVI de Governança Corporativa. Em 2016, foram analisadas 23 empresas, um levantamento que apresentou os seguintes destaques:

100%
dos conselhos

de Administração das empresas avaliam a qualidade e abrangência das informações divulgadas pelas companhias;

100% dos relatórios

anuais contêm informações suficientes para a análise do desempenho das empresas; 

 94% das empresas

incluem práticas de sustentabilidade em seus planejamentos estratégicos; 

 81% das empresas

divulgam suas práticas de sustentabilidade por meio de relatórios GRI ou similares;  

 69% têm políticas

de sustentabilidade formalizadas. 

Como líder do mercado brasileiro de previdência complementar, a PREVI é considerada referência na gestão de sustentabilidade e de governança corporativa. A Entidade mantém participação ativa em fóruns nacionais e internacionais de responsabilidade social corporativa, como os Princípios para Investimento Responsável (PRI, do qual é o representante latino-americano), o Carbon Disclosure Project (CDP), a Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada (Abrapp, cujo conselho deliberativo é presidido por Gueitiro Genso, presidente da PREVI), o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e o Pacto Global, da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2016, a PREVI reafirmou seu apoio aos princípios do Pacto Global, divulgando no site da iniciativa internacional sua Comunicação de Engajamento (COE). O documento confirma o apoio ao Pacto Global na missão de promover a sustentabilidade corporativa nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção. GRI G4-15, G4-16

A PREVI interage com 100% das empresas e dos empreendimentos imobiliários de seu portfólio em relação a questões socioambientais. Em seu relacionamento com as empresas participadas, a PREVI também divulga a importância da participação em iniciativas externas voltadas a práticas de responsabilidade social, da divulgação de relatórios de sustentabilidade e da adesão a níveis mais elevados de governança. Todas essas questões são debatidas anualmente no Encontro PREVI de Governança Corporativa, que chegou em 2016 à sua 17.ª edição e reúne instituições financeiras, outras entidades de previdência complementar, empresas participadas e organizações não governamentais. GRI G4-FS10

Iniciativas de responsabilidade socioambiental nas participadas

Entre as ações promovidas em 2016 pelas empresas da carteira da PREVI, destacou-se:

 Movimento Rio Como Vamos

O Metrô Rio e o Instituto Invepar apoiaram a iniciativa entre 2012 e 2016, em parceria com o Instituto Elo Carioca. O Rio Como Vamos estimula a discussão de indicadores de qualidade de vida na cidade do Rio de Janeiro. Na questão de mobilidade, fez pesquisas e promoveu encontros com diversos setores da sociedade para a discussão de alternativas e soluções.