Edição 198 Julho/2018

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Só conhece o valor da âncora quem passa pela tempestade

Com uma governança fortalecida, Previ está preparada para passar por conjuntura político-econômica desafiadora

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O ano de 2017 se encerrou com uma redução significativa no déficit acumulado do Plano 1, que passou de R$ 13,9 bilhões em 2016 para R$ 4,3 bilhões no ano seguinte. A rentabilidade do plano no ano foi de 14,85%, o dobro da meta atuarial de 7,17%. Esse resultado foi possível graças à recuperação da economia no período, à boa gestão dos investimentos e à solidez dos ativos da Previ. Já em 2018, o resultado positivo acumulado ao final do primeiro trimestre era de R$ 1,8 bilhão.

Entretanto, a quatro meses das eleições no país, as indefinições sobre as urnas se refletem em oscilações no mercado financeiro e repercutiram nos resultados dos planos de benefícios da Previ. Em maio, diversos indicadores importantes passaram por significativas alterações, com o índice Ibovespa chegando a 70 mil pontos. Mas, como diz o ditado, só conhece o valor da âncora quem passa pela tempestade. Com uma governança fortalecida e a utilização de ferramentas fundamentais, a Previ não se surpreendeu com a crise e está preparada para enfrentar, mais uma vez, um cenário político-econômico desafiador.

“Não fomos surpreendidos porque não trabalhamos com curto prazo”, explica o presidente Gueitiro Genso. “Os últimos anos, em que passamos por diversos desafios, permitiram que testássemos a nossa governança, a solidez de nossos planos de benefícios e o ALM, que faz o casamento entre nosso ativo e passivo. Entre 2015 e 2017, passamos por uma das piores crises econômicas da história e saímos ilesos, sem a necessidade de cobrar contribuições extraordinárias dos associados. No primeiro sinal de melhora da conjuntura, tivemos superávits e chegamos ao equilíbrio técnico. Nossas bases são robustas. Não nos surpreendemos com fatores conjunturais positivos ou negativos de curto prazo”, explicou.

A análise da economia nas últimas décadas mostra que grandes crises serviram como catalisadoras de reformas estruturais. É um processo cíclico, que faz parte do mercado. Com a última crise não foi diferente: uma série de medidas estruturais realizadas no país trouxe novas oportunidades e mais estabilidade para a economia, como a queda da inflação e a mudança de patamar da taxa de juros, que diminuiu.

Resiliência

Os ativos da Previ são sólidos, fortes e resilientes, compostos por empresas da economia real, de setores produtivos, e que investem vultosos recursos em seus negócios. Ao fazer a análise dos resultados dos últimos anos, é possível verificar essa afirmação na prática. Entre 2007 e 2014, com uma conjuntura econômica favorável, a Previ sempre manteve superávits acumulados. Apesar do cenário desafiador em 2015 e 2016, quando o Brasil passou por uma das piores crises econômicas da história, a Previ chegou ao equilíbrio técnico no início de 2018, sem a necessidade de cobrar contribuições extraordinárias de seus associados.

Um ano de eleição traz muitas incertezas, mas essa volatilidade no mercado não significa a materialização de um prejuízo. Ela só se realizaria se a Previ vendesse seus ativos em um momento em que a B3 (antiga BM&FBovespa) estivesse em queda, o que não vai acontecer. O Plano 1 tem um colchão de liquidez grande, capaz de pagar benefícios sem a necessidade de vender seus investimentos no médio prazo.

Com mais de 50% dos investimentos do Plano 1 alocados em renda variável, com investimentos em boas companhias, os ativos retornam a rentabilizar ao menor sinal de recuperação da economia, como já aconteceu. O histórico de rentabilidade do Plano 1 de 2005 até 2017 é de 305%, acima da meta atuarial no mesmo período, que foi 262%, e mais do que o dobro do Ibovespa, que foi de 128%.

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De 2007 a 2013 foi realizada a distribuição dos superávits da Previ, com a suspensão das contribuições e o pagamento do BET. Em 2015, com a conjuntura econômica desfavorável, passamos a ter o déficit acumulado, que começou a ser recuperado em 2016 – graças a fatores como os ativos sólidos, a Política de Investimentos consistente e o corpo técnico qualificado da Previ – e se manteve em 2017, quando a conjuntura começou a melhorar, após uma queda considerável da B3 em maio e junho daquele ano, impactada pelo cenário político na época.

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Em janeiro de 2018, chegamos ao equilíbrio técnico sem a necessidade de contribuições extraordinárias, com um superávit que chegou a R$ 1,8 bilhão em março, como detalhado no gráfico abaixo:

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É importante ressaltar que os mesmos ativos que geraram os superávits são os que estão agora subvalorizados. A variação do valor dos investimentos do Plano 1 em maio de 2018 foi negativa em aproximadamente R$ 5,6 bilhões. Ou seja: os mesmos investimentos valiam em abril R$ 5,6 bilhões a mais do que valem em maio. Sabemos que esses números refletem a instabilidade desse momento e nossos ativos valem mais, pois são representados por empresas reconhecidas e da economia real.

Podemos citar alguns exemplos. Graças às oscilações características do período eleitoral, ao analisarmos a variação entre o valor de mercado dos principais ativos da carteira do Plano 1 entre os meses de março e maio, verificamos uma diferença de R$ 6,86 bilhões. Confira:

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Depois da tempestade, a bonança

Os especialistas acreditam que a conjuntura provavelmente retornará aos eixos no final do ano, após o período eleitoral. Não é adivinhação, mas muito estudo e técnica. Ao fazer a análise de anos anteriores e de outros períodos eleitorais, fica claro uma queda na rentabilidade da B3 nos meses que antecedem a eleição. A volatilidade dos preços dos ativos é esperada nesse período.

A Previ sempre trabalhou com conservadorismo. Na construção das Políticas de Investimentos é utilizado um modelo de ALM (asset and liability management – gestão de ativos e passivos) que considera mais de mil cenários macroeconômicos possíveis para avaliar o comportamento dos investimentos e busca a excelência na cultura de Gestão Baseada em Risco, com uma Política de Riscos que inclui conceitos, princípios e diretrizes a serem adotados na gestão. As análises das perspectivas das economias mundial e brasileira são fundamentais para subsidiar os estudos que compõem as Políticas, e elas são feitas à exaustão na Previ. Além de cumprir a legislação, procuramos sempre ir além. E é esse olhar à frente que nos protege.

Mesmo em tempos difíceis, somos capazes de cumprir a nossa missão, de pagar benefícios a todos nós, associados, de forma eficiente, segura e sustentável, sem a necessidade de vender nossos investimentos.

Transparência

A divulgação mensal do resultado é uma ação de transparência da Previ, já que a exigência legal é de que a publicação desses dados seja realizada apenas uma vez por ano. Prova de que a prestação de contas é um compromisso da Previ com seus mais de 200 mil participantes.

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