Edição 194 Agosto/2017

recursos do plano

Venda de Ativos: como e quando

Estratégia da PREVI busca mais liquidez no Plano 1 sem pôr em risco o patrimônio dos participantes

O Plano 1 está próximo de atingir o ápice dos desembolsos com pagamentos de benefícios. A estimativa é de que todos os participantes do Plano estejam aposentados em no máximo 10 anos e que os desembolsos cresçam até 2030, quando começarão lentamente a declinar.

Para fazer frente a esse cenário, a PREVI precisa dar mais liquidez a seus investimentos, ou seja, ter facilidade para transformar rapidamente os ativos em dinheiro em caixa. Além disso, a tendência é assumir uma postura mais conservadora, reduzindo pouco a pouco a exposição a investimentos de risco, em especial na renda variável.

Tais recomendações estão previstas na Política de Investimentos do Plano 1 para os próximos anos e será necessário vender parte do patrimônio para cumpri-las. Isso, no entanto, não quer dizer que haja pressa ou que a PREVI vá pôr em risco o valor de seus ativos no processo. Desfazer-se de ativos que estão em baixa, em momentos de déficit como o registrado em 2016, por exemplo, seria transformar prejuízos contábeis em perdas reais para os associados.

Critérios

Na prática, isso significa estudar as vendas caso a caso, levando em conta as características de cada ativo e as necessidades do Plano. Para isso, é necessário seguir alguns critérios de avaliação. É preciso vender o ativo para gerar dinheiro em caixa ou a venda pode esperar? Qual é o potencial de valorização desse ativo? E seu risco para a carteira? Essa empresa paga bons dividendos? O preço está bom para a venda ou devemos esperar mais?

Uma das prioridades nessa estratégia é gerar liquidez para as participações nas empresas que não possuem negociação em Bolsa e/ou cuja liquidez é reduzida.

A Vale, por exemplo, representa cerca de 30,6% da carteira de renda variável da PREVI e 14,6% dos investimentos da Entidade. Com o novo acordo de acionistas, a previsão é de que aproximadamente 50% do investimento da PREVI na Vale esteja livre para negociação em Bolsa a partir de fevereiro de 2018. O restante ainda estará vinculado ao acordo de acionistas até 2020.

Com a conversão de ações preferenciais em ordinárias finalizada em 11 de agosto e a incorporação da Valepar pela Vale em 14 de agosto, a nova estrutura acionária permitirá investimento direto da Litel na Vale. Ao final do novo acordo, em 2020, não haverá acionistas controladores na mineradora, que terá controle pulverizado. Com isso, a totalidade das ações detidas pela PREVI estará livre para negociação em Bolsa de Valores. A notícia foi bem recebida pelos acionistas e pelo mercado em geral.

Sem pressa

Isso não significa, no entanto, que a PREVI vai vender suas ações rapidamente. A Vale continua a ser um ativo de alto potencial. A empresa está reduzindo seu endividamento e aumentando a eficiência nos seus custos de produção, que será ainda mais beneficiado quando a mina S11-D, em Carajás, estiver operando em plena capacidade. A Vale soube se reestruturar no período de preços comprimidos das commodities, principalmente o minério de ferro. Assim, por se tratar de papéis de primeira linha, que terão alta liquidez a partir da nova composição acionária, a PREVI poderá dispor das ações da Vale que forem liberadas para mantê-las na carteira ou vendê-las conforme a melhor oportunidade.

E oportunidade é a palavra-chave para entender a venda da participação da PREVI na CPFL e CPFL Renováveis. Havia uma oferta de compra feita por investidores chineses pela fatia de um dos controladores da companhia. A PREVI então exerceu seu direito, vendendo sua participação pelo mesmo valor oferecido ao parceiro. Com isso, foi possível desfazer uma posição de investimento com baixa liquidez por um bom preço: o negócio rendeu R$ 8 bilhões para o Plano 1, dos quais R$ 5,1 bilhões já foram pagos. A venda deverá ser concluída em setembro, com a realização da oferta pública de troca de controle, ainda pendente.

Oportunidades

A venda foi uma oportunidade estratégica. A venda do bloco da CPFL, sozinha, supera toda a meta de desfazimento de ativos para o ano de 2017. Isso dá uma boa folga para que os gestores de investimento da PREVI trabalhem com mais calma e aproveitem para obter o maior lucro possível no processo.

Outras vendas estão sendo negociadas. Há conversações em andamento com potenciais compradores da participação da PREVI na Kepler Weber. O negócio depende de 65% dos acionistas aceitarem a proposta do comprador.

No longo prazo, todos esses movimentos visam equilibrar os níveis de risco e rentabilidade da carteira do Plano 1, além de atender às necessidades de caixa do Plano. Isso exige uma gestão cuidadosa e conhecimento para vender os ativos na hora certa. Só assim, cumpriremos integralmente nossa Missão com os associados. Com segurança, eficiência e de forma sustentável até o último benefício.

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