Edição 179 Agosto/2014

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O amor e a distância falaram mais alto

Quando Luiz Antônio deu entrada no Hotel Ruas, em Corumbá (MS), ficou sabendo que já havia quatro outros jovens mineiros que, como ele, iriam tomar posse no Banco

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Luiz Antônio é natural de Pouso Alegre, Minas Gerais, mas viveu boa parte da infância e da adolescência em Carmo de Minas, no sul do estado, de onde saiu em 1976 com uma pequena mala e o coração cheio de esperança para tomar posse no Banco do Brasil em Corumbá. Para quem nunca havia saído de casa, a primeira viagem pareceu assustadora, mas ele contou com o apoio do pai para percorrer cerca de dois mil quilômetros em uma viagem que levou quase três dias de ônibus e no temido “Trem da Morte”, para fazer carreira no BB e mudar sua vida aos 19 anos.

“Desembarquei em Corumbá numa noite de sexta-feira um pouco assustado, mas cheio de expectativas e disposto a fazer o meu melhor. Quando dei entrada no Hotel Ruas, onde me hospedaria por toda a minha estada naquela cidade, tive um grande alívio: fiquei sabendo que já havia lá um grupo de quatro outros jovens mineiros que, como eu, também iria tomar posse no Banco. Naquele momento, percebi que não estava sozinho e que todo aquele esforço valeria a pena”, conta.

A amizade entre eles foi imediata. Luiz, Eduardo, Raquel, Rosângela, Edmée e Maria Raimunda formaram um verdadeiro grupo de mineiros em Corumbá, que passou a trabalhar e viver juntos. “Naquela época não havia DDD, e as ligações telefônicas eram demoradas e muito caras. A comunicação com familiares era feita basicamente por carta, que demorava em média 12 dias para chegar ao destino. Além disso, o calor beirava os 40 graus, muito mais quente do que em Minas; a comida também era muito diferente; e a saudade dos pais e da namorada tornavam os dias cada vez mais difíceis. Se não fosse a minha amizade com esse grupo de Minas, não teria sobrevivido à primeira semana no Banco. Com eles eu conseguia me divertir e amenizar a saudade da minha vida anterior ao BB. Não me arrependi de ter ido para Corumbá. Lá amadureci, dei início a uma carreira de sucesso e fiz amigos que sempre fizeram parte da minha vida, mesmo que tenhamos ficado afastados por tantos anos”, explica Luiz, emocionado.

Depois de tomar posse em Corumbá, Luiz conseguiu ser transferido para a agência de Itajubá, em Minas Gerais. Dois anos mais tarde foi trabalhar em São Lourenço e se casou com Dinorah, com quem teve três filhos: Lilian, Leandro e Luciano. Sua carreira no BB se encerrou em 1998 na agência de Alfenas, para onde se transferiu em 1981 e exerceu funções de auxiliar de supervisão, gerente de expediente, gerente de atendimentos especiais e gerente geral interino.

“Minha vida no Banco foi muito feliz. Construí uma carreira de sucesso e, quando decidi me aposentar, pude contar com a segurança da PREVI, que hoje me permite ter uma vida tranquila na aposentadoria”, explica Luiz. Avô orgulhoso de Arthur, de 3 anos, hoje ele aproveita seus dias curtindo a família e viajando, além de ter resolvido levar a sério o hobby que aprendeu com seu avô materno e tios: a marcenaria, que se transformou em uma profissão.

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