Edição 179 Agosto/2014

Educação Previdenciária

Entrevista com Mauro Calil - Parte 1

Parece que 10 anos é muito tempo, mas para se fazer uma reserva previdenciária não é. É um prazo muito curto para formar um colchão financeiro de boa qualidade, diz o especialista

179_educacao previdenciaria_p31.jpg

Revista PREVI: Qual a idade ideal para começar a guardar recursos para a aposentadoria?

Mauro Calil: Não existe uma idade certa. Você pode começar a qualquer momento, mas quanto mais cedo melhor.

Por quê?

MC: Porque quanto mais cedo você começa, menos esforço terá de fazer. Uma coisa é guardar dinheiro por 30 anos, outra é guardar por 10 anos. Parece que 10 anos é muito tempo, mas para se fazer uma reserva previdenciária não é. É um prazo muito curto para se formar um colchão financeiro de boa qualidade. Em primeiro lugar, porque você precisa fazer aportes muito maiores para somar a mesma quantia acumulada em 30 anos. E também porque, na prática, o efeito da rentabilidade acumulada faz com que o dinheiro trabalhe a favor de quem poupa por mais tempo, ajudando a multiplicar a reserva. Nunca podemos esquecer essa lição: o tempo é o senhor das finanças.          

E o que fazer para ter um colchão financeiro de boa qualidade?

MC: Depende muito do tempo que você dispõe para a acumulação. Se tem mais de 20 anos pela frente, por exemplo, pode fazer mais investimentos de riscos em ações para conseguir um bom retorno. Com 10 anos, é melhor passar a fundos imobiliários e outros investimentos mais seguros, e com menos de 5 para a renda fixa. Agora, quando você tem mais de 30 anos de acumulação, pode valer a pena manter algumas ações no portfólio por causa dos dividendos gerados por elas. No longo prazo, esses ganhos podem superar o preço médio pago pela ação.

Qual o papel dos planos de previdência nessa estratégia de acumulação?

MC: Se você tem muito tempo pela frente, pode estudar as opções de investimento e executar sua própria estratégia. Se não quiser fazer isso, terá de delegar essa tarefa, pagando por essa conveniência em forma de taxas aos administradores dos recursos, sejam eles bancos ou planos de previdência. Por outro lado, no caso dos planos de previdência patrocinados como a PREVI, trata-se de uma grande oportunidade de investimento, uma vez que o aporte do participante é acompanhado na mesma proporção pelo patrocinador. Ou seja, você consegue uma rentabilidade imediata de 100%, o que não acontece nos planos de previdência aberta.

Por isso, quando se faz parte de um plano desse tipo deve-se contribuir com o limite máximo acompanhado pelo patrocinador e tentar se manter vinculado à empresa e ao plano pelo maior tempo possível.

Mais Vistos

INDEX