Edição 179 Agosto/2014

Educação Previdenciária

Entrevista com Mauro Calil - Parte 2

Quando você não planeja sua vida financeira, tudo vira emergência. Acaba gastando muito em coisas que nem usa e, quando vai ver, não sabe onde foi parar o dinheiro, alerta Mauro

 

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Essa poupança de longo prazo exige esforço no presente. Até que ponto é possível construir o futuro sem sacrificar o dia de hoje?

MC: Não é preciso sacrificar o presente para planejar o futuro. É perfeitamente possível fazer isso sem perder qualidade de vida ou deixar de fazer o que a gente deseja. O problema é que a maioria das pessoas não tem planejamento algum.

Qual a consequência dessa falta de planejamento?

MC: Quando você não planeja sua vida financeira, tudo vira emergência. Acaba-se gastando muito em coisas que você nem usa, e quando você vai ver não sabe onde foi parar o dinheiro.

Como impedir que isso aconteça?

MC: O primeiro passo é estabelecer metas. Uma escala de prioridades nas coisas que você precisa e deseja, por custo e prazos: um ano, dois anos, cinco anos. Então, você separa uma verba para cada um. Não é complicado. É mais trabalhoso do que propriamente difícil de fazer. Por outro lado, não adianta estabelecer metas, fazer planos e não tirá-los do papel. É preciso ter disciplina para perseguir os objetivos traçados.

Quais são as maiores armadilhas para quem quer seguir esse planejamento e estabelecer uma poupança de longo prazo?

MC: O consumo tolo. Aquele que não traz nenhum benefício ou prazer, permanente ou duradouro. Ou seja, é o dinheiro gasto com uma coisa que não vai mudar em nada a sua vida e o seu bem-estar. Veja bem que o que é tolo para um não é tolo para outro. Trata-se de algo bem subjetivo.

Dê um exemplo:

MC: Uma camisa oficial do seu time pode ser muito importante para você e não significar nada para um rival. Ou aquele gasto por impulso em uma roupa que você não vai usar.

Se a regra é quanto mais cedo melhor, vale a pena começar uma reserva para os filhos desde já?

MC: Pai e mãe que compram tudo que o filho quer estão estragando uma criança. Além disso, tem muito brinquedo que a criança brinca uma vez e depois esquece. Por que não trocar um brinquedo por um presente para o futuro? Esse é um dinheiro que pode ser facilmente direcionado para investimento de longo prazo, gerando recursos para pagar uma pós-graduação, um curso no exterior ou para ele abrir um negócio quando sair da faculdade.

Precisamos lembrar que a criança tem o mais importante: tempo. Pode aproveitar isso para fazer investimentos com maior risco e melhor retorno. Se você investir R$ 50 por mês em ações, em 15 anos provavelmente terá juntado um valor que fará diferença mais tarde.

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