Edição 178 Junho/2014

recursos do plano

A busca pelo equilíbrio

Workshop para conselheiros alerta para a necessidade de os conselheiros cuidarem do futuro e da estratégia das companhias em vez de passarem a maior parte do tempo cuidando de controles financeiros e orçamento

A consultora Betânia Tanure sabe também que é difícil atingir um ponto de equilíbrio na atuação dentro do conselho. “Quem tem experiência executiva fica se coçando para botar a mão na massa, mas essa não é a função do conselheiro, ele não está lá para cuidar da operação, do curto prazo”, disse.

A consultora também recomenda que os conselheiros não deixem suas relações e preferências pessoais contaminarem seu julgamento. “É uma característica cultural brasileira que deve ser considerada”, afirmou. “Se, por um lado, isso pode levar a um engajamento maior nos projetos, também torna mais difícil dar um bom feedback, já que as críticas são levadas para o lado pessoal.”

Valéria Rezende, conselheira de administração da Paranapanema, concorda que é necessário discutir o papel das lideranças no âmbito da direção das empresas e de seus conselhos. “É preciso discutir como eles podem fazer com que as decisões tomadas sejam implementadas de fato para que o esforço de estratégia e gestão conte com o engajamento de toda a empresa e não apenas da cúpula”, afirmou.

Valéria também aponta para a necessidade de os conselheiros enxergarem longe. “De fato, hoje os conselhos das empresas passam a maior parte do tempo cuidando de controles financeiros e orçamento em vez de cuidar do futuro e da estratégia das companhias”, afirmou. “Felizmente, isso começa a mudar aos poucos. E eventos como esse ajudam os conselheiros a desenvolverem competências nesse sentido”, concluiu.

A realização dos workshops, assim como do Encontro de Governança, que neste ano terá a sua 15ª edição, demonstra o investimento que a PREVI faz no aprimoramento constante dos conselheiros, que desempenham papel fundamental no acompanhamento das empresas.  

Troca de experiências

No evento foi apresentada a Pesquisa McKinsey Global Survey – citada por Marco Geovanne –, realizada pelo administrador e cofundador da empresa no Brasil, Heinz-Peter Elstrodt. Além disso, o público foi dividido em 12 grupos de trabalho, orientados pelo professor da FGV-RJ Joaquim Rubens Filho. Cada mesa de discussão abordou um tema específico, sobre o qual foi possível promover uma troca efetiva de experiências.

Dentre os temas apresentados estavam a diferença de atuação entre um conselho de administração de empresa com controle definido e outra com capital pulverizado; e como equilibrar a função de orientação e direcionamento estratégico de um conselho com a função de controle/monitoramento de uma empresa.

No encerramento do workshop, Marco Geovanne lembrou a importância do papel de um conselheiro. “Os conselheiros têm poder nas mãos, o que torna a responsabilidade dessa função tão grande. Precisamos pensar cada vez mais na longevidade das empresas em que temos participação para fazermos um trabalho eficiente”, declarou o diretor.

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