Revista Previ

Cada centavo do patrimônio do Plano 1, que em outubro somava R$ 158,6 bilhões, tem destino certo: o pagamento do benefício da Eunice e de todos os atuais e futuros aposentados do plano. Hoje esse valor pode parecer muito dinheiro para os 118.624 participantes (out/2012). Mas temos de lembrar que o compromisso da PREVI é pagar o benefício por toda a vida.

Por essa razão, os investimentos são escolhidos criteriosamente. O objetivo é conseguir o melhor rendimento possível, para garantir o pagamento de benefícios a todos os participantes e seus beneficiários. Porém, com a redução da taxa de juros básica, a Selic, conseguir boas rentabilidades está cada vez mais difícil. Os títulos públicos, por exemplo, hoje rendem menos do que a taxa atuarial de 5%. Embora a PREVI possua em sua carteira títulos que rendem acima desse percentual por estarem mantidos até o vencimento, esse panorama não será mantido para o futuro.

Como consequência disso, a carteira de títulos privados vem crescendo no segmento de renda fixa: em outubro, o percentual de títulos públicos na carteira era de 77,8%, enquanto em julho era de 80,2%. Já os títulos privados, que em julho representavam 9,5% da carteira, em outubro já atingiam o patamar de 11,5%.

A carteira de renda variável, que em outubro equivalia a R$ 91,9 bilhões do patrimônio do Plano 1, correspondia a 59,6% dos investimentos do plano. De acordo com a Política de Investimentos para o período 2013-2019, os percentuais deverão ser mantidos nos mesmos níveis pelo fato de as ações estarem em baixa e por não termos mais o conforto de reinvestir em títulos públicos, que até pouco tempo rendiam mais do que a taxa atuarial.

Devido a esses fatores, a tendência é que haja menor venda de ativos de renda variável comparativamente a planejamentos anteriores. A necessidade de caixa para o pagamento dos benefícios será coberta por rendimentos de imóveis, dividendos, juros de renda fixa e uma menor proporção de venda de ações.

Nas Políticas de Investimento anteriores, apontava-se a necessidade de diminuir o percentual de investimentos da PREVI em renda variável, o que foi minimizado devido ao cenário atual. No entanto, a PREVI se movimentará gradualmente no sentido de tornar as ações da carteira de participações líquidas, de forma que possam ser vendidas no momento em que o mercado estiver mais favorável.

A estratégia em relação aos investimentos imobiliários continua a mesma: aplicar diretamente em shoppings, empreendimentos comerciais e logística. Em novembro foi assinada a aquisição de um shopping center e de uma das torres corporativas do Condomínio Parque da Cidade, em São Paulo, sendo 90% dos recursos investidos do Plano 1. A rentabilidade desse setor vem crescendo: de 2,85% em julho para 3,67% em outubro. Pelo terceiro ano consecutivo, o rendimento anual da carteira de investimentos imobiliários será superior a 30%.

O Plano 1 possui ainda investimentos estruturados, principalmente fundos de private equity. A participação desse segmento na carteira de investimentos é pequena – 0,45% do total. São pouco mais de R$ 650 milhões aplicados em fundos em que a PREVI possui, no máximo, 25% das cotas. Nossa estratégia de investimento nesse setor é conjunta com outros fundos de pensão, principalmente Petros, Funcef e Valia.