Investimentos

Cenários Econômicos

20/04/2017

Abril de 2017

O “Boletim Macroeconômico” é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da PREVI sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.

 

Atividade Econômica (Dados coletados até 30/03/2017)

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2016 foi de retração de 3,6% em relação ao ano anterior, com recuo de todos os segmentos que compõem a atividade econômica: agropecuária (-6,6%), indústria (-3,8%) e serviços (-2,7%).

No setor agrícola, pesaram negativamente alguns problemas referentes à safra, principalmente de milho e soja, que correspondem a cerca de 60% da produção da agricultura brasileira. Da mesma forma, o aumento do desemprego e o alto endividamento das famílias produziram um resultado negativo no segmento industrial e de serviços. 

No ano de 2017, as expectativas são positivas em relação ao setor agropecuário, impulsionado principalmente pela melhora na safra de grãos. A evolução desse segmento pode colaborar na retomada do crescimento do setor industrial e de serviços, principalmente a partir de 2018.  A diminuição da taxa de juros e o aumento do poder de compra, decorrente da desaceleração inflacionária, também são fatores que devem impulsionar tanto os investimentos quanto o consumo em geral.

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Política Fiscal (Dados coletados até 30/03/2017)

Governo anuncia medidas para o alcance da meta do resultado primário em 2017. Conforme informações do Relatório de Receitas e Despesas Primárias, a arrecadação federal em 2017 será menor do que o previsto em R$ 58 bilhões. A justificativa para a revisão do orçamento é a alteração do PIB esperado em 2017, cuja previsão do governo diminuiu de 1,6% para 0,5%, aproximando-se das expectativas de mercado. O menor crescimento da economia implica menor arrecadação de impostos e tributos, o que compromete os resultados fiscais de curto prazo.  Portanto, para que o resultado fique dentro da meta do déficit primário estipulada para 2017, de R$ 139 bilhões, o governo anunciou uma série de medidas de aumento de receita, em conjunto com outras de diminuição de despesas.

Para o aumento da arrecadação, foi anunciado que a principal fonte será por meio do fim da desoneração da folha de pagamentos para diversos setores. O aumento de outros impostos e tributos não é priorizado, visto que tem impactos sobre a produtividade e a inflação.

Inflação (Dados coletados até 07/04/2017)

A inflação do primeiro trimestre medida pelo IPCA é a menor desde o início do plano Real em 1994. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou pelo terceiro mês consecutivo em função do desaquecimento no setor de comércio e serviços, da valorização da moeda brasileira frente ao dólar e do aumento da oferta de produtos agrícolas.

A variação de março foi de 0,25% contra 0,33% observado em fevereiro. Os principais fatores para esta queda se devem à redução nos itens educação (0,95% ante 5,04%), transportes (-0,86% ante 0,24%) e comunicação (-0,63% ante 0,66%). Por outro lado, o item “Alimentos e Bebidas”, responsável por 25% de peso no IPCA, apresentou alta de 0,34% ante uma deflação de 0,45% em fevereiro.

Nos três primeiros meses do ano, o IPCA acumulado é de 0,96%.  Este resultado é o menor para o primeiro trimestre desde o início do plano Real (1994). A inflação em 12 meses ficou em 4,57%, muito próxima à meta (4,5%).  

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Política Monetária (Dados coletados até 17/04/2017).

Copom acelera movimento de queda da taxa básica de juros (SELIC). Em reunião realizada no dia 12/04/2017, o Banco Central diminuiu em um ponto percentual a taxa de juros básica da economia de 12,25% para 11,25%, em linha com nossas expectativas. A quarta queda seguida foi justificada pela desaceleração da inflação, especialmente a de alimentos. Embora as incertezas no cenário externo sejam fatores de risco, não se tem observado impactos negativos na economia brasileira provenientes do exterior, segundo o comunicado do Banco Central. Por fim, ressaltou-se a manutenção do ritmo de queda da taxa de juros, que dependerá da evolução da atividade econômica, dos demais fatores de riscos, das projeções e expectativas de inflação.

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Cenário Internacional – EUA (Dados coletados até 30/03/2017)

FED eleva a taxa de juros em 0,25pp.  O Federal Reserve (FED), Banco Central dos Estados Unidos, em reunião realizada no dia 15/03/2017, aumentou a taxa de juros básica da economia em 0,25 ponto percentual. Com essa elevação, que foi a terceira após nove anos, a taxa referencial avançou para a faixa de 0,75%-1,00%.

Nos últimos dois anos, o FED suspendeu a normalização monetária diversas vezes, pois internamente ainda faltava consistência na retomada da economia. No âmbito externo, incertezas predominavam na economia chinesa e na Europa com a saída britânica da União Europeia (Brexit). Desde o fim de 2008, após sete anos de taxas muito próximas de zero, o FED elevou a taxa pela primeira vez no fim de 2015, para a faixa de 0,25%-0,50%. Um ano depois, em dezembro de 2016, elevou novamente para o intervalo de 0,50%-0,75%.

Dessa vez, ao contrário de outras ocasiões, os indicadores de emprego formal e inflação estão mais fortes e encontram-se próximos aos objetivos do BC americano. A inflação está acima da meta de 2% (último dado anualizado é de 2,7%), após se manter por vários anos abaixo desse patamar, e a taxa de desemprego americana permanece baixa (4,5%).

Confirmando o discurso da presidente do FED, Janet Yellen, espera-se que ao longo deste ano o Banco Central norte-americano tenha uma postura mais gradualista (dovish) em relação à normalização dos juros, apesar das incertezas em relação às políticas econômicas do presidente Donald Trump. Com o FED mantendo seu plano de normalização sem grandes mudanças, os fluxos a mercados emergentes devem se manter no curto prazo, beneficiando países como o Brasil. 

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Como estão as expectativas de mercado? (Dados coletados até 30/03/2017)

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O presente boletim, de caráter informativo, foi produzido com base em dados publicamente divulgados. A PREVI não declara, tampouco garante, de forma expressa ou tácita, que tais dados sejam imparciais, precisos, completos ou corretos. Cenários, análises, projeções, prognósticos e estimativas com base em tais dados estão sujeitos a riscos e incertezas e podem ser, ainda, e a qualquer momento, prejudicados, desconsiderados e descartados, até mesmo como decorrência, por exemplo, de mudanças na conjuntura nacional e/ou internacional, divergências nos critérios e métodos interpretativos e/ou nos fatores de riscos sistêmicos e/ou associados a alterações geopolíticas, políticas, econômicas, sociais, legislativas ou regulatórias. Este boletim não deve, em nenhuma circunstância, ser considerado como indicação, orientação, recomendação ou fonte para tomada de decisões. Compete a cada leitor realizar pesquisas, estudos e análises devidas. Qualquer eventual decisão ou ação é de sua exclusiva responsabilidade, não podendo a PREVI, em nenhuma hipótese, ser de qualquer forma responsabilizada, inclusive, por qualquer perda ou dano, direto ou indireto. A PREVI não assume qualquer compromisso ou obrigação, inclusive de revisar, atualizar ou complementar este boletim. A reprodução, divulgação, distribuição ou compartilhamento não expressamente autorizado deste boletim,  ou de qualquer parte dele, sujeitará o infrator às penalidades legais.

PREVI - Diretoria de Planejamento