Investimentos

Cenários Econômicos

09/04/2018

Abril de 2018

O “Boletim Macroeconômico” é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da Previ sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Nesse relatório também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.

Estados Unidos (dados coletados até 29/03/2018)

A trajetória mais recente dos indicadores econômicos nos Estados Unidos e a aprovação da reforma tributária elevaram a perspectiva de crescimento econômico do país em 2018. De acordo com a última revisão do PIB, a taxa de crescimento, no último trimestre de 2017, foi alterada de 2,5% para 2,9%. A mudança está associada à elevação da demanda que, nesse período, registrou melhor desempenho dos últimos três anos.

No cenário prospectivo, o impulso fiscal por intermédio do corte de impostos e aumento dos gastos do governo, e o consumo das famílias, beneficiado pelo aumento dos salários, devem manter o crescimento em patamar elevado. Segundo informações da consultoria Oxford Economics, o impulso fiscal deve adicionar ao PIB americano algo em torno de 0,7 p.p. (ponto percentual) em 2018 e 0,6 p.p. em 2019 (vide gráfico).

 

Impulso fiscal.jpg

Fonte:  Oxford economics, elaborado pela Previ.

 

No geral, os fundamentos econômicos da economia americana permanecem sólidos. O mercado de trabalho aquecido e a inflação ainda em níveis confortáveis indicam um crescimento consistente para 2018. Em uma leitura mais pessimista, os riscos envolvidos na adoção de medidas protecionistas podem acarretar em uma “guerra comercial”, que somados ao risco de uma elevação abrupta da inflação, abrem a possibilidade de um aperto das condições monetárias mais forte, que podem gerar, a princípio, reflexos negativos no apetite ao risco e nos fluxos de capitais direcionados às economias emergentes.

 

Política Monetária (dados coletados até 29/03/2018)

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) decidiu reduzir a meta SELIC em 0,25 pontos percentuais, em reunião realizada no mês de março. Dessa forma, a taxa básica de juros ficou em 6,5%, o mais baixo patamar histórico.  

Selic.jpg

 

Em ata, o COPOM enfatizou o comportamento benigno do índice de inflação, além de mencionar a recuperação da atividade econômica e cenário externo favorável para as economias emergentes. No entanto, mencionou os riscos sobre a continuidade das reformas, com consequente elevação dos prêmios de risco e elevação da inflação, que pode ser intensificada pela reversão da corrente favorável no cenário externo.

Porém, em relação ao texto da ata anterior, o Comitê enfatizou o comportamento da inflação mais benigno do que o esperado e sinalizou uma possível flexibilização monetária na reunião a ser realizada em maio, com redução da SELIC para 6,25%. No entanto, comunicou que “para as reuniões além da que ocorrerá em maio, vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”.

 

Crédito (dados coletados até 29/03/2018)

Em fevereiro de 2018, o saldo das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$3,06 trilhões, apresentando queda de 0,2% em relação a janeiro, retração de 1,0% no acumulado do ano e de 0,3% em doze meses.

Nos últimos doze meses, o crédito por atividade econômica mostrou redução em praticamente todas as categorias. Nesse período, houve queda de 5,7% do crédito para agropecuária, retração de 10,4% na indústria e recuo de 2,9% do setor de serviços. Em termos agregados, o crédito para pessoas jurídicas apresentou declínio de 6,7%, no intervalo considerado.

Embora em termos agregados as operações de crédito apresentem redução em todos os períodos considerados, observa-se que o crédito destinado especificamente para pessoas físicas aponta ligeiro crescimento no ano (+0,5%) e um aumento mais significativo em doze meses (+5,8%).

O crescimento das operações de crédito com pessoas físicas está diretamente relacionado à redução dos níveis de endividamento e comprometimento da renda das famílias, como pode ser observado no gráfico a seguir.

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Fonte: Banco Central

 

Apesar da redução generalizada do volume total de crédito do sistema financeiro, o fluxo de novas concessões registrou crescimento de 14% nos dois primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2017, totalizando um valor contratado de R$ 540,5 bilhões. Nesse período, as operações com pessoas físicas apresentaram crescimento de 15,1%, enquanto as operações com pessoas jurídicas subiram 12,8%.

 

Atividade Econômica (dados coletados até 02/03/2018)

Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou crescimento de 1%, após dois anos consecutivos de queda (3,5% em 2015 e 2016), segundo o IBGE. Na comparação entre o terceiro e o quarto trimestre, o avanço foi de 0,1% no último trimestre de 2017. É o quarto trimestre consecutivo com números positivos nesta base de comparação, que confirma a retomada da economia.

 

PIB_2017.jpg

Pib em setores.jpg

 

Pela ótica da oferta, a Agropecuária foi o destaque com alta de 13%, o melhor resultado desde 1996. A safra recorde impulsionou o PIB, ajudou a conter a inflação e abriu espaço para a queda de juros. O setor de Serviços, que responde por mais de 2/3 do PIB, avançou 0,3% puxado pelo Comércio (1,8%) e pelas  Atividades Imobiliárias (1,1%). Já o PIB da Indústria se manteve estável em relação a 2016. O desempenho positivo do setor de Indústrias Extrativas (4,3%) teve auxílio do aumento da extração de petróleo e gás e minérios ferrosos, embora o setor de Construção teve desempenho negativo (-5,0%).

Pela ótica da demanda, o Consumo das Famílias cresceu 1%, influenciado pelo ciclo de queda da taxa de juros e inflação, além da utilização dos recursos do FGTS que adicionou R$ 44 bilhões à economia. Enquanto isso, o Consumo do Governo cedeu 0,6%, refletindo o contingenciamento de despesas do Governo.

A contração de 1,8% da Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF), apesar do dado negativo no fechamento do ano, mostrou tendência positiva, quando observamos os dados trimestre a trimestre (2,0%). 

 

Evolucao do Pib.jpg
Fonte: IBGE, elaborado pela GEPOC.

 

Para 2018 a expectativa é positiva. Apesar das incertezas do período eleitoral e deterioração fiscal nas contas públicas, a inflação controlada, a melhora da renda e das condições de crédito podem impulsionar o crescimento do PIB até próximo de 3%. 

Projecoes do Pib.jpg
 

Expectativas de Mercado (dados coletados até 23/03/2018)

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O presente boletim, de caráter informativo, foi produzido com base em dados publicamente divulgados. A PREVI não declara, tampouco garante, de forma expressa ou tácita, que tais dados sejam imparciais, precisos, completos ou corretos. Cenários, análises, projeções, prognósticos e estimativas com base em tais dados estão sujeitos a riscos e incertezas e podem ser, ainda, e a qualquer momento, prejudicados, desconsiderados e descartados, até mesmo como decorrência, por exemplo, de mudanças na conjuntura nacional e/ou internacional, divergências nos critérios e métodos interpretativos e/ou nos fatores de riscos sistêmicos e/ou associados a alterações geopolíticas, políticas, econômicas, sociais, legislativas ou regulatórias. Este boletim não deve, em nenhuma circunstância, ser considerado como indicação, orientação, recomendação ou fonte para tomada de decisões. Compete a cada leitor realizar pesquisas, estudos e análises devidas. Qualquer eventual decisão ou ação é de sua exclusiva responsabilidade, não podendo a PREVI, em nenhuma hipótese, ser de qualquer forma responsabilizada, inclusive, por qualquer perda ou dano, direto ou indireto. A PREVI não assume qualquer compromisso ou obrigação, inclusive de revisar, atualizar ou complementar este boletim. A reprodução, divulgação, distribuição ou compartilhamento não expressamente autorizado deste boletim,  ou de qualquer parte dele, sujeitará o infrator às penalidades legais.

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