Investimentos

Cenários Econômicos

25/01/2017

Fevereiro de 2017

Brasil

Produção Industrial cresceu 2,3% em dezembro - o maior nível desde julho de 2016 - Sob a perspectiva das atividades industriais, a indústria de transformação avançou 1,5% e a extrativa cresceu 1,6% em relação ao mês anterior. Já sob a ótica de categorias de uso, apenas bens de capital que apresentou contração (-3,2%). Quanto aos bens intermediários, que detém cerca de 60% da produção total, apontou uma alta de 1,4%. A produção de bens de consumo semi e não-duráveis reverteu a tendência de queda e avançou 4,1%. A indústria de bens duráveis foi o grande destaque. Expandiu 6,5%, principalmente, em virtude do desempenho relevante da indústria de veículos, que denotou um crescimento de 10,8%. Este dinamismo foi impulsionado pela safra agrícola, cujo bom desempenho proporciona maior escoamento e, consequentemente, estimula a indústria e os serviços. O desenvolvimento do índice de confiança é um sinalizador importante para uma possível retomada mais consistente da indústria.

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Índice de Confiança da Indústria – Reversão de tendência - A sondagem industrial da FGV apontou uma importante mudança da tendência negativa do índice de confiança da indústria de transformação em dezembro de 2016.  No entanto, houve uma alta volatilidade do índice durante o ano passado.  Para 2017, a confiança dos agentes pode apresentar uma evolução mais consistente com a desaceleração da inflação e a queda da taxa de juros, viabilizando a renegociação de dívidas.  Desta maneira, a confirmação do crescimento da demanda e a queda do grau de incerteza quanto às medidas de ajustes fiscais colaborariam para a continuidade da tendência de alta da confiança.

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Inflação desacelera em dezembro e termina o ano dentro da meta. O retorno da inflação para o intervalo da meta foi um dos principais avanços da economia em 2016. A inflação elevada é a principal responsável pela perda do poder de compra da população, especialmente das faixas mais pobres. Seu controle é essencial para diminuir os riscos e aumentar o horizonte de planejamento tanto das famílias quanto dos empresários, e consequentemente, impulsionar os investimentos.  O IPCA do mês de dezembro variou 0,30%, ante 0,18% no mês anterior. Foi o menor índice para dezembro desde 2008 (0,28%). O índice veio abaixo da expectativa do mercado (mediana do Focus 0,35%), encerrando o ano em 6,29%, no intervalo da meta (banda superior). Os principais destaques de queda foram: Habitação (-0,59%), seguido por Artigo de Residência (-0,31%) e Alimentação em Domicilio (-0,05%). Já Passagens Aéreas pressionaram negativamente com uma alta de 26,29%.

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Copom acelera movimento de queda da taxa básica de juros e surpreende o mercado. No dia 11 de janeiro, o comitê de políticas monetárias (COPOM) decidiu, por unanimidade, pela diminuição da taxa SELIC em 0,75pp, passando para 13%. A redução veio acima da expectativa do mercado que esperava uma queda de 0,50pp. Em ata, o COPOM justificou a intensidade da queda em virtude de um ambiente com expectativas de inflação ancoradas, um processo de desinflação disseminado e a atividade econômica aquém do esperado. É provável que o BC opte pela manutenção da intensidade e sentido desse movimento, conforme citado na mesma ata, condicionado a continuidade do processo de ajuste fiscal e da manutenção das condições favoráveis no cenário externo.

Mundo

Donald Trump toma posse como novo presidente dos Estados Unidos.  A incerteza predomina no cenário da economia norte-americana. O novo presidente eleito Donald Trump promete impulsionar a economia com medidas de estímulos fiscais em benefício da indústria nacional, em especial do setor de infraestrutura. Trump propõe um corte expressivo de impostos, abrindo espaço para um aumento do investimento privado e, consequentemente, do crescimento da atividade econômica. Medidas protecionistas, como a elevação de barreiras tarifárias e a saída de acordos comerciais (NAFTA e TPP) podem afetar a produtividade no longo prazo, mas no curto prazo, devem favorecer a economia local com aumento da atividade econômica e ligeira elevação da inflação.

Tendência de alta dos juros americanos. A mudança do cenário econômico já contribui para uma mudança de expectativa em relação à normalização da taxa de juros americana. O risco de elevação do déficit fiscal tem afetado as expectativas de inflação que aumentaram desde o resultado das eleições. Somado a isso, a manutenção das taxas de desemprego em patamares baixos (4,7%) e melhores condições no mercado de trabalho podem sinalizar uma alta das taxas mais rapidamente do que o esperado. A tendência, caso se confirme , trará consequências para as economias emergentes com pressão nas taxas de câmbio e aumento do fluxo de capitais para os EUA.

 

O rumo da economia chinesa para 2017. Foi elaborado o plano econômico para 2017 na Conferência Econômica de Trabalho Central, que ocorre anualmente. Em 2016, o crescimento do PIB foi apoiado por uma política fiscal expansionista e pelo aumento da alavancagem. Contudo, o crescimento do crédito pode não ser sustentável, tendo em vista, a dívida em torno de 260% do PIB no final de 2016. Portanto, indicaram maior ênfase no controle e prevenção de riscos financeiros, a necessidade de conter bolhas de ativos e redução da alavancagem corporativa. Este abrandamento do crédito pode acarretar uma desaceleração do crescimento econômico.

Manutenção das taxas de juros na Zona do Euro. Os últimos dados do Índice de Preços do Consumidor (CPI, na sigla em inglês) para a Zona do Euro, indicam um aumento de 1,8%  em janeiro de 2017, ante o mesmo mês do ano anterior. O resultado constitui o maior nível desde 2003. No entanto, o Banco Central Europeu (BCE) na reunião de 19/01/2017, já havia sinalizado a continuidade das medidas de estímulo monetário, ao manter as principais taxas de juros inalteradas e permanecer com o programa de compra de ativos, que confirmou continuar até o final de 2017.  Contudo, a instituição reiterou que o volume de compras de títulos deve diminuir a partir do segundo trimestre.

O cenário econômico para a Zona do Euro ainda exige cautela, diante das grandes incertezas envolvidas: o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, com possibilidade de interesse de outros países na desintegração com o bloco; as eleições em importantes economias da Europa, como França, Alemanha, Holanda e, possivelmente, Itália; e a posse do novo presidente americano, com a possibilidade de mudanças na relação comercial entre Europa e Estados Unidos. A manutenção de políticas expansionistas pela zona do euro, apesar de estimular o crescimento da economia do bloco, diminui a atratividade de capital, por significar a continuidade da taxa de juros em patamares mais baixos. Isso aumenta a tendência de migração de liquidez para outras economias, sobretudo as economias emergentes.

 

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