Investimentos

Cenários Econômicos

09/08/2018

Julho de 2018

O “Boletim Macroeconômico” é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da Previ sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Nesse relatório também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.


Estados Unidos (dados coletados até 31/07/2018)

Na economia norte-americana, permanece o plano original de normalização gradual da taxa de juros pelo FED (Federal Reserve), amparado por um cenário de crescimento da atividade econômica, pelo mercado de trabalho aquecido e pelos índices de inflação próximos a 2,0%. 

eua_desemprego.jpg

 

eua_inflacao.jpg

 

Na última sexta-feira (27/07), foi divulgada a primeira estimativa de crescimento da atividade econômica dos Estados Unidos no segundo semestre do ano. Segundo o Departamento de Comércio Americano, o PIB avançou 4,1% (trimestre a trimestre anualizado) no período, sendo essa a maior taxa de crescimento desde 2014. O Consumo e os Investimentos apresentaram alta de 4,0% e 5,4%, respectivamente. As exportações tiveram forte elevação (9,3%), beneficiadas pela antecipação de parte das vendas pelo receio de mudanças de políticas tarifárias, em resposta às sobretaxas ao aço e ao alumínio importados. Medidas fiscais adicionaram em torno de US$ 1,5 trilhão ao resultado via corte de impostos, que somados a benefícios contábeis para investimentos, contribuíram para o resultado acima da média do PIB.

eua_pib.jpg

 

Entretanto, o ritmo de crescimento do segundo trimestre não deve se manter nos próximos períodos. Espera-se uma diminuição dos efeitos positivos dos benefícios fiscais e um maior impacto de medidas protecionistas (EUA vs China), que além de afetar a economia real, podem diminuir a confiança dos agentes. Até o fim de 2018, a expansão deve permanecer, porém em ritmo menor. O cenário ainda é positivo, mas é importante alertar sobre a evolução dos riscos relacionados a mudanças no comércio internacional e, internamente, monitorar eventuais pressões de preços e salários, que de acordo com a magnitude, podem acarretar elevações adicionais na taxa de juros americana.


Crédito (dados coletados até 23/07/2018)

O mercado de crédito tem evoluído em linha com o ritmo de recuperação da atividade econômica e com o processo de flexibilização da política monetária. Segundo informações do Banco Central, o saldo das operações de empréstimos totalizou R$ 3,1 trilhões em maio, apresentando crescimento de 0,5% no mês e 1,3% nos últimos doze meses. Nesse período, observa-se que a dinâmica do crédito foi distinta entre pessoas físicas e jurídicas, tendo em vista que enquanto o crédito às famílias apresentou crescimento de 6,3%, o crédito para empresas recuou 4,0%.

credito.jpg
Fonte: Banco Central

Nos últimos doze meses, a expansão do crédito se deu em função das operações com recursos livres, que cresceram 6,2%, em detrimento do recuo de 3,5% das operações com recursos direcionados, principalmente, em função do baixo desempenho do crédito rural, dos financiamentos imobiliários e dos recursos do BNDES, no segmento de pessoas jurídicas.

Destaca-se que as operações de crédito com pequenas e médias empresas, que representam 35% do mercado de crédito de pessoas jurídicas, declinaram 21,3%, nesse período. Há que se considerar que o desempenho do mercado de crédito para pessoas jurídicas está diretamente associado às condições da atividade econômica.

No caso do crédito para pessoas físicas, um fator importante a ser analisado diz respeito à manutenção dos níveis de endividamento e comprometimento de renda das famílias que se encontram em 41,3% e 20% (dados de abril/2018 - Estatísticas Monetárias e de Crédito do Banco Central), respectivamente. Níveis considerados satisfatórios e que apresentaram declínio em relação a 2017.


Atividade Econômica (dados coletados até 08/06/2018)

O PIB do primeiro trimestre de 2018 avança 0,4% ante trimestre anterior. Dados da atividade econômica, divulgados recentemente, indicam que a recuperação da atividade econômica se encontra aquém do previsto. O resultado do PIB de 0,4% no primeiro trimestre de 2018, mais uma vez, foi impulsionado pelos resultados positivos do setor de agropecuária (+1,4%). Ao passo que os setores da Indústria e de Serviços, que juntos correspondem a mais de 90% do PIB, cresceram apenas 0,1% no mesmo período, o que demonstra certa fragilidade na retomada.

Pela ótica da despesa, o Consumo das Famílias (+0,5%) e a Formação Bruta de Capital Fixo (+0,6%) apresentaram crescimento, enquanto que o Consumo do Governo registrou queda de 0,4%, em função das limitações dos gastos públicos. Vale destacar que os resultados do segundo trimestre podem ser impactados pela greve dos caminhoneiros, tanto em termos de atividade econômica, quanto em relação à inflação.

 

pib.jpg

A perspectiva de crescimento para 2018 seguirá mais dependente de uma reversão cíclica da economia, após longo período recessivo, do que por mudanças de expectativas dos empresários e consumidores, que devem postergar suas decisões de consumo e investimento para depois do período eleitoral. Ao contrário do ano passado, o PIB não terá o impulso extra do resultado acima da média da agropecuária e da liberação de recursos do FGTS. Por outro lado, espera-se que os níveis mínimos da taxa de juros (Selic) e inflação tenham influência positiva na recuperação da atividade econômica. 

pib_total.jpg

 

Expectativas de Mercado (dados coletados até 27/07/2018)

expectativas.jpg

 

__________________________________

O presente boletim, de caráter informativo, foi produzido com base em dados publicamente divulgados. A PREVI não declara, tampouco garante, de forma expressa ou tácita, que tais dados sejam imparciais, precisos, completos ou corretos. Cenários, análises, projeções, prognósticos e estimativas com base em tais dados estão sujeitos a riscos e incertezas e podem ser, ainda, e a qualquer momento, prejudicados, desconsiderados e descartados, até mesmo como decorrência, por exemplo, de mudanças na conjuntura nacional e/ou internacional, divergências nos critérios e métodos interpretativos e/ou nos fatores de riscos sistêmicos e/ou associados a alterações geopolíticas, políticas, econômicas, sociais, legislativas ou regulatórias. Este boletim não deve, em nenhuma circunstância, ser considerado como indicação, orientação, recomendação ou fonte para tomada de decisões. Compete a cada leitor realizar pesquisas, estudos e análises devidas. Qualquer eventual decisão ou ação é de sua exclusiva responsabilidade, não podendo a PREVI, em nenhuma hipótese, ser de qualquer forma responsabilizada, inclusive, por qualquer perda ou dano, direto ou indireto. A PREVI não assume qualquer compromisso ou obrigação, inclusive de revisar, atualizar ou complementar este boletim. A reprodução, divulgação, distribuição ou compartilhamento não expressamente autorizado deste boletim,  ou de qualquer parte dele, sujeitará o infrator às penalidades legais.

PREVI - Diretoria de Planejamento