Investimentos

Cenários Econômicos

14/06/2017

Junho 2017

O Boletim Cenários Econômicos é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da PREVI sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.

INFLAÇÃO (dados coletados até 14/06/2017)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou 0,31% em maio. A energia elétrica influenciou o aumento da inflação de maio em relação ao mês anterior, já que com a retirada do desconto sobre cobranças indevidas, as contas aumentaram 8,98%, enquanto que, em abril, tinham recuado 6,39%.

A energia elétrica também terá forte influência no resultado mensal de junho em razão do acionamento da bandeira verde, provocando queda nas contas de luz. Da mesma forma, a queda no preço dos alimentos e dos combustíveis poderão contribuir para uma inflação mais baixa.

 

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ATIVIDADE ECONÔMICA (dados coletados até 01/06/2017)

A economia brasileira, após oito trimestres de queda, avançou 1% no primeiro trimestre de 2017 em relação ao quarto trimestre de 2016. O resultado veio pouco acima das projeções do mercado (0,9%). No entanto, na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve uma queda de 0,4%.  O resultado do primeiro trimestre do ano foi influenciado pela contribuição positiva da produção agrícola, que teve crescimento de 13,4% em relação ao período anterior.  A indústria registrou uma alta de 0,9% e o setor de serviços não apresentou evolução no período.

Ainda não foi observada uma retomada sustentável pelo lado da demanda. Os indicadores de crédito e do mercado de trabalho ainda são fracos. Assim o consumo das famílias retraiu 0,1%, enquanto os investimentos recuaram 1,6%.

O aumento da incerteza no ambiente político pode frear o processo de retomada da atividade econômica com a diminuição dos investimentos e do consumo. A melhora na taxa de desemprego prevista para o segundo semestre pode ser adiada. Além disso, apesar da perspectiva positiva para o setor agropecuário, o efeito do bônus desse segmento sobre o PIB será menor nos próximos períodos, uma vez que o primeiro trimestre é mais favorável ao desenvolvimento das principais culturas, como o milho e soja.

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Política Monetária (Dados coletados até 01/06/2017)

Copom mantém ritmo de queda da taxa básica de juros (SELIC) e indica que pode diminuir a intensidade da redução na próxima reunião. Em reunião realizada no dia 31/05/2017, o Banco Central diminuiu em um ponto percentual a taxa de juros básica da economia de 11,25% para 10,25%, em linha com nossas expectativas. A quinta queda seguida foi justificada pela desaceleração da inflação mesmo diante do aumento das incertezas quanto ao avanço das reformas e a instabilidade política observada dias antes da decisão. Apesar disto, esta elevação no risco não foi desprezada pelos participantes do COPOM, que indicaram em comentários que é possível a redução do ritmo de redução caso o cenário de incerteza persista.

 
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Resultado Fiscal (Dados coletados até 29/05/2017)

As contas públicas apresentaram resultado positivo em abril de 2017, tanto pelo aumento da arrecadação quanto pela diminuição das despesas. De acordo com dados do Banco Central (BC), o setor público consolidado encerrou o mês com superávit primário de R$ 12,90 bilhões, ante R$ 10,18 bilhões no mesmo período de 2016. O resultado foi constituído por superávit de R$ 11,45 bilhões do governo central e R$ R$ 1,45 bilhão dos Estados e municípios.

O mês de abril normalmente possui melhor resultado para as contas públicas, ou seja, o período é sazonalmente mais favorável, devido ao maior recolhimento de impostos. Portanto, para os outros meses, há uma tendência de que as contas dos Estados e municípios não apresentem desempenho tão favorável.  

Em 12 meses, as contas do governo central acumularam déficit de 154 bilhões até abril de 2017. Para o final do ano, a meta é de déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida pública) de R$ 139 bilhões, segundo consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). 

 
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Estados Unidos (Dados coletados até 30/05/2017)

Ata do FOMC sugere alta de juros na próxima reunião do FED em junho.  O Federal Reserve (FED), Banco Central dos Estados Unidos, em ata divulgada em 24/05, deu sinais que deve prosseguir com o processo gradual de normalização das taxas de juros (FedFunds), apesar dos dados menos favoráveis do PIB do primeiro trimestre (resultado aquém do esperado nos gastos dos consumidores) e do recente declínio da inflação. Na avaliação dos membros do FOMC (Federal Open Market Committee) tratam-se apenas de fatores transitórios. Para 91% dos analistas de mercado, segundo a pesquisa Bloomberg, é dada como certa a elevação de 0,25 pontos percentuais na próxima reunião do FOMC, prevista para o dia 13 de junho.

A expectativa agora se concentra no possível anúncio de um plano de normalização do balanço do FED, excessivamente elevado, após anos de aquisições de títulos em decorrência da estratégia de aumentar a liquidez da economia americana no período pós-crise. Pouco antes do início da crise financeira, em agosto de 2007, o FED acumulava ativos no valor de US$ 858 bilhões e no final de 2009 alcançou a marca de US$ 2,24 trilhões. Estima-se que o balanço possui atualmente US$ 4,47 trilhões em ativos.

 

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Europa (Dados coletados até 29/05/2017)

Eleições na França. No dia 07 de maio de 2017, o candidato à presidência da França, Emmanuel Macron, venceu as eleições, com 65,1% dos votos, contra 34,9% Marine Le Pen.  O presidente eleito assumiu o cargo no dia 14 de maio.

Uma das principais diferenças entre Macron e a sua principal adversária está na defesa da continuidade da França na União Europeia. Diante das incertezas geradas pelo processo de saída do Reino Unido da União Europeia, a vitória de Macron é considerada positiva para a continuidade do bloco. Isso porque, durante a campanha, ele foi o candidato que se mostrou mais favorável ao projeto europeu. Já a candidata Marine Le Pen defendia a realização de consulta pública, à semelhança do processo britânico.

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PREVI - Diretoria de Planejamento