Investimentos

Cenários Econômicos

15/05/2018

Maio de 2018

O “Boletim Macroeconômico” é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da Previ sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Nesse relatório também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.

 

Inflação (dados coletados até 14/05/2018)

Em abril, a taxa de inflação oficial brasileira (IPCA) registrou crescimento de 0,22%, variando 0,13 p.p. (pontos percentuais) acima do resultado de março (0,09%). No acumulado dos últimos doze meses o índice apresenta alta de 2,76%, situando-se abaixo do limite inferior da meta de inflação, de 3% para este ano. Já o índice nacional de preços ao consumidor (INPC), indicador de referência para o desempenho dos planos de benefícios da PREVI, apresentou variação de 0,21% no mês e 1,69% no acumulado dos últimos doze meses.

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Os índices de inflação têm apresentado resultados compatíveis com o baixo desempenho da atividade econômica. Este cenário é corroborado pelo elevado nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e na alta taxa de desemprego.

Segundo informações da CNI , a indústria segue enfrentando dificuldades e encontra-se em um lento processo de recuperação. Em março, o faturamento do setor caiu 2,5%, as horas trabalhadas recuaram 0,9% e o nível de emprego do setor apresentou retração de 0,2%.

O mercado de trabalho não tem mostrado sinais consistentes de recuperação. Em março, a taxa de desocupação chegou a 13,1%, terceira alta trimestral seguida e maior nível desde maio do ano passado. O número de trabalhadores com carteira assinada é o menor da série histórica, iniciada em 2012.

Atualmente, as projeções do sistema de expectativas do Banco Central apontam para um crescimento de 3,46% e 3,31% para o IPCA e para o INPC, respectivamente, no final deste ano.

Atividade Econômica (dados coletados até 30/04/2018)

Surpresas negativas observadas nos dados da atividade econômica, divulgados mais recentemente, indicam que a recuperação da economia brasileira está perdendo força. Indicadores de curto prazo, tais como, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), ambos divulgados pelo IBGE, e o IBC-Br, divulgado pelo Banco Central, sofreram queda e ligaram um sinal de alerta geral (vide gráficos abaixo). A queda acentuada da inflação e das taxas de juros (SELIC), hoje próximas às suas mínimas históricas, muito embora sejam condições necessárias à retomada, não parecem ser suficientes para impor um ritmo de crescimento compatível com as expectativas.

 

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Alguns sinais variados podem explicar esse comportamento recente da economia. Destacamos que a queda da SELIC tem demorado a chegar no varejo, reduzindo a potência do estímulo monetário desejado pelo Banco Central. O spread bancário, diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar e a taxa que ele paga ao captar, não vem cedendo na mesma proporção da queda da taxa de juros, e inclusive, no período mais recente, apresentou elevação tanto no crédito destinados aos consumidores (+27,03pp.) quanto às empresas (+11,03pp.).  Além disso, a incerteza do período eleitoral tem adicionado volatilidade aos mercados.

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Dessa forma, esperamos que a retomada do crescimento econômico para este ano seja lenta e gradual, observados as condições de liquidez do ambiente externo e, internamente,  os desdobramentos da corrida eleitoral  e seus efeitos na conjuntura econômica.

Estados Unidos (dados coletados até 29/03/2018)

A trajetória mais recente dos indicadores econômicos nos Estados Unidos e a aprovação da reforma tributária elevaram a perspectiva de crescimento econômico do país em 2018. De acordo com a última revisão do PIB, a taxa de crescimento, no último trimestre de 2017, foi alterada de 2,5% para 2,9%. A mudança está associada à elevação da demanda que, nesse período, registrou melhor desempenho dos últimos três anos.

No cenário prospectivo, o impulso fiscal por intermédio do corte de impostos e aumento dos gastos do governo, e o consumo das famílias, beneficiado pelo aumento dos salários, devem manter o crescimento em patamar elevado. Segundo informações da consultoria Oxford Economics, o impulso fiscal deve adicionar ao PIB americano algo em torno de 0,7 p.p. (ponto percentual) em 2018 e 0,6 p.p. em 2019 (vide gráfico).

 

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No geral, os fundamentos econômicos da economia americana permanecem sólidos. O mercado de trabalho aquecido e a inflação ainda em níveis confortáveis indicam um crescimento consistente para 2018. Em uma leitura mais pessimista, os riscos envolvidos na adoção de medidas protecionistas podem acarretar em uma “guerra comercial”, que somados ao risco de uma elevação abrupta da inflação, abrem a possibilidade de um aperto das condições monetárias mais forte, que podem gerar, a princípio, reflexos negativos no apetite ao risco e nos fluxos de capitais direcionados às economias emergentes.

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O presente boletim, de caráter informativo, foi produzido com base em dados publicamente divulgados. A PREVI não declara, tampouco garante, de forma expressa ou tácita, que tais dados sejam imparciais, precisos, completos ou corretos. Cenários, análises, projeções, prognósticos e estimativas com base em tais dados estão sujeitos a riscos e incertezas e podem ser, ainda, e a qualquer momento, prejudicados, desconsiderados e descartados, até mesmo como decorrência, por exemplo, de mudanças na conjuntura nacional e/ou internacional, divergências nos critérios e métodos interpretativos e/ou nos fatores de riscos sistêmicos e/ou associados a alterações geopolíticas, políticas, econômicas, sociais, legislativas ou regulatórias. Este boletim não deve, em nenhuma circunstância, ser considerado como indicação, orientação, recomendação ou fonte para tomada de decisões. Compete a cada leitor realizar pesquisas, estudos e análises devidas. Qualquer eventual decisão ou ação é de sua exclusiva responsabilidade, não podendo a PREVI, em nenhuma hipótese, ser de qualquer forma responsabilizada, inclusive, por qualquer perda ou dano, direto ou indireto. A PREVI não assume qualquer compromisso ou obrigação, inclusive de revisar, atualizar ou complementar este boletim. A reprodução, divulgação, distribuição ou compartilhamento não expressamente autorizado deste boletim,  ou de qualquer parte dele, sujeitará o infrator às penalidades legais.

PREVI - Diretoria de Planejamento