Investimentos

Cenários Econômicos

27/03/2019

Março de 2019

O “Boletim Macroeconômico” é um relatório periódico que tem como objetivo informar aos participantes da Previ sobre os principais acontecimentos e atualizações referentes à conjuntura econômica. Nesse relatório também são expostas projeções realizadas pelo mercado, provenientes de fontes públicas.

Neste boletim serão abordados os seguintes temas: Resultado do PIB de 2018, Inflação, a última decisão do COPOM para a taxa de juros Selic e a guerra comercial entre China e EUA.

PRODUTO INTERNO BRUTO 2018

Em 2018, o PIB brasileiro apresentou crescimento de 1,1% na comparação com 2017, totalizando R$ 6,8 trilhões. No quarto trimestre do ano a expansão foi de apenas 0,1%.

O resultado do PIB de 2018 ficou abaixo da média de seus pares no BRICS, grupo formado pelos emergentes: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A média de crescimento no grupo em torno de 3,5%, liderada pela Índia, com crescimento acima de 7%.

Em janeiro, o índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que funciona como um indicador de tendência do PIB, apresentou redução de 0,41% na comparação com dezembro de 2018, já com ajuste sazonal. O resultado veio aquém da expectativa do mercado, indicando uma retomada mais lenta ao que se esperava.

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Sob a ótica da oferta, que engloba as atividades de agropecuária, indústria e serviços, o crescimento foi de 0,1%, 0,6% e 1,3%, respectivamente.

Na Indústria, o setor de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos foi destaque com crescimento de 2,3% em relação a 2017, devido à baixa utilização das usinas termelétricas.

Por outro lado, o destaque negativo foi o segmento de construção, que sofreu redução de 2,5%. Já o setor de serviços, que representa aproximadamente 73% do PIB, apresentou alta em todas atividades, com ênfase para o comércio, que teve crescimento de 2,3%.


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Sob a ótica da demanda, a maior variação anual foi da formação bruta de capital fixo (investimento) que registrou crescimento de 4,1%. Entretanto, considerando que desde 2014 este componente apresenta resultado negativo, totalizando uma queda de 32%, sua recuperação ainda é gradual.

O consumo das famílias apresentou expansão de 1,9% na comparação com 2017, sendo explicado pela melhora dos indicadores econômicos.  

Por sua vez, o consumo do governo manteve-se inalterado. No setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 4,1%, enquanto as importações de bens e serviços avançaram 8,5%.

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GUERRA COMERCIAL
Quem tem mais chances de ganhar esse jogo?

Este jogo não é trivial e nem parece próximo de haver uma solução definitiva. Para os EUA, uma das consequências da disputa tem se traduzido em ônus para fabricantes e consumidores americanos na forma de preços mais altos.
 
O sucesso ou fracasso de Trump nas negociações será em grande parte medido pelo número de mudanças econômicas e estruturais que ele conseguir extrair do governo chinês, mas isso não será fácil.

Nesta disputa de poder, as exigências americanas interferem em peças importantes para a China, tais como o plano chinês “made in China 2025”. Este plano indica investimentos em novas tecnologias, robótica, veículos movidos a energia limpa, biotecnologia.
Quanto a guerra comercial, a China tem alguma flexibilidade para exportar, também, para Europa e Ásia. No entanto, com um acirramento da crise, há uma estimativa que a China perderia 1.5 p.p do PIB enquanto EUA perderia até 1p.p do PIB.

INFLAÇÃO FEV/2018

Quanto pesa cada grupo no IPCA?*

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Pressões altistas e baixistas:

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O IPCA do mês de fevereiro foi de 0,43%, ante 0,32 no mês de janeiro de 2019. Este valor foi acima da mediana das expectativas do Focus (Ranking do Bacen), que era de 0,38%.

Houve algumas surpresas altistas. No entanto, o consumo das famílias ainda é contido em consequência do desemprego elevado.

Preços administrados são aqueles menos sensíveis às condições de oferta e demanda pois são estabelecidos por contratos ou órgãos públicos. Representando 25,85% do índice no mês de fevereiro.
 
Além disso, muitas vezes são reajustados de acordo com a inflação passada, sendo menos sensíveis ao ciclo econômico.

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* IPCA é o índice mensal que mede a variação de preços de 383 itens que impactam o custo de vida de famílias de rendimento de 1 a 40 salários mínimos. 

INFLAÇÃO E SELIC

Principais destaques da inflação de fevereiro:

O grupo educação avançou 3,53% em relação ao mês anterior devido a reajustes de mensalidades escolares.

No grupo habitação, o destaque altista foi a energia elétrica que passou de -0,13% no mês passado para 1,14%, contribuindo para o aumento de 0,04pp no IPCA. Este aumento ocorreu devido a dissipação do efeito da bandeira verde iniciada em dezembro, além do aumento do PIS/COFIS em diversas regiões.

As passagens aéreas apresentaram uma queda expressiva de -16,65%, mitigando a alta das tarifas de transportes urbanos ocorridas no início do ano.

No grupo de alimentos e bebidas, no subgrupo alimentos em domicílio, houve um aumento de 1,24% em relação ao mês anterior. Esta alta foi puxada pelos preços de cereais, leguminosas e oleaginosas (12,6%), destacando-se o feijão carioca que apresentou aumento de 51,58%. Por outro lado, as frutas (1,43% ante 5,45%) e as carnes (-1,23% ante 0,78%) atuaram com pressões baixistas no índice de inflação.  

No grupo de alimentos e bebidas, no subgrupo alimentação fora do domicílio, houve uma queda de -0,04% em relação ao mês anterior. Esta queda deve-se ao recuo tanto em refeição (-0,22%) quanto em café da manhã (-0,58%).

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O novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, assumiu o cargo com discurso de continuidade ao que vinha sendo realizado pelo seu antecessor, Illan Goldfajn. Este fato colabora para a credibilidade do Banco Central e a ancoragem das expectativas da inflação à meta (4,25%).

Em sua primeira reunião como presidente do BC (março/2019), o Copom manteve a taxa Selic em 6,5% ao ano.

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PREVI - Diretoria de Planejamento

O presente boletim, de caráter informativo, foi produzido com base em dados publicamente divulgados. A PREVI não declara, tampouco garante, de forma expressa ou tácita, que tais dados sejam imparciais, precisos, completos ou corretos. Cenários, análises, projeções, prognósticos e estimativas com base em tais dados estão sujeitos a riscos e incertezas e podem ser, ainda, e a qualquer momento, prejudicados, desconsiderados e descartados, até mesmo como decorrência, por exemplo, de mudanças na conjuntura nacional e/ou internacional, divergências nos critérios e métodos interpretativos e/ou nos fatores de riscos sistêmicos e/ou associados a alterações geopolíticas, políticas, econômicas, sociais, legislativas ou regulatórias. Este boletim não deve, em nenhuma circunstância, ser considerado como indicação, orientação, recomendação ou fonte para tomada de decisões. Compete a cada leitor realizar pesquisas, estudos e análises devidas. Qualquer eventual decisão ou ação é de sua exclusiva responsabilidade, não podendo a PREVI, em nenhuma hipótese, ser de qualquer forma responsabilizada, inclusive, por qualquer perda ou dano, direto ou indireto. A PREVI não assume qualquer compromisso ou obrigação, inclusive de revisar, atualizar ou complementar este boletim. A reprodução, divulgação, distribuição ou compartilhamento não expressamente autorizado deste boletim, ou de qualquer parte dele, sujeitará o infrator às penalidades legais.