|nº 140| Mai 09

EDITORIAL
Imprevisibilidade e recuperação

Continua sendo muito difícil fazer previsões sobre a economia mundial. Diversos indicadores continuam muito ruins, com a recessão e o desemprego liderando as más notícias na maior parte dos países. Mas, ao mesmo tempo, alguns mercados e índices fi nanceiros apresentam melhorias. Os analistas ainda encontram-se cautelosos e confusos com esses sinais. Escaldados pelo que aconteceu em 2008, suas opiniões tendem a se ancorar mais nos dados negativos, e as incertezas transformam-se em projeções quase sempre pessimistas.

A verdade é que não há certezas e parece impossível tê-las. A recuperação da economia mundial vai depender do sucesso dos inúmeros pacotes aplicados pelos governos; o ritmo de retomada provavelmente será diferente entre os países e as regiões; fatores psicológicos vão influenciar consumidores e investidores e, além disso, poderemos ter altos e baixos pela frente, confundindo ainda mais a difícil arte de identifi car tendências.

Deixando de lado essas dúvidas sobre o futuro, o concreto é que o início de 2009 está sendo melhor do que se previa, especialmente no Brasil. A partir de março houve ligeira recuperação do emprego, o consumo manteve-se animado, os investimentos estrangeiros voltaram, o dólar começou a recuar e a bolsa de valores reagiu com imprevisível força (pelo menos até a data em que escrevemos este editorial).

Não são poucos os economistas que veem o Brasil saindo mais cedo e mais forte dessa crise. Se isso ainda não é sufi ciente para sinalizar a recuperação das perdas sofridas em 2008, pelo menos indica oportunidades que podem ser exploradas pelo Governo e pelos investidores privados.

Esse cenário resultou em desempenho positivo para os Planos 1 e PREVI Futuro, que tiveram seus investimentos valorizados, o que permitiu superar a taxa atuarial nesse período. É uma boa notícia para todos nós. É cedo ainda para nos sentirmos tranquilos, mas a recuperação veio antes do que havíamos previsto. Vamos esperar que ela se confirme até o fim do ano e que 2010 realmente marque uma retomada global.

Um abraço, Sérgio Rosa