Edição 199 Setembro/2018

capa

A governança que nos protege

Artigo do presidente da Previ publicado em jornal fala sobre a base sólida da Entidade

Em 6/9, o jornal Valor Econômico publicou o artigo “Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo”, de autoria do presidente da Previ, José Maurício Pereira Coelho. Com o mesmo título da carta escrita para os associados em julho deste ano, logo após sua posse, o artigo fala sobre a importância das melhores práticas da governança corporativa como base sólida da Previ. Confira o texto na íntegra:

Não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo

O título deste artigo não é de minha autoria, mas do escritor e professor Peter Drucker, um dos pais da administração moderna. Desde que me tornei presidente da Previ, em julho de 2018, considero a frase mais adequada do que nunca. Como uma entidade fechada de previdência complementar que cuida do futuro de mais de 200 mil associados, é exatamente isso o que fazemos desde a nossa fundação, há 114 anos.

Ao construirmos uma casa, sabemos que fundação e pilares sólidos são essenciais para levantar paredes firmes, que garantam a estabilidade da edificação e a protejam contra as intempéries. Com uma entidade fechada de previdência complementar não pode ser muito diferente. A governança deve ser o eixo central da credibilidade. É ela que protege os participantes.

Mas como se constrói essa governança? Por meio de normas, processos e controles internos que devem não só atender, mas ultrapassar os requisitos da legislação e as exigências feitas pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar, a Previc. Esse é o segredo para se construir uma estrutura perene, que não muda a cada administração. Gestão após gestão, em tempos de bonança e de tempestade, uma boa governança deve permanecer.

Sabemos que os dias de tempestade chegarão, mais cedo ou mais tarde. Por isso é necessário preparo para enfrentá-los. Os ativos precisam ser sólidos, fortes e resilientes, compostos por empresas da economia real, de setores produtivos. Devem ser investimentos realizados com critérios rigorosos, que rentabilizam ao menor sinal de recuperação da economia.

É o que procuramos fazer, por exemplo, na Previ. Em mais de um século de história, nunca a entidade deixou de pagar benefícios, nem precisou cobrar contribuições extraordinárias de seus associados.

O principal direcionador da governança deve ser a missão da entidade, que se torna o norte de todos os instrumentos utilizados. Citando o filósofo Sêneca, quando se navega sem destino, nenhum vento é favorável. Por isso é tão importante traçar objetivos e planejar, principalmente quando se cuida do futuro de milhares de pessoas. Esse é o papel de um plano estratégico e tático de uma entidade de previdência, que precisa ser robusto e ao mesmo tempo ágil, construído com um horizonte de médio prazo e revisado anualmente.

Além de especificar os objetivos da entidade, o plano estratégico e tático também define quais caminhos serão trilhados para executar esses objetivos. Ele precisa ser conhecido profundamente não só pela administração da entidade, mas também pelos funcionários que trabalham na gestão do fundo.

Outro instrumento fundamental, que também deve ser norteado pela missão, é a política de investimentos dos planos de benefícios, que monitora não só as possíveis dificuldades que serão enfrentadas, mas também novas oportunidades.

No caso da Previ, além dessa base sólida, também existem quatro pilares da governança corporativa, que fortalecem a entidade e possibilitam que problemas conjunturais sejam enfrentados com lucidez e resiliência: o estatuto, que especifica que todos os membros da administração sejam associados da Previ há mais de dez anos, o que resulta em uma gestão altamente comprometida; o modelo de paridade, em que diretoria executiva, conselhos deliberativo, fiscal e consultivos têm metade de seus integrantes eleitos pelos associados, e a outra metade indicados pelo Banco do Brasil, entre seus funcionários da ativa; a estrutura segregada, em que a administração tem separação de funções; e o corpo técnico, formado completamente por associados com expertise no mercado financeiro, que cuida da aposentadoria de 200 mil participantes e do próprio futuro.

As melhores práticas em governança corporativa não devem ser incentivadas apenas internamente, mas também nas empresas em que a entidade têm participação e no mercado como um todo. Investidores institucionais precisam ter consciência do seu papel no desenvolvimento econômico e social, além da sua relevância no aperfeiçoamento das boas práticas de governança.

Essas boas práticas precisam estar intrínsecas na cultura da entidade. No caso da Previ, a ideia é fazer parte do cotidiano de todos os colaboradores. Exercer a governança vai muito além de simplesmente obedecer regras. É preciso sempre estar um passo à frente, com uma visão apurada de longo prazo, que gera segurança para os associados mesmo nos momentos mais turbulentos da conjuntura político-econômica.

Como escrevi no começo do artigo, não podemos prever o futuro, mas podemos criá-lo.

Mais Vistos

INDEX