Edição 201 Abril/2019

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Novo rumos

Cenário econômico depende da conjuntura externa e de mudanças estruturais no ambiente interno

Depois de um longo período de crise na economia brasileira, o país vive uma expectativa quanto a um possível início de processo de crescimento econômico. A inflação está sob controle e, depois da recessão, a economia conta com capacidade ociosa para sustentar o crescimento sem pressão inflacionária durante algum tempo. Os índices de confiança do consumidor e da indústria vêm apresentando certa recuperação nos últimos meses.


Para que haja recuperação da atividade econômica, no entanto, é importante observar com atenção alguns fatores. Um deles é a agenda de reformas econômicas, fundamental para devolver ao Brasil o equilíbrio fiscal, recuperar o grau de investimento do país e dar sustentabilidade ao crescimento no longo prazo. Há uma expectativa em relação a temas como a reforma previdenciária e tributária. Mas é importante ficar de olho na reversão das expectativas se essas mudanças não se concretizarem.

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Cenário externo

Outro elemento importante é o comportamento da economia global. Nos últimos dois anos, o cenário externo foi favorável, com bom fluxo de investimentos para mercados emergentes como o Brasil. Mas também há riscos no horizonte. Alguns indicadores da economia americana, por exemplo, vêm mostrando sinais de que, mesmo com o crescimento atual, os Estados Unidos poderiam entrar em um processo recessivo, o que teria impacto em todo o mundo.

Apesar dessa sinalização, é preciso destacar que a tendência mais provável ainda é de manutenção de um cenário externo favorável. Mas, por segurança, esses fatores de risco foram considerados na elaboração das Políticas de Investimentos de 2019 a 2025. Desse modo, construímos Políticas voltadas para aproveitar, da melhor maneira, as oportunidades proporcionadas pela retomada do crescimento, de acordo com o perfil de cada plano e o equilíbrio adequado de risco e rentabilidade em cada um deles.

Políticas diferenciadas

No Plano 1, isso significa que continuaremos a priorizar a redução da exposição aos investimentos de maior risco, e o aumento da liquidez dos investimentos. Ou seja, se, por um lado, buscamos reduzir o risco de perdas, por outro, procuramos ativos que possam ser convertidos mais facilmente em caixa para o pagamento de benefícios. Isso acontece porque se trata de um plano maduro, que, dentro de poucos anos, será formado exclusivamente por aposentados e pensionistas.

Na prática, a Política do Plano 1 continuará estimulando a venda de ativos em categorias de risco, como a renda variável, e a saída de blocos de controle na participação de empresas. Essa mudança, no entanto, continuará sendo feita de forma gradual e cautelosa, aproveitando oportunidades de vendas lucrativas para a Previ, sem prejudicar o patrimônio dos associados.

No Previ Futuro, por sua vez, buscamos otimizar a relação risco x retorno dos investimentos, de acordo com o nível de risco escolhido pelo participante em seu perfil (Conservador, Moderado, Arrojado e Agressivo). Ao mesmo tempo, com o crescimento do número de aposentados do plano nos próximos anos, começamos a desenhar uma estratégia mais voltada para baixo risco e maior liquidez na parcela de recursos destinada ao pagamento de benefícios.

 

Plano 1: redução da renda variável continua

Movimento será sempre gradual para reduzir riscos e aumentar liquidez, sem provocar perdas.

O forte crescimento dos desembolsos para o pagamento de benefícios nos próximos anos, e o aumento do contingente de participantes, que será formado, exclusivamente, por aposentados e pensionistas em um futuro próximo, exige do Plano 1 estratégias de investimentos para reduzir o risco de perdas. Uma delas diz respeito à priorização de ativos que possam ser convertidos em caixa com mais facilidade, ou seja, investimentos com bom nível de liquidez.

Essa é uma das diretrizes que nortearam a Política de Investimentos do Plano 1 para o período de 2019 a 2025, com recomendações para cada classe de ativos.

Renda Variável: o plano de desinvestimento em renda variável continua nos próximos anos. Como a categoria apresenta maior nível de risco em relação à renda fixa, o objetivo é reduzir, aos poucos, a exposição nessa categoria de ativos. O movimento, no entanto, será gradual para não desvalorizar o patrimônio dos associados.

A venda da participação da Previ na CPFL e o novo acordo de acionistas da Vale, que libera parte significativa das ações para a venda livre no mercado, permitem que essa saída seja feita sem pressa, sempre tendo em vista o chamado desinvestimento líquido. Ou seja, as vendas são prioridade, mas nossa Entidade continuará a comprar ações sempre que isso representar uma boa oportunidade de negócios.

A recomendação de alocação de ativos em renda variável vai de 41,27% a 49,27% na Política do Plano 1.

Renda Fixa: os títulos de renda fixa são ativos importantes da carteira do Plano 1. Os papéis da dívida pública possuem um perfil de vencimento de longo prazo, com boa rentabilidade, características adequadas ao gerenciamento de riscos do Plano. Isso significa que esses papéis, mantidos na carteira até o vencimento, proporcionam o rendimento necessário para cumprir nossas metas atuariais, o que nos dá tranquilidade.

No entanto, observamos que novos títulos disponíveis para compra no mercado vêm oferecendo rendimentos menores, insuficientes para nossos objetivos. O desafio, portanto, é reinvestir recursos à medida que os títulos na carteira vencerem, dentro do equilíbrio de risco e liquidez que desejamos.

Nesse sentido, oportunidades no mercado de títulos de empresas privadas estão em nosso radar, especialmente se a rentabilidade dos títulos públicos não for suficiente para superar a meta atuarial. Também vamos manter uma gestão ativa desses papéis, em busca de boas oportunidades de negócios.

A alocação de recursos para essa categoria de ativos na Política do Plano 1 vai de 40,83% a 48,83%.

Imóveis: o desafio na carteira de imóveis do Plano 1 é a gestão do estoque de ativos, dentro das novas regras estabelecidas pelo órgão regulador do segmento de previdência complementar fechada. A aquisição de novos imóveis está vedada, a não ser por meio de fundos constituídos para este fim. E até 2030, todos os imóveis em carteira devem ser vendidos ou incorporados por fundos criados para administrá-los.

A alocação de recursos em ativos imobiliários vai de 4,07% a 8,07% na Política de Investimentos do Plano 1 para o período de 2019 a 2025.

Investimentos Estruturados: com a estratégia de redução de riscos, a Política de Investimentos do Plano 1 veda novos aportes em fundos de private equity. Desse modo, o objetivo é administrar os fundos em que a Previ está presente, até a fase de maturação. Cabe destacar que esse segmento deu bons retornos ao Plano 1 no último ano. Na Política 2019-2025, a alocação indicada é de até 1%.

Operações com Participantes: esse segmento tem alocação que vai de 1,13% a 5,13% prevista na Política de Investimentos. Trata-se de um investimento com retorno igual à meta atuarial que, ao mesmo tempo, proporciona aos associados acesso à concessão de crédito com taxas mais atraentes que a média do mercado.

Investimentos no Exterior: a novidade nos investimentos da Previ no mercado externo é a possibilidade de aplicar tanto em fundos de renda variável quanto em fundos de renda fixa. A Política de Investimentos do Plano 1 permite uma alocação máxima de apenas 0,50% do patrimônio do Plano nessa categoria.

 

Previ Futuro: diversos perfis, diversas estratégias

Política de Investimentos contempla abordagens diferentes de acordo com o nível de risco escolhido pelo participante.

O Plano Previ Futuro ainda é jovem, aberto a novas adesões e reúne grande número de associados que permanecerão em atividade por bastante tempo. Com isso, a acumulação de reservas previdenciárias representa o aspecto mais relevante da Política de Investimentos do Plano. No Previ Futuro, os recursos são rentabilizados de acordo com o perfil de investimento de cada associado. Como as contas de aposentadoria são individuais, cada participante pode escolher um perfil de investimento adequado à sua própria estratégia, com maior ou menor exposição a risco.

No perfil Conservador, por exemplo, a exposição a investimentos de renda variável, mais arriscados, é de 0%. No outro extremo, no perfil Agressivo, os recursos aplicados nessa categoria podem ir de 40% a 60%. Mas, além desses, os participantes ainda têm a opção de escolher outros dois perfis: Moderado (0% a 20% de renda variável) e Arrojado (20% a 40% de renda variável). E é de acordo com as escolhas dos participantes que a Previ faz a alocação total dos recursos do plano.

Na Política de Investimentos de 2019 a 2025, a Previ elaborou uma estratégia diferenciada para os recursos destinados às aposentadorias. Para esta parte dos recursos buscam-se investimentos com perfil de baixa volatilidade e, ao mesmo tempo, com boa liquidez, fáceis de transformar em caixa para o pagamento de benefícios.

Além disso, como o plano completa 21 anos em 2019, a tendência é de que o número de aposentados cresça nos próximos anos.

Dessa forma, a Política de Investimentos do Previ Futuro para o período 2019-2025 está orientada no sentido da busca por melhores oportunidades, com o objetivo de otimizar a relação risco x retorno das classes de ativos que compõem o patrimônio dos participantes.

Renda Variável: essa categoria de ativos está associada ao desempenho da economia. No entanto, é importante observar que, diante da possibilidade de migração de participantes entre perfis, é necessário que os investimentos do Previ Futuro tenham boa liquidez.

Renda Fixa: no mix de investimentos do Previ Futuro, essa classe de ativos é uma das mais importantes, seja para dar mais liquidez em todos os perfis, seja para dar mais segurança aos recursos destinados ao pagamento de benefícios.

A Política de Investimentos 2019-2025 não trouxe grandes mudanças na estratégia para a renda fixa. De um modo geral, o plano pode trabalhar com títulos públicos com vencimentos mais longos do que no Plano 1, em função da expectativa de desembolso de recursos em prazo mais extenso.

A gestão desses papéis continuará também com a busca por oportunidades em títulos de empresas privadas, especialmente se houver redução na rentabilidade dos títulos públicos. Cabe destacar que o investimento em papéis de empresas privadas será feito sempre dentro do perfil de risco adequado à composição do Plano.

Imóveis: a carteira imobiliária do Previ Futuro ainda está em formação. Com a vedação imposta à compra direta de imóveis pelo segmento de previdência complementar fechada por meio da Resolução CMN 4.661/2018, tende a haver mais apetite por investimentos por meio de fundos imobiliários.

Investimentos Estruturados: novos investimentos por meio de Fundos de Investimento em Participações (FIPs) estão vedados pela Política de Investimentos do Previ Futuro, mas a aplicação de recursos por meio de outros instrumentos classificados na Resolução CMN 4.661/2018, como fundos multimercado e Certificados de Operações Estruturadas, entraram no radar do Plano.

Dentro do segmento, não há previsão para venda de ativos que já estão na carteira do plano no curto prazo. A projeção é de que esses investimentos sejam mantidos até a sua maturação para maior captura de rentabilidade.

Operações com Participantes: as operações com participantes no Previ Futuro já estiveram próximas do limite legal estabelecido. Mas à medida que o patrimônio do plano cresce, esse limite aumenta e há mais espaço para essas operações. Desse modo, foi possível eliminar a fila de espera para financiamento imobiliário no Previ Futuro. Por outro lado, o volume de crédito disponível deve crescer nos próximos anos. Esse segmento oferece retorno correspondente à meta atuarial e com baixo risco.

Investimentos no Exterior: os investimentos no exterior seguem as mesmas regras e estratégias estabelecidas para o Plano 1. Atualmente, os investimentos são feitos por meio de fundos, mas, a partir de 2019, poderão ser feitos não apenas em aplicações de renda variável, mas também em fundos de renda fixa que investem em papéis emitidos no exterior.

 

Você no controle

É importante que o participante do Previ Futuro perceba que deve ser protagonista na gestão de suas reservas. A escolha do perfil de investimento de acordo com seu planejamento pessoal é uma forma de atuar ativamente. Além disso, no App Previ está disponível uma ferramenta que facilita o planejamento: Meu Benefício. Por meio dela, o usuário pode simular qual o valor futuro deseja obter, de que forma e quais as melhores escolhas para o seu futuro.

 

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