Edição 201 Abril/2019

investimentos

Preços: o que mudou na avaliação

Entenda a nova metodologia de precificação dos ativos da Previ e como ela impacta as contas do Plano 1

Houve mudança nas regras para determinar o preço de parte dos ativos da Previ no ano passado. Estamos falando especificamente da Litel, empresa por meio da qual a Previ detém ações da Vale. Isso tem um grande impacto nas contas do Plano 1, uma vez que a participação representa uma parcela importante do patrimônio desse Plano.

Até 2017, a avaliação da Litel/Vale era feita pela projeção do fluxo de caixa da empresa descontado a valor presente. Essa metodologia estima o valor de uma companhia com base na perspectiva de faturamento futuro, incluindo cálculos de risco envolvido na atividade e o tempo necessário para a projeção. Esse valor ficava congelado no balanço da Previ até o ano seguinte. Com isso, o valor do ativo ficava descolado da flutuação diária da Bolsa. Nos momentos de crise, a desvalorização era amortecida.

Em compensação, nos ciclos de alta, a rentabilidade positiva dessas mesmas empresas no mercado não era completamente capturada no balanço. Com o novo acordo de acionistas da Vale, que entrou em vigor em fevereiro do ano passado, entendemos que era o momento de mudar essa metodologia para refletir a nova realidade da companhia.

Livre negociação

O novo acordo prevê que todas as ações da empresa estarão livres para negociação até 2020. Isso inclui os papéis detidos pela Previ por meio da Litel. Um lote significativo desses papéis foi liberado no ano passado. Por isso, a nova metodologia de avaliação começa a incorporar as flutuações da Bolsa.

Mas, por enquanto, não inteiramente. O preço das ações da Litel é fixado no último dia útil do mês considerando a média dos preços dos últimos três meses. Ou seja, a flutuação é suavizada.

Só quando as ações liberadas são distribuídas pela Litel para seus sócios - no caso da Previ, o Fundo Carteira Ativa -, o Fundo marca essas ações diariamente. A dinâmica tem sido a seguinte: o Fundo recebe ações liberadas e as distribui para a Previ (carteira própria).

Esse modelo de precificação vai vigorar temporariamente, até que todas as ações estejam desvinculadas do acordo de acionistas em 2020. No futuro, as ações serão contabilizadas na carteira da Previ de acordo com sua cotação diária.

Em 2018, essa mudança teve um efeito benéfico para o balanço do Plano 1. A valorização das ações da Vale ajudou a impulsionar a rentabilidade do Plano e gerar um resultado positivo no ano.

Flutuação mais intensa

Cabe lembrar que a tendência daqui para frente é de flutuações mais intensas no resultado. Tanto na alta quanto na baixa. Também é necessário destacar que os ativos da Invepar e da Neoenergia, papéis vinculados a acordos de acionistas, com pouca liquidez e que não podem ser livremente negociados em Bolsa, continuam a ser avaliados pela antiga metodologia de fluxo de caixa descontado.

Desse modo, podemos garantir que usamos os métodos de avaliação mais adequados para cada um dos ativos de nossa carteira. Sempre dentro das regras do setor e de acordo com as características de cada um deles. Assim, podemos refletir as verdadeiras condições dos ativos em nosso balanço e cumprir com mais segurança nossa missão de pagar benefícios de forma eficiente e sustentável a todos nós, associados.

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