Edição 188 Junho/2016

recursos do plano

Renda Variável: como, quando e por quê?

Entenda a lógica por trás do investimento que representa quase 50% do patrimônio da PREVI

As ações são um dos principais investimentos da PREVI. A chamada renda variável representa uma carteira de cerca de R$ 75 bilhões. Por isso mesmo, qualquer oscilação positiva ou negativa no mercado acionário tem grande impacto em nossas reservas. Mas como funciona esse tipo de investimento? Quais são os seus riscos e seu potencial de retorno? E por que há uma concentração alta em ativos dessa natureza?

Há diversas modalidades de renda variável. As ações são apenas a mais comum. Como o nome diz, renda variável é um investimento em que não é possível prever a remuneração ou o retorno do capital no momento da aplicação. Essa rentabilidade varia positiva ou negativamente de acordo com as expectativas do mercado.

Expectativas

E como se constroem tais expectativas? Na prática, elas são o resultado da percepção geral em relação à economia, às empresas que emitem ações e à própria dinâmica do mercado financeiro. Vamos dar um exemplo prático: uma empresa que atue com exportações e que tem na China seu principal mercado. Se a economia chinesa desacelera, essa empresa pode ser afetada, o que muda a percepção do mercado sobre as ações da companhia, derrubando seu valor.

Outro exemplo: uma companhia mineradora anuncia a descoberta de uma nova jazida que dobra sua reserva e pode trazer rápido aumento de produtividade nos próximos anos. O mercado reage positivamente e as ações são valorizadas.

O tempo todo, os investidores interpretam essas informações, avaliam as expectativas e tentam se antecipar às tendências. Desse modo, buscam obter o melhor resultado possível em seus investimentos, de acordo com sua estratégia e seu objetivo de pagar benefícios.

Risco e retorno

É importante observar que a renda variável traz mais riscos, o que pode se traduzir em uma rentabilidade maior no caso de um cenário positivo e também em perdas mais intensas quando o cenário é negativo. Isso fica evidente quando analisamos a própria carteira de ações da PREVI ao longo do tempo. Se no último ano ela foi a principal responsável pela rentabilidade negativa nos dois planos da PREVI, também foi a grande influenciadora das rentabilidades muito acima da meta atuarial na última década.

Mas por que manter quase 50% dos ativos da PREVI nessa modalidade de investimento? Para entender como chegamos até aqui, é preciso conhecer um pouco da trajetória de nossos investimentos nas últimas décadas.

A arte de vender

A participação da renda variável nos ativos da Entidade começou a crescer no final dos anos 1990, quando a PREVI participou do processo de privatização de várias empresas. Foram negócios lucrativos. A própria valorização desses papéis ao longo dos anos fez com que a renda variável ganhasse mais peso na carteira de investimentos de nossos planos. A concentração atingiu seu pico máximo em 2007, quando as ações e participações em empresas representaram quase 70% dos ativos da Entidade.

Com o tempo, a tendência é que essa exposição à renda variável diminua no Plano 1 e aumente no PREVI Futuro, de acordo com as estratégias traçadas nas Políticas de Investimentos (ver A renda variável e o Plano 1: menos risco, mais liquidez; e A renda variável e o PREVI Futuro: plano jovem).

A boa gestão de uma carteira de renda variável não depende apenas de se escolher boas ações para comprar. Também é preciso buscar o melhor momento para se desfazer desse ativo. É preciso ter cautela para não comprar uma ação em um momento em que seu preço está caro e vende-la em momento de preço barato, mas que tenha boa perspectiva de recuperação. Vender uma ação quando o seu preço está avaliado abaixo do valor que foi pago na aquisição seria jogar contra o próprio patrimônio. Pois o prejuízo registrado no balanço – que até então era uma perda contábil – se tornaria real. Por isso, a Diretoria de Investimentos busca vender apenas papéis que tenham boa valorização, para capturar essa rentabilidade. Uma estratégia desenhada justamente para defender o patrimônio dos participantes.

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