Edição 184 Setembro/2015

administração

Selecionando os melhores

PREVI aperfeiçoa critérios para escolher os conselheiros que indica nas empresas participadas

Diz o ditado popular que 'o olho do dono é que engorda o gado'. Então, nada mais natural que a PREVI procure estar o mais próxima possível das empresas participadas onde tem ativos investidos. Essa proximidade acontece por meio da presença de executivos escolhidos pela Entidade para os conselhos fiscal e administrativo das empresas nas quais tem participação. Como é necessário que eles sejam cada vez mais capacitados, os critérios de escolha foram alterados para que se possa selecionar efetivamente os que possam apresentar melhor contribuição nos conselhos.

Renato Proença, diretor de Participações da PREVI, explica que a revisão dos critérios de escolha dos conselheiros é uma forma de aperfeiçoar o processo. "Já tínhamos critérios muito bons, mas o tempo e as mudanças do mercado e das próprias companhias nos levam a buscar o aperfeiçoamento dessa seleção constantemente. Afinal, os conselheiros que indicamos para nos representar nas empresas participadas são os olhos da PREVI nessas companhias e, claro, precisam ser profissionais bem preparados", explica Renato.

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Ele acrescenta que o trabalho do conselheiro é atuar pensando sempre no que é melhor para a empresa participada, ajudando a colocar em prática uma boa governança corporativa e, claro, conseguir bons resultados. A seleção é democrática e está aberta a qualquer associado da PREVI que consiga preencher os requisitos necessários. "Nossa ideia é selecionar e indicar bons profissionais. Características como uma boa formação acadêmica, disponibilidade de tempo para exercer a função com qualidade, conhecimento das melhores práticas de governança, experiência executiva e de gestão e conhecimento dos negócios da companhia, entre outras, são fundamentais para que tenhamos os conselheiros mais competentes”, informa Renato.

Segundo ele, a PREVI, que conta atualmente com cerca de 100 vagas para indicação em conselhos de empresas participadas, privilegia profissionais que são também seus associados, mas reserva um percentual entre 5% e 10% das vagas para conselheiros do mercado. “No caso de algumas companhias específicas, trazemos esses profissionais de fora da PREVI, levando sempre em conta sua expertise no segmento da empresa participada", revela.

Para Marta Viegas, conselheira de administração do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), as mudanças feitas pela PREVI na seleção dos conselheiros são um exemplo claro de boa prática de governança. “A implementação de boas práticas de governança corporativa requer um esforço claro e contínuo da alta gestão, o que é difícil e não deve ser subestimado. O conselho de administração é o coração deste esforço e deve ser composto por profissionais preparados e com background e diversidade apropriados para gerar no colegiado discussão e troca de ideias. Neste sentido, a iniciativa da PREVI de reformular os critérios de seleção de conselheiros para as empresas investidas é bastante positiva. A Entidade demonstra a sua preocupação em dotar os conselhos de administração das principais companhias brasileiras com colegiados eficientes e capazes de cumprir a missão de efetivamente estabelecer a cultura da ética e os princípios da boa governança nas veias e artérias corporativas”.

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Uma seleção mais transparente 

Desenvolvido pela Diretoria de Participações, o aprimoramento da seleção dos conselheiros com critérios mais rigorosos tem o objetivo de tornar o processo ainda mais transparente e eficiente. Tanto os atuais conselheiros quanto aqueles que pretendem se candidatar devem ficar atentos às mudanças para estarem aptos a participar da próxima seleção. O prazo para cadastramento, atualização curricular e envio dos documentos comprobatórios vai até o dia 28 de dezembro.

Por conta da necessidade de ter disponibilidade de tempo para se dedicar às empresas participadas, a seleção para conselheiros da PREVI privilegia os candidatos aposentados, sem, no entanto, deixar de classificar e indicar candidatos da ativa do BB. Vale lembrar que, por conta de sua representatividade, os diretores da PREVI também são conselheiros em empresas consideradas estratégicas na carteira da Entidade.

Uma das mudanças no processo seletivo de conselheiros que requer atenção é a obrigatoriedade de comprovação das informações curriculares. Antes, o candidato só apresentava os documentos posteriormente, quando solicitado pela PREVI. Agora, a participação na seleção só será permitida se o candidato comprovar as informações registradas no currículo até o dia 28 de dezembro, data de encerramento das inscrições.

Entre os itens a serem comprovados estão as graduações, pós-graduações, doutorados e qualquer outro tipo de certificação de formação acadêmica; tempos de experiência em cargos de administração e outros cargos específicos; comissões exercidas no Banco do Brasil; atividades docentes em nível superior e conhecimentos específicos (legislação, tributação, governança, RSA etc.). No site da PREVI (www.previ.com.br), é possível visualizar o modelo de currículo vigente e conhecer as informações normalmente solicitadas.

Um destaque nos novos critérios estabelecidos é a definição de que os 300 melhores classificados no ranking de pontuação curricular estarão automaticamente elegíveis para o processo, que deve selecionar cerca de 100 conselheiros. "Esse novo critério busca valorizar a trajetória profissional do candidato e sua formação acadêmica, em sintonia com a complexidade do universo de atuação dos conselheiros e com os desafios enfrentados pelas empresas no atual ambiente de mercado", informa o diretor de Participações.

Nova pontuação

A PREVI também realizou um novo balanceamento da pontuação em alguns módulos do currículo, para valorizar ainda mais a experiência profissional do candidato. Dos 100 pontos possíveis de serem conquistados no preenchimento do currículo, é possível obter 28 com a formação acadêmica, 37 com a experiência profissional, 19 na experiência de órgãos colegiados e 16 com os conhecimentos específicos, em que se destacam as certificações para conselheiros emitidas pelo IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) e pelo ICSS (Instituto de Certificação dos Profissionais de Seguridade Social).

Para deixar o processo ainda mais transparente, agora o candidato passa a conhecer sua pontuação geral ao final do cadastramento. Ao acessar e validar seu currículo, o candidato será informado de sua pontuação individual.

De acordo com as novas regras também foi instituído que, após quatro anos ininterruptos de mandato, o conselheiro terá um intervalo obrigatório de, pelo menos, um ano até que possa receber nova indicação. Os próximos dois processos seletivos – 2016 e 2017 – constituirão um período de transição para a aplicação da regra, de modo a não gerar descontinuidade no acompanhamento das empresas participadas.

A visão dos conselheiros

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Analista master da PREVI, Gilmar Dalilo Wanderley é funcionário da Entidade há cerca de dez anos, e há três é conselheiro em empresas participadas. Conselheiro de Administração Titular da Valepar (controladora da Vale, na qual a PREVI tem participação direta e indireta de 15,61%), conselheiro de Administração Titular no Grupo Litel (veículo de investimento dos fundos de pensão PREVI, Petros, Funcef e Funcesp na estrutura societária da Vale) e coordenador do Comitê Financeiro de Assessoramento ao Conselho de Administração da Vale, Gilmar considera fundamental que um funcionário da PREVI seja conselheiro em empresas participadas.

“É a oportunidade de ter alguém dedicado e focado acompanhando de perto os negócios da companhia. Estar dentro da empresa permite ao conselheiro ter mais conhecimento sobre o negócio e poder participar efetivamente da gestão, dando opinião, tirando dúvidas e auxiliando, de alguma forma, para uma governança mais eficiente, oferecendo direcionamento estratégico e, assim, contribuindo para maximizar os resultados”, avalia Gilmar.

Presidente do Conselho de Administração da Paranapanema – empresa na qual a PREVI tem 23,96% de ativos investidos –, o engenheiro mecânico Albano Vieira é um exemplo de conselheiro que vem do mercado, e não da PREVI. Conselheiro independente indicado desde maio de 2014 para auxiliar na administração da maior produtora de cobre do Brasil, ele foi escolhido exatamente por conta de sua experiência de 42 anos no setor siderúrgico como executivo e conselheiro de companhias como Votorantim, Acesita, CSN, Arcellor e Usiminas, entre outras.

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Para Albano, é fundamental que a PREVI reconheça a importância, quando necessário, de indicar um profissional de mercado para ser conselheiro em uma empresa participada. “As regras para escolha da PREVI são muito eficientes, mas há casos em que o network do mercado, a visão e a experiência financeira, gerados pelo trabalho no Banco, não são suficientes, sendo importante e assertivo escolher alguém do mercado. Dessa forma, com uma experiência mais consolidada e uma visão mais abrangente sobre o negócio, é mais fácil para esse conselheiro fazer um trabalho mais eficiente, oferecendo indicações mais adequadas que gerem retornos positivos à companhia e, consequentemente, para seus investidores”, explica.

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