Edição 182 Maio/2015

recursos do plano

Proteção em ano turbulento

Com alta de juros e queda na Bolsa, gestão ativa minimizou perdas

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O ano de 2014 foi um ano atribulado para o setor de previdência complementar. O mercado passou por turbulências, afetado principalmente pela elevação da taxa básica de juros da economia (Selic) e por fortes quedas na Bolsa de Valores. Em meio a esse cenário, a PREVI buscou tomar decisões com ênfase especial na análise de risco, usando como base a técnica de ALM (gestão de ativos e passivos) e considerando todos os movimentos de mercado na elaboração de cenários de longo prazo. No Plano 1, o objetivo maior foi a preservação do patrimônio do Plano e de sua liquidez para o pagamento de benefícios.

Isso se traduziu em uma rentabilidade total de 2,55% na carteira do Plano 1, abaixo da meta atuarial do Plano para o período, de 11,54%. Segundo Márcio Hamilton Ferreira, diretor de Investimentos, houve oscilações acima do normalmente esperado. “Como temos uma carteira com posições muito robustas e complexas, especialmente no mercado de ações, não é possível mudar o perfil desses investimentos da noite para o dia.”

De fato, com queda de 4,43% no ano, a carteira de renda variável (ações) foi a principal influência negativa no resultado do Plano 1. O impacto nos ativos de renda variável foi especialmente significativo por conta das reavaliações a valor econômico dos papéis sem negociação na Bolsa e em função da instabilidade do mercado. Isso acontece porque a PREVI tem posições consideráveis em ações de empresas que sofreram forte oscilação por causa da instabilidade na economia. Essas variações, no entanto, foram parcialmente compensadas pelas posições em outras empresas menos expostas à volatilidade.

É sempre bom lembrar que, no longo prazo, a estratégia de diversificação, com ênfase em renda variável, mostrou-se acertada. Nos últimos dez anos, enquanto a meta atuarial subiu 188,31%, a rentabilidade da carteira de renda variável da PREVI atingiu 286,92%, tendo sido a principal responsável pela geração de superávits na última década.

Mais liquidez

Merece destaque ainda o desinvestimento nas ações da Usiminas. A participação de 5,07% no capital total da siderúrgica foi vendida por R$ 616,7 milhões. Isso representou um ganho de 82% sobre o valor da ação negociada em Bolsa, configurando um ótimo negócio. Esse tipo de movimento deve se tornar mais frequente nas próximas décadas na carteira de participações do Plano 1 – um plano com maior necessidade de liquidez para o pagamento de benefícios.

Para os próximos anos, o grande desafio da área de investimentos será o equilíbrio entre as carteiras de renda fixa e variável, especialmente no Plano 1. “A PREVI é muito grande para movimentos bruscos ou especulativos. É algo que tem de ser feito de forma muito tranquila, procurando realizar as operações da melhor maneira possível para gerar liquidez com baixo nível de risco e preservando o valor do patrimônio”, afirma Márcio.

O ano da renda fixa

Os investimentos de renda fixa em 2014 foram beneficiados pela alta dos juros e contrabalançaram o efeito negativo da queda das bolsas. Com a elevação da Taxa Selic, a aplicação em títulos públicos se tornou interessante, e a PREVI soube aproveitar bem esse momento. “Foi o ano da renda fixa”, resume Márcio. “Conseguimos alongar o prazo de vencimento de nossa carteira com taxas bastante atraentes. São papéis que certamente ficarão por um bom tempo como alternativa de investimento.” Desse modo, a rentabilidade da carteira de renda fixa do Plano 1 chegou a 13,08%, batendo o índice de referência (INPC + 5,5%), que ficou em 12,07% no período.

Mas a carteira de renda fixa não se limitou aos investimentos em títulos públicos. Outro segmento que mereceu atenção foi o mercado secundário de debêntures (no qual as operações de compra e venda de títulos são realizadas diretamente entre investidores, e não entre as empresas emissoras e os potenciais investidores). “A nossa entrada no mercado secundário é uma nova fonte de alternativas importantes na área de crédito privado para rentabilizar a carteira da PREVI com nível de risco bastante adequado”, avalia Márcio.

Imóveis

Na área de Imóveis, o destaque foi o investimento na reforma de ativos da própria carteira, especialmente na área de shopping centers. É o caso da expansão do Barra Shopping, no Rio de Janeiro, concluída em 2014. Com o fim do período de valorização excepcional dos imóveis nos últimos anos, a rentabilidade do segmento no Plano 1 foi de 13,75%.

“A rentabilidade do mercado imobiliário diminuiu em relação aos anos anteriores, mas estamos tranquilos com o mix da carteira”, diz Márcio. “Não estamos sofrendo muito com vacância de imóveis alugados e, em termos de renegociações, estamos tentando nos adequar, com retornos compatíveis para nossos investimentos.”

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A adesão às boas práticas de sustentabilidade também é uma marca na carteira de imóveis da PREVI. Em 2014, dois empreendimentos – a Torre A do Edifício Parque da Cidade, em Brasília; e o Complexo Logístico Cajamar e Jordanésia, na Região Metropolitana de São Paulo –, receberam certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), certificado ambiental mais importante do mercado imobiliário mundial.

Alocação de recursos do Plano 1 pela Política de Investimentos
Renda Fixa ajuda Plano 1 a compensar queda da bolsa em 2014

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