Edição 182 Maio/2015

recursos do plano

Curto prazo, longo prazo

Em ano difícil, PREVI Futuro busca ganhos mais altos com risco calculado

O ano não foi fácil para o setor de previdência complementar no Brasil. Foi um período de turbulência no mercado financeiro, em que os juros básicos da economia (Taxa Selic) voltaram a subir e a Bolsa de Valores sofreu fortes quedas. O cenário levou a PREVI a adotar uma postura mais conservadora em relação a seus investimentos. Para isso, buscou tomar decisões com ênfase especial na análise de riscos, usando como base a técnica de ALM (gestão de ativos e passivos). Desse modo, todos os movimentos do mercado foram considerados na elaboração de cenários de longo prazo.

Para o PREVI Futuro, isso se traduziu em uma rentabilidade total de 7,64% na carteira de investimentos, abaixo da meta atuarial do Plano para o período, de 11,54%. A postura defensiva de curto prazo, no entanto, foi tática, para evitar perdas em um ano bastante complexo. Num horizonte mais longo, o objetivo maior do Plano é buscar rentabilidades mais altas, com um bom cálculo de risco, para maximizar o retorno e acelerar o processo de acumulação de patrimônio.

Um ano volátil

A volatilidade intensa atingiu principalmente a Bolsa de Valores. Com isso, a carteira de investimentos em renda variável (ações) do PREVI Futuro teve queda de 2,63%, desempenho superior ao IBrX, índice usado como referência nesse segmento, que caiu 2,78%. “A PREVI tem posições consideráveis em ações de empresas que sofreram forte oscilação por causa da instabilidade na economia”, explica Márcio Hamilton Ferreira, diretor de Investimentos. Essas variações, no entanto, foram parcialmente compensadas pelas posições em outras empresas menos expostas à volatilidade.

Na outra ponta da balança, a principal influência positiva na carteira do PREVI Futuro foi o segmento de renda fixa. Beneficiado pela alta de juros, ele contrabalançou o efeito negativo do mercado de ações. É que a elevação da Selic deixou interessante a aplicação em títulos públicos. E a PREVI aproveitou muito bem esse momento favorável. “Foi o ano da renda fixa”, resume Márcio. “Conseguimos alongar o prazo de vencimento da nossa carteira com taxas bastante atraentes. São papéis que certamente ficarão por um bom tempo como alternativa de investimento.” Desse modo, a rentabilidade da carteira de renda fixa do PREVI Futuro chegou a 14,13%, batendo com boa margem o índice de referência (INPC + 5,5%), que ficou em 12,07% no período.

Mas a carteira de renda fixa não se limitou aos investimentos em títulos públicos. Outro segmento que mereceu atenção foi o mercado secundário de debêntures, no qual as operações de compra e venda de títulos são realizadas diretamente entre investidores e não entre as empresas emissoras e os potenciais investidores. “A nossa entrada no mercado secundário é uma nova fonte de alternativas importantes na área de crédito privado para rentabilizar a carteira da PREVI com nível de risco bastante adequado”, avalia Márcio.

Imóveis

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Na área de Imóveis, o destaque foi o investimento em shopping centers. Em 2014, o PREVI Futuro aumentou sua participação no Shopping Metrô Tatuapé, em São Paulo. “Queremos alocar mais recursos do PREVI Futuro em shoppings maduros para poder melhorar a rentabilidade da carteira de imóveis”, afirma Márcio.

A rentabilidade do segmento no PREVI Futuro foi de 8,60%, impactada por aportes em ativos que estão em construção e que não ainda geram renda, uma vez que o PREVI Futuro possui uma carteira em formação, com significativa participação desses imóveis.

“A rentabilidade do mercado imobiliário diminuiu em relação aos anos anteriores, mas estamos tranquilos com o mix da carteira”, diz Márcio. “Não estamos sofrendo muito com vacância de imóveis alugados, e em termos de renegociações estamos tentando nos adequar, com retornos compatíveis para nossos investimentos.”

Os investimentos estruturados, que têm 98% de sua carteira composta por fundos de private equity, continuam a representar uma porcentagem pequena dos investimentos da PREVI. Em 2014, foram cerca de R$ 200 milhões em novas subscrições (recursos que o investidor se compromete a aplicar na sociedade em determinado prazo), valor dividido proporcionalmente entre Plano 1 e PREVI Futuro Hoje, o volume total de subscrições chega a R$ 2,3 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão foi incorporado efetivamente ao negócio.

O objetivo desses fundos é entrar em empresas com potencial de crescimento, turbiná-las e vender a participação anos depois, realizando o lucro dos investidores. “A maior parte dos fundos ainda está em maturação”, explica Márcio. “Acompanharemos sua evolução até que estejam no ponto ideal para serem negociados.”

A rentabilidade do PREVI Futuro no segmento de investimentos estruturados foi de -5,78%, influenciada principalmente pela Sete Brasil.

Hoje, a PREVI detém 2,3% da companhia por meio do fundo FIP Sondas. No PREVI Futuro, esse investimento corresponde a 0,6% do patrimônio do Plano. Ou seja, tem impacto ínfimo sobre o resultado da PREVI. Desde que a Sete Brasil teve seu nome relacionado à Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, a PREVI requereu uma auditoria independente na empresa e vem pressionando os administradores para que apurem os fatos ocorridos e preservem os recursos investidos pelos sócios da companhia.

Alocação de recursos do PREVI Futuro pela Política de Investimentos
Renda fixa eleva rentabilidade do PREVI Futuro em 2014

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