Edição 181 Fevereiro/2015

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Ajuste fino

Nova metodologia das Políticas de Investimentos busca refinar estratégias alinhadas às necessidades de cada Plano

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A PREVI está ajustando os ponteiros para o período de 2015 a 2021, em função do cenário econômico mais desafiador para os próximos anos. Para isso, as Políticas de Investimentos da Entidade ganharam uma nova metodologia, ainda mais afinada com as necessidades de cada Plano. “Essa mudança era necessária porque o Plano 1 e o PREVI Futuro têm perfis diferentes”, explica o diretor de Planejamento Décio Bottechia Júnior. “Isso tem a ver com o Plano Estratégico da PREVI (ver reportagem desta edição Mais Força, mais foco) e com os objetivos maiores da Instituição. As Políticas de Investimentos dão os parâmetros para que a gestão de recursos atinja essas metas.”

Mas o que isso quer dizer na prática? “Enquanto no Plano 1 temos um plano consolidado, fechado e com necessidade de liquidez para o pagamento de benefícios, no PREVI Futuro temos um plano em expansão, aberto, que precisa buscar rentabilidade para pagar melhores benefícios nas próximas décadas”, continua Décio. “Por isso, temos que seguir estratégias específicas para cada um deles.”

A partir desses perfis, portanto, a alocação de recursos dos dois planos seguirá uma estratégia sustentada em três pilares: liquidez, risco e retorno do investimento. Para o Plano 1, trata-se de priorizar a segurança e a liquidez.

“Dentro de nove anos, todos os participantes desse Plano terão condições de requerer a aposentadoria. Temos de estar preparados para isso”, argumenta o diretor. Hoje, a PREVI arca com R$ 9 bilhões anuais em pagamentos de benefícios no Plano 1. Em 2024, quando todos os participantes poderão estar aposentados, estima-se que os desembolsos estarão por volta de R$ 15,5 bilhões, a valores futuros. “Temos recursos hoje para pagar os benefícios”, diz Décio. “Portanto, se mantivermos o valor desse dinheiro ao longo do tempo sem grandes riscos será o ideal.”

Fronteira de Eficiência

Para afinar ainda mais a análise do tripé liquidez, risco e retorno, a Diretoria de Planejamento utiliza, nas Políticas de Investimentos, a ferramenta do cálculo da Fronteira de Eficiência. “Esse método cruza o nível de risco e a rentabilidade estimada para cada investimento”, explica Décio. “Isso permite saber qual o aumento do risco para cada ponto percentual a mais de rentabilidade esperada, e é muito importante para a macroalocação dos recursos. Fizemos uma radiografia dos ativos e suas rentabilidades atreladas ao risco. Verificamos que, em alguns casos, é possível diminuir um pouco do retorno e obter uma redução muito maior em relação ao risco para chegar ao ponto ótimo. Por exemplo, em vez de termos 10% de retorno com risco de 8%, podemos ter retorno de 9% com risco de 5%”, explica o diretor.

O objetivo é evitar qualquer exposição desnecessária ao risco em busca de um ponto a mais de retorno no investimento. O diretor de Investimentos, Márcio Hamilton, responsável pela execução das Políticas, complementa: “Vamos configurar a carteira de investimentos de forma ainda mais adequada, posicionando-a de forma sutil no longo prazo para fazer frente ao pagamento de benefícios aos associados do Plano 1 até 2080 aproximadamente.”

A ferramenta será útil para os dois planos, mas especialmente importante para o Plano 1. “Não podemos perseguir superávits de forma agressiva e colocar em risco o patrimônio que garante os benefícios”, diz o diretor de Planejamento.

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