Edição 180 Setembro/2014

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Como ser grande

Professor da Universidade da Califórnia, Morten Hansen alerta que é preciso mais do que criatividade; é necessário manter-se vivo no mercado. Ele foi um dos palestrantes do Encontro de Governança

180- capa- morten hansen.jpgPara o norueguês Morten Hansen, professor da Universidade da Califórnia e coautor do livro Vencedoras por Opção (Great by Choice, no original), o sucesso não acontece por acaso. “Empresas não se tornam grandes porque tiveram sorte, e sim por causa das pessoas e de suas decisões estratégicas precisas, que avaliam o cenário em que estão inseridas. Elas se tornam grandes justamente por saberem agarrar esse momento”, explicou.

Hansen apontou cinco fatores para as empresas prosperassem em tempos de incerteza e que as tornaram realmente grandes e diferentes das outras. O primeiro fator, segundo Hansen, é que elas tinham o que ele chama de liderança 10x: líderes disciplinados, “paranoicos” e criativos. O segundo fator é que essas empresas conseguiram seguir a chamada “marcha das 20 milhas” em passos constantes e sem mudanças radicais.

O terceiro ponto se relaciona com o fato de que essas grandes empresas tinham um processo inovador baseado na experimentação. “Antes de investir em um grande projeto, elas fazem testes em menor escala até ter certeza da decisão de ampliar o alcance de sua estratégia, em vez de arriscar todo o investimento de uma vez num lançamento de grande alcance”, disse Hansen. “Dão vários disparos de revólver para treinar e localizar o alvo, em vez de disparar uma bala de canhão às cegas”, comparou.

Já o quarto item da lista de Hansen é o fato de elas liderarem acima da “linha de morte”, ou seja, serem prudentes em gerenciar os riscos, não ousando demais. “Em um mundo repleto de mudanças, especialmente no ambiente corporativo, é preciso mais do que criatividade: é necessário manter-se vivo no mercado”, alertou.

E, por último, essas empresas mantiveram-se fiéis a suas receitas de sucesso, adaptando seletivamente seus modelos de negócios às novas circunstâncias, mas sem mudanças drásticas. “Muitas empresas faliram por mudarem radicalmente. É um erro fazer mudanças assim, abandonando a fórmula que as tornaram grande”, observou Hansen. “Se você não está trabalhando com nenhuma inovação, é preciso inovar, mas de forma cautelosa. Já uma boa maneira de fracassar é ficar arrogante, uma das características mais perigosas para um líder de empresa.”

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Morten Hansen no Encontro de Governança: é necessário manter-se vivo no mercado

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