Edição 180 Setembro/2014

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Contribuindo para a longevidade

Conselheiros, gestores de recursos e executivos discutiram sobre seus papéis na longevidade das empresas no Encontro de Governança

Simone Azevedo, da Revista Capital Aberto, moderou o painel que fechou o evento e destacou a seguinte questão: diante de tanta responsabilidade, qual o papel de investidores, conselheiros e executivos na longevidade das companhias?

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Wilson Ferreira, presidente da CPFL, acredita que essa longevidade pressupõe a criação sustentável de valor dentro da organização. “O desenvolvimento do planejamento estratégico é importante. Cabe ao executivo, ao gestor, compartilhar a identificação dos riscos e tratá-los de forma aberta e transparente. Essa governança tem um aspecto público. Fazendo isso, temos clareza de como os resultados foram obtidos, especialmente para que os analistas possam entendê-los também”, explicou.

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Segundo Pedro Rudge, sócio fundador da Leblon Equities, os gestores de investimento têm visão e mandato de curto prazo. Com a memória inflacionária e juros altos no Brasil, a maioria deles acaba tendo dificuldade para enxergar o cenário de longo prazo. “Eles deveriam agir como donos, ter interesse econômico e sentir no bolso suas decisões”, acredita Rudge, que defende um modelo de remuneração para administradores e conselheiros atrelado a resultados de longo prazo.

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Para Pedro Wongstschowski, conselheiro de administração da Ultrapar, a expectativa é de que os acionistas se interessem mais pela companhia e participem das assembleias gerais, pois muitas empresas têm dificuldade de atrair seus investidores. “Uma vez eleito, o conselheiro passa a trabalhar pelo interesse da companhia; quem eventualmente venha a ser eleito, muitas vezes, já não é mais sócio, e o papel do Conselho de Administração é dar estabilidade para a empresa. Logo, sua responsabilidade é ainda maior: seu papel é dar previsibilidade para permitir que a companhia seja longeva em um mercado que dá muita ênfase às questões conjunturais.”

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Reflexões produtivas

Ao reunir quase 500 pessoas no Rio de Janeiro, o Encontro serviu mais uma vez para aproximar fundos de pensão, investidores, conselheiros, executivos de empresas e gestores de recursos. “A interação nos intervalos é tão importante quanto as palestras em si”, avaliou Maria Gurgel, presidente da Valia, fundo de pensão da Vale. “Além disso, a troca de informações é importante, porque em dimensões diferentes, cada fundo de pensão enfrenta os mesmos problemas e preocupações.”

George Kerr, gerente de Desenvolvimento de Negócios da gestora de recursos Aberdeen do Brasil, elogiou a pauta do Encontro e o alto nível das apresentações técnicas. “A aproximação entre os fundos de pensão e os agentes de mercado é fundamental, já que há poucos investidores de longo prazo no país e a visão de curto prazo predomina”, disse.

Paulo Lemos, conselheiro de administração da Neoenergia, destacou por sua vez os painéis de apresentação de casos concretos das empresas Kepler e Tupy. “Também é muito importante estar aqui para estreitar contatos com outros conselheiros”, afirmou.

Vanessa Moraes, sócia da Argúcia Capital Management, acha que o Encontro é uma ótima oportunidade para discutir temas que se perdem no atropelo do dia a dia. “É um momento de reflexão produtiva”, disse. Priscila Mendes, responsável do Banco BTG Pactual pelo relacionamento com a PREVI, resumiu: “Nota 10. As palestras foram úteis, relevantes e atuais.” 

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