Edição 170 Março/2013

recursos do plano

Vitória em cenário desfavorável

Incertezas na economia mundial não impediram superação da meta atuarial

Depois de um ano com números abaixo dos esperados, os investimentos do PREVI Futuro conseguiram um bom resultado em 2012. Com rendimento total de 13,74%, eles bateram a meta atuarial (INPC + 5,5%, ou seja, 12,04%), que corresponde à rentabilidade mínima projetada para que os recursos investidos garantam o pagamento dos compromissos do Plano. O bom desempenho acontece em meio às incertezas na economia mundial que provocam oscilações na Bolsa de Valores e dificultam a obtenção de rentabilidades elevadas. “Antes, tínhamos um volume de renda fixa numa taxa tão superior ao atuarial que a Bolsa era um luxo para nós. A Bolsa indo bem, íamos maravilhosamente. Indo mais ou menos, íamos muito bem. Isso acabou”, diz Dan Conrado, presidente da PREVI.

Por esse motivo, a estratégia em 2012 foi buscar maior diversificação na carteira de ativos, de modo a compensar a redução da rentabilidade. “O principal fator considerado é: que benefício queremos pagar ou que benefícios vamos pagar ao final de 30 anos de contribuição?”, pergunta Vitor Paulo Gonçalves, diretor de Planejamento.

Tal diversificação leva em conta um balanceamento do risco entre diferentes tipos de investimentos. São setores e classes de ativos complementares, em que eventuais perdas em uma área são compensadas por ganhos em outras. Os altos e baixos da Bolsa em 2012 são um bom exemplo dessa estratégia. “Além da diversificação, outro aspecto importante é a capacidade de avaliar risco de crédito. “Não tínhamos participação em nenhum dos bancos que sofreram intervenção no ano passado”, diz o diretor de Investimentos Renê Sanda.

Por se tratar de um plano jovem, ainda em fase de acumulação, o PREVI Futuro permite maior alocação de recursos em investimentos de renda variável. Isso acontece porque há um horizonte de longo prazo para o início do pagamento dos benefícios à maioria dos participantes do Plano, o que permite que os gestores corram riscos maiores para aumentar a rentabilidade. Em 2012, os investimentos do PREVI Futuro em ações tiveram retorno de 11,84%, apenas um pouco abaixo da meta atuarial, porém acima dos principais indicadores da Bolsa. Nos investimentos realizados por meio de fundos de ação, o resultado chegou a 18,99%. A movimentação foi intensa; o volume de compras e vendas de papéis de renda variável atingiu R$ 1,76 bilhão no ano.

Imóveis em alta

Como parte da diversificação de investimentos, o PREVI Futuro aumentou sua participação no mercado de imóveis. A alocação de recursos nesse segmento chegou a pouco mais de R$ 88 milhões, o equivalente a 2,4% do patrimônio do Plano. Em 2013, a meta é ainda mais ambiciosa: chegar a 8% do investimento total, limite estabelecido pelo regulamento previdenciário para a alocação no setor imobiliário.

Os investimentos no setor tiveram um retorno de 16,64% em 2012 e a PREVI aposta no segmento como uma área estratégica. O foco dos investimentos está em edifícios corporativos de alto padrão com certificações ambientais, shopping centers e condomínios logísticos. Uma aquisição importante para a carteira do PREVI Futuro foi a compra, por R$ 8,17 milhões, de 10% do shopping center e de uma das torres corporativas do Condomínio Parque da Cidade, a serem construídos na Marginal Pinheiros, em São Paulo. O restante do empreendimento foi comprado pelo Plano 1.

Renda fixa reavaliada

As aplicações em títulos públicos tiveram um retorno acima da meta atuarial, chegaram a 14,49% em 2012. Parte da rentabilidade obtida no ano passado veio das operações de troca de papéis, de prazos mais curtos por prazos mais longos de vencimento, que proporcionaram bom retorno. No entanto, a queda da Selic, taxa básica de juros da economia, vem tornando esse investimento cada vez menos atraente.

Por isso, uma das tendências para 2013 é de aumento nos investimentos em títulos privados, ou seja, papéis emitidos por empresas privadas para captar crédito no mercado. Eles têm maior nível de risco, mas também possibilidade de melhor rendimento. “Começamos um processo de análise do risco privado em 2012. Já temos esse mapeamento e todos os parâmetros que devem ser considerados para aplicações em títulos de renda fixa privados. Ou seja, estamos aptos a investir com segurança”, diz Vitor Paulo.

No entanto, explica o diretor de Planejamento, as oportunidades nesse segmento não se concretizaram no ano passado. “Não aconteceram ofertas em que houvesse oportunidade de participar de maneira tão significativa quanto o mercado sugeriria”, lamenta Vitor Paulo. “Até porque os próprios bancos colocadores ficavam com alguns títulos reconhecidos como bons.”

Desafio para 2013

Um dos desafios a ser enfrentados pelo PREVI Futuro a partir de 2013 é a redução da meta atuarial, determinada pela Superintência Nacional de Previdência Complementar (Previc). A meta foi reduzida de INPC + 5,5% para INPC + 5% no final do ano passado, e até 2018 terá de cair para INPC + 4,5%. Na prática, isso significa reduzir a projeção de rentabilidade dos investimentos, o que vai exigir mais esforço da PREVI e dos participantes.

A PREVI está fazendo a sua parte: revendo periodicamente sua estratégia de investimentos e de gestão dos recursos, e buscando aumentar ainda mais sua eficiência operacional. Você também pode trabalhar a favor de uma aposentadoria mais confortável, aproveitando as oportunidades para aumentar o saldo de conta. Para isso, você pode fazer a contribuição de evolução na carreira (2B) pelo percentual máximo, que tem contrapartida do Banco, e a contribuição exclusiva do participante (2C), que pode ser mensal ou esporádica.

Para Dan Conrado, a situação é confortável. “Enquanto tem fundo de pensão que tem de baixar de 6% para 4,5%, nós temos que baixar de 5% para 4,5%”, compara. “Então, estamos num momento de muita tranquilidade”, conclui o presidente.

O total dos ativos do plano PREVI Futuro saltou de R$ 2,82 bilhões para R$ 3,77 bilhões, crescimento de mais de 30%. Para o diretor de Seguridade, Marcel Barros, o desempenho reflete a boa situação do PREVI Futuro. “Temos uma situação bastante consistente em termos de reservas”, diz. “Trata-se de um plano em formação, em crescimento, que já começa a pagar benefícios a partir de 2013, quando teremos a primeira leva de participantes em condições de se aposentar.”

Fronteira externa

As Políticas de Investimentos para 2013 permitem que a PREVI invista no exterior. Serão R$ 350 milhões em recursos do Plano 1 e do PREVI Futuro, a serem alocados em fundos de investimento em que a Entidade terá uma participação máxima de 20%.

“É uma grande oportunidade de liderar, num movimento que pode ser a ponta de um iceberg”, diz Renê Sanda, diretor de Investimentos. “Estamos falando em fazer o primeiro investimento fora do país e mirando algo parecido com o Chile, que já tem mais de 20% dos seus ativos no exterior. Então, fazer esse primeiro movimento, e fazer certo, me parece que é uma imensa responsabilidade. E também será um aprendizado importante para, quem sabe, no futuro, alçarmos voos maiores em investimentos no exterior.”

Sustentabilidade no novo Código de Governança Corporativa

A PREVI inclui a sustentabilidade na nova versão do Código de Governança Corporativa, apresentado no ano passado, no Rio de Janeiro. Para o diretor de Participações, Marco Geovanne, o Código quebrou alguns paradigmas. “O ano de 2012 foi um marco na reaproximação com outros investidores nacionais e internacionais, que debateram conosco o nosso Código de Governança, mostrando uma PREVI mais aberta e participativa em relação aos demais agentes do mercado”, diz. Isso se refletiu na 13ª edição do Encontro de Governança Corporativa, que teve seu público ampliado.

O olho dos participantes

Em 2012, a PREVI retomou o Programa de Visitas às Empresas Participadas, que levou pessoal da ativa e aposentados a unidades operacionais de algumas das principais companhias nas quais possui participação acionária. Com isso, participantes puderam conhecer as instalações do MetrôRio (Invepar), Termopernambuco (Neonergia), BRF, Randon e Embraer. O Programa prossegue em 2013: a primeira visita foi feita às operações da América Latina Logística (ALL) em Curitiba. Ainda que algumas das empresas visitadas não façam, por enquanto, parte do portfólio de investimentos do PREVI Futuro, é importante que os participantes conheçam essas empresas e como a PREVI investe nelas.

PREVI Futuro teve rentabilidade de 13,74%

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