Edição 166 Agosto/2012

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Empréstimo Simples: ainda o mais vantajoso

O corte nos juros básicos da economia e a subsequente queda nas taxas cobradas pelos bancos em empréstimos pessoais não foram suficientes para desbancar o Empréstimo Simples (ES) da PREVI

Mesmo com a segmentação por faixa etária no Plano 1, os encargos do Empréstimo Simples podem chegar à metade do que é cobrado por linha de crédito de uma das instituições financeiras estudadas.

Considerando um Empréstimo Simples de R$ 110 mil, em 96 meses, para um participante do Plano 1, com 70 anos de idade ou mais, ele teria uma prestação inicial de R$ 1.822,50 e um total de encargos de R$ 56.636,68, já considerando a evolução da prestação de acordo com os reajustes anuais do contrato. Isso significa um Custo Efetivo Total (CET, custo total da operação de crédito expresso em forma de percentagem anual) de 13,05%, contra um custo total de 19,70% do banco com a taxa mais baixa do mercado.

Situação semelhante ocorre nos empréstimos do PREVI Futuro. Para um empréstimo de R$ 35 mil, com prazo de 60 meses e prestação inicial de R$ 746,38, o total de encargos chegaria a R$ 10.058,07, com um CET de 11,15%, contra um custo total de 17,92% cobrado em empréstimo similar pelo banco mais competitivo do mercado.

Se uma Entidade busca uma determinada rentabilidade para os seus recursos, ela não pode emprestar dinheiro com uma taxa inferior, porque isso prejudicaria o seu patrimônio. Vale lembrar que os recursos de uma Entidade pertencem a todos os seus associados e que nem todos têm empréstimos ou financiamentos imobiliários.

Hoje, 102 mil participantes movimentam uma carteira de empréstimos de R$ 3,8 bilhões na PREVI. E por que, diante da queda dos juros, a Entidade não reduz ainda mais as suas taxas? A resposta é simples: porque a regulamentação não permite. De fato, os fundos de pensão não podem cobrar taxas inferiores a suas metas atuariais nas operações de crédito. No caso da PREVI, essa taxa é de 5% + INPC, no Plano 1, e de 5,5% + INPC, no PREVI Futuro.

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Para o economista José Dutra Sobrinho, as taxas de juros oferecidas pela PREVI são bastante atrativas. “Uma taxa de 5% ao ano, como é cobrada nos empréstimos do Plano 1, é bastante convidativa, mesmo com a correção pelo INPC, pois o indicador é pouco volátil, com variação pequena”, ressalta. Além disso, é preciso lembrar que, para os aposentados, o reajuste das prestações pelo INPC acompanha o indicador do reajuste dos benefícios, o que ajuda a manter equilibradas as contas do participante.

Dutra lembra ainda que, apesar do peso dos demais encargos, a taxa de juros é o elemento decisivo na composição de uma dívida. “A soma simples das prestações não é o mais importante. O que vai determinar se o financiamento vale mesmo a pena é o juro, que é o custo do dinheiro”, diz. “Sempre é bom pesquisar em mais de uma instituição, além de verificar os custos de administração e outras taxas, que também têm seu peso.”

Diante da expansão da oferta de crédito, o economista lamenta que os brasileiros tenham pouca cultura de orçamento doméstico. “Não existe uma tradição de controle orçamentário”, diz. “Normalmente, saber o dinheiro que entra é fácil, difícil é saber quanto sai”, continua. Quando há esse controle, argumenta Dutra, é possível ter mais domínio sobre o crédito. “A partir daí, é possível determinar quanto você pode pegar de financiamento e em quantas parcelas”, conclui.

Zelosa com a educação financeira e previdenciária, a PREVI tem publicado regularmente no site e na Revista matérias sobre esses temas. Sem a pretensão de “ensinar a missa ao vigário”, a PREVI acredita que, com conhecimento sobre os assuntos, é possível para cada participante tomar decisões adequadas e administrar da melhor maneira seu orçamento pessoal.

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