Edição 160 Agosto/2011

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Prevenção, palavra para levar a sério

Para o médico Renato Veras o caminho para a longevidade se resume à palavra prevenção

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Para o médico Renato Veras, diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) – projeto de referência mundial realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro –, é notório o fato de que a população idosa está vivendo cada vez mais, com grande parte dela chegando aos 90 anos, e muitos ultrapassando a barreira dos cem anos (leia a reportagem Mais de 100 anos, na pág. 16). “Viver mais é importante, desde que se consiga agregar qualidade a estes anos adicionais de vida”, avalia. Para o especialista, o caminho para se chegar a tal resultado se resume à palavra prevenção.

“É fundamental que, a partir dos 40 anos, redobremos os cuidados com o corpo”, aconselha. “É necessário fazer o monitoramento constante das doenças prevalentes, como hipertensão, diabetes, problemas cognitivos, ósteo-musculares. Se as pessoas tiverem noção do quão importante é fazer essa prevenção e a manutenção da saúde, vamos poder aproveitar muito mais a extensão do tempo de vida que a população está ganhando no decorrer dos anos”, avalia.

Aproveitando a idade

Para melhorar a qualidade de vida também é fundamental ter projetos. Para Veras, as pessoas têm de entender que, após se aposentarem, é provável que tenham mais 30 ou 40 anos de vida para aproveitar, e que há quem consiga passar mais tempo aposentado do que trabalhando. “Por isso, é preciso ter projetos de vida, para ocupar esse ‘tempo livre’ fazendo coisas que ocupem a mente e façam bem à sua saúde. Os trabalhadores devem encarar a aposentadoria como o momento da conquista de todo seu esforço ao longo da vida”.

“É claro que fazer esporte, ler, caminhar é muito bom para o idoso, mas nem todos gostam ou podem fazer isso”, continua Veras. “Então, se estiver com a saúde monitorada, ele pode e deve fazer o que quiser, seja entrar para um grupo de teatro, participar de competição de baralho na praia ou aprender a nadar. O que importa é estar saudável para poder curtir a velhice”, avalia.

Para curtir essa velhice saudável, a previdência se torna um fator cada vez mais vital. “Com mais longevidade, as pessoas vão precisar receber benefícios por muito mais tempo e os sistemas de previdência complementar serão ainda mais importantes do que são hoje”, avalia Albuquerque, do IBGE.

A PREVI está preparada para enfrentar esse desafio e atender às necessidades de seus participantes no futuro. Especialmente porque a longevidade dos seus participantes é mais alta do que a média dos brasileiros. Por isso, a entidade revisa constantemente seus cálculos e – se necessário – muda a chamada tábua de mortalidade, parâmetro que indica a expectativa de vida para cada faixa etária. Pela tábua atual adotada pela PREVI, um participante do sexo masculino, com 18 anos de idade, tem uma expectativa de viver aproximadamente 81 anos. Se for mulher, cerca de 85. Tal como ocorre com a população brasileira, as mulheres tendem a viver mais do que os homens.

Na verdade, as tábuas são apenas uma das hipóteses utilizadas para apuração do cálculo atuarial (compromisso total com o pagamento de aposentadorias e pensões), que considera também fatores como as taxas de juros dos planos e as projeções de inflação no médio e longo prazo. Mas subestimar ou superestimar a projeção de longevidade dos participantes poderia conduzir a estratégias equivocadas. O fato de possuir um grande número de participantes permite à PREVI realizar estudos estatísticos adequados ao perfil etário dos seus participantes. Estudos que poucas entidades de previdência conseguem realizar.

Futuro planejado

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Um bom rendimento de aposentadoria é importante para a qualidade de vida na terceira idade. Aposentado desde 1996, Arnaldo Benini aproveita bem os benefícios conseguidos pela contribuição ao Plano 1, que fez durante seus 30 anos de funcionário do Banco. Aos 65 anos, com três filhas criadas, ele joga tênis quatro vezes por semana e viaja com a mulher pelo Brasil e pelo mundo. “Eu me aposentei aos 49 anos e, graças ao benefício da PREVI, posso viver tranquilamente, fazendo o que gosto e curtindo a família. Por isso, quando me perguntam se valeu a pena contribuir durante todos esses anos, eu não tenho dúvidas em dizer que sim”.

Benini começou a jogar tênis aos 35 anos, quando inauguraram a quadra do esporte na AABB de Campinas. Hoje, o tênis é para ele também terapia e diversão, levadas a sério. “Se Deus quiser, ano que vem irei participar da etapa do Mundial que acontecerá na Croácia”, diz. “A aposentadoria me permitiu isso: unir o esporte ao lazer, participando de competições em São Paulo, no Brasil e pelo mundo. Era exatamente isso que eu esperava fazer quando parei de trabalhar: ter uma boa qualidade de vida para curtir a família, viajar e me divertir.” Como diz o participante aposentado Amilton Maciel, num trecho do poema que nos enviou por e-mail ao responder as felicitações pelo 80º aniversário:

“Já estou há oitenta anos na escola da vida!

Nem por isso, no entanto, sinto-me formado,

Ou pronto para a prova final, que é sofrida

Para quem não cuidou de um preparo adequado...”

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