Edição 160 Agosto/2011

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Preparando a retirada

Confira a entrevista com o psicólogo Ricardo Martins da Luz, funcionário do Banco desde 1983 e um dos responsáveis pelo programa Orientação Profissional do Banco do Brasil

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Para viver a aposentadoria de maneira saudável, o trabalhador deve se preparar para ela. É o que explica o psicólogo Ricardo Martins da Luz, funcionário do Banco desde 1983, um dos responsáveis pelo programa Orientação Profissional do Banco do Brasil – Vida Ativa, que ajuda os funcionários a elaborar um projeto de vida pós-aposentadoria. “Esse projeto deve contemplar aspectos sociais, econômicos, afetivos e de saúde física e mental, de forma a favorecer uma transição consciente e planejada”, diz Luz. Ele afirma que escolhemos o estilo de vida que queremos ter em nossa aposentadoria. “Está em nossas mãos usufruir desse tempo, que é nosso. Se não o preenchermos com atividades que nos dão prazer, corremos o risco de que outros o ocupem por nós.”

A aposentadoria deve ser considerada um ponto de chegada ou de partida?

Podemos considerar tanto de uma como de outra forma. É um ponto de chegada, pois estamos encerrando um ciclo. É uma etapa que termina e traz perdas, principalmente em relação ao grupo de colegas que se construiu no decorrer de muitos anos. Também é um ponto de partida porque é um recomeço, um segundo tempo indefinido que cabe a nós preencher da maneira mais adequada e prazerosa possível. De preferência, com muita saúde física, mental, social e espiritual.

Que impacto psicológico a aposentadoria pode trazer?

A aposentadoria é um momento que envolve perdas: de poder e prestígio que o cargo conferia; da identidade profissional do “sobrenome” Banco do Brasil. Fazer de conta que não estamos sentindo essas perdas é autoengano. O saudável é reconhecer o que tínhamos de bom antes e não teremos mais, e, ao mesmo tempo, saber que temos um mundo de possibilidades a nossa frente.

Como preencher o vazio deixado pelo fim da vida profissional?

Ter objetivos é uma boa estratégia. E não precisam ser objetivos grandiosos. O importante é serem relevantes para nós. Pode ser retomar aquele sonho da juventude de aprender a tocar um instrumento, a falar o idioma dos antepassados, a pintar, ou planejar uma viagem dos sonhos. Agora, temos um artigo raro e muito disputado: tempo! Mas devemos nos cuidar para não trocarmos uma rotina estressante e por vezes aborrecida por outra igualmente estafante.

Como combater uma depressão pós-aposentadoria?

Ninguém fica deprimido porque se aposentou. Se a pessoa apresenta um quadro de depressão é porque já tinha essa predisposição, e a aposentadoria apenas serviu como gatilho. O importante é o estado geral de saúde ao longo de sua vida pré-aposentadoria. É como a pessoa lida e lidou com sua saúde física, mental, social e espiritual. Se lidou bem com isso durante a vida produtiva, tenderá a se manter assim durante a aposentadoria. O contrário também é verdadeiro.

Qual a importância de uma vida social ativa para a saúde mental?

 Somos seres relacionais, construímos nossa identidade individual na convivência com o outro. O candidato a aposentado deve, antes de sair do Banco, buscar vincular-se a grupos de pessoas com interesses em comum, se possível, diferentes dos que tem hoje no trabalho, pois esses grupos compensarão a perda da vinculação anterior aos colegas e à rotina na empresa.

Pensando em se aposentar?

Antes mesmo de completar os requisitos necessários para a aposentadoria, costumam surgir dúvidas sobre o melhor momento para sair do Banco, o valor a ser recebido, como encaminhar a papelada etc. Para ajudar a tomar uma decisão, a PREVI presta assessoria previdenciária por telefone, em dia e hora marcados. O atendimento deve ser agendado pelo 0800-729-0505 ou pelo Fale Conosco do site. 

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