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Gestão

COMO A PREVI DECIDE SEUS INVESTIMENTOS

Processo de decisão é um dos segredos do bom desempenho na administração do patrimônio dos associados

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A Previ tem uma responsabilidade gigantesca junto a seus participantes, que se traduz na missão de garantir o pagamento de benefícios a todos nós, associados, de forma eficiente, segura e sustentável. O patrimônio acumulado de mais de R$ 250 bilhões é o instrumento por meio do qual a Entidade cumpre essa missão e realiza seu Propósito de cuidar do futuro das pessoas.


Para isso, ela investe os recursos, buscando sempre a melhor relação entre risco, retorno e liquidez, de acordo com o perfil de cada plano de benefícios. No Plano 1, em que mais de 90% dos participantes já recebem benefícios complementares, busca-se reduzir o risco e aumentar a liquidez para o pagamento de benefícios. No Previ Futuro, o objetivo é maximizar o saldo acumulado do participante, dentro dos limites de risco escolhidos pelo associado em seu perfil de investimento. Essas estratégias são desenhadas para superar em rentabilidade os principais índices de referência de cada classe de investimento e atingir a remuneração adequada ao capital no longo prazo.

Não é uma tarefa simples. Afinal, como saber onde e quanto investir, qual o risco razoável para cada investimento e ainda garantir que essas decisões sejam tomadas de forma controlada e transparente?

Basicamente, o processo de decisão dos investimentos na Previ passa por três etapas bem definidas: o planejamento, a execução e o controle.

Muralha da China

Essa separação é o que se chama no mercado de Chinese Wall ou Muralha da China. Uma barreira que impede interferências de uma área na outra, que poderiam levar a decisões equivocadas, e preserva as respectivas independências de atuação. Essa regra de ouro é obedecida fielmente e permite uma tomada de decisão mais criteriosa e segura, reduzindo o risco e dando mais transparência ao processo decisório. “Esse modelo é seguido há décadas e, embora sempre caiba aprimorá-lo, ele é básico para qualquer decisão de investimento na Previ”, explica Marcelo Otávio Wagner, diretor de Investimentos.

O caminho do investimento começa na Diretoria de Planejamento (Dipla), que é ocupada por um dirigente eleito pelos associados. Lá, é elaborada a Política de Investimentos, um documento revisado anualmente – ou sempre que necessário –, construído para um horizonte de sete anos. A Política funciona como uma bússola para orientar a tomada de decisões e traz todas as diretrizes dos investimentos dos planos da Previ.


Nessa fase, são realizados estudos sobre cenários futuros e seus impactos nos diversos mercados, produtos e setores da economia. Os fatores de risco também são analisados em profundidade. São realizadas ainda simulações de ALM (sigla em inglês para Asset Liabilty Management), que é o casamento entre passivos e ativos – ou seja, a conciliação entre quanto o plano possui em investimentos e as obrigações com pagamentos de benefícios ao longo dos anos, fundamental para a perenidade de uma entidade de previdência complementar.

Paula Goto, diretora de Planejamento, explica que a evolução dos cenários é acompanhada constantemente, de forma independente da revisão anual. “Isso é importante, especialmente em momentos de grande volatilidade, como o que temos passado desde 2020”, explica.


Com base em diretrizes, critérios e parâmetros compreendidos na Política de Investimentos, a Diretoria de Investimentos, ocupada por um dirigente indicado pelo Banco do Brasil, é responsável pela execução. Para isso, a equipe técnica da área analisa as propostas específicas de investimentos e as oportunidades de venda de ativos, monitorando o mercado permanentemente.

Quando o alvo é identificado para alguma operação, as análises se tornam mais específicas. Tudo sobre o ativo é avaliado, desde aspectos societários, dados de balanço, rentabilidade, aspectos operacionais, passivos jurídicos, risco de crédito, assim como aspectos ambientais, sociais, de governança e de integridade (ASGI), entre outros. Os critérios ASGI, por sinal, têm ganhado cada vez mais importância no processo de decisão de investimentos e foram incorporados também à seleção de fundos e gestores ou ainda nos chamados IPOs, ofertas públicas de ações de empresas que estão estreando na bolsa de valores.

Para nortear a decisão de investimento, a Diretoria de Planejamento executa simulações de impacto na carteira, e realiza análises de risco de mercado, de liquidez e de crédito, que são encaminhadas para a Diretoria de Investimentos. Caso a transação envolva blocos de controle em empresas, a Diretoria de Participações (Dipar) também dá seu parecer.

Recomendações técnicas

As recomendações das áreas técnicas são levadas em conta na decisão final de investimento, o que assegura um exame criterioso de todas as decisões tomadas. Em alguns casos um negócio pode não se concretizar em função de um parecer negativo nas análises de risco. Em operações de crédito, por exemplo, a área tem seu próprio critério de classificação, que é usado na avaliação dos negócios, em conjunto com o rating das agências de risco.

“Já analisamos o lançamento de debêntures (títulos de dívida de empresas privadas), em que o resultado da análise apontou um rating de crédito inferior ao recomendado na Política de Investimentos. A recomendação foi negativa e o negócio não saiu”, lembra Paula Goto.

A preocupação com o risco dos investimentos não se limita às questões técnicas ou econômicas. A suspeita de falta de idoneidade pode cancelar um negócio. A diligência envolve também a análise de compradores, nos casos de venda de ativos da Previ. Em 2020, na venda de alguns imóveis, o perfil e o histórico dos compradores foram submetidos a uma análise rigorosa até que o negócio fosse aprovado.

Sinal verde

O sinal verde para o investimento pode ser dado pelos Comitês Executivos, pela Diretoria Executiva ou até mesmo pelo Conselho Deliberativo. Tudo dependerá do valor do negócio.

Quando a transação é finalmente fechada e o ativo passa a fazer parte da carteira de investimentos da Previ, começa a etapa do Controle. A Diretoria de Participações acompanha o ativo enquanto ele faz parte do portfólio, até que a Previ decida vendê-lo. 

O acompanhamento da Diretoria de Participações inclui a carteira própria de empreendimentos imobiliários e as empresas que compõem a carteira de renda variável da Previ; empresas participadas, em que a Entidade possui assento nos conselhos ou recursos investidos superiores a 0,25% do patrimônio; e empresas investidas, em que a Previ detém posição superior a 0,5% do capital social ou 1% de ações preferenciais.

Esse acompanhamento inclui uma avaliação ASGI de todas as empresas que estão no portfólio (aspecto permanente de acompanhamento) e nas empresas que compõem o IBrX-100, índice que reúne as 100 empresas mais líquidas elencadas na bolsa brasileira, independentemente de uma demanda específica da Diretoria de Investimentos. As respostas desse questionário servem de insumo para gerar o Rating ASGI, que é utilizado para subsidiar o processo decisório de investimento e desinvestimento, monitorar tal risco da carteira e direcionar as melhores formas de engajamento e valorização do ativo.

Além disso, a Dipar também emite um parecer com base na aplicação desse questionário ASGI sobre empresas que estão participando de uma oferta pública inicial (IPO). Essa opinião com base nos aspectos ASGI será um dos subsídios que direcionará a Previ a participar ou não da oferta.

Mais controles

Ao mesmo tempo, a área de Controles Internos, vinculada à Presidência da Previ, e a de Controladoria, na Diretoria de Administração (Dirad), fiscalizam o cumprimento das condições aprovadas na aquisição do ativo, assim como os limites regulatórios e da Política de Investimentos. Mensalmente, são emitidos relatórios sobre a conformidade das operações, a rentabilidade das carteiras e um panorama estratégico dos principais indicadores e fatos ocorridos nos planos de benefícios.

O resultado desse processo de decisão é uma carteira de investimento sólida, capaz de aproveitar melhor as marés positivas do mercado e resistir a conjunturas tão severas como a atual. “Vimos isso em 2020, com uma das piores crises dos últimos 100 anos e ainda assim saímos de um déficit de R$ 24,3 bilhões, no começo da pandemia, para um resultado positivo de R$ 15,9 bilhões no primeiro trimestre de 2021. Isso mostra a qualidade e a resiliência da nossa carteira”, diz Marcelo.

O diretor de Investimentos ressalta ainda que o modelo decisório e a arquitetura de governança da Previ protegem a Entidade de interferências externas, inclusive políticas, o que ajuda nas melhores escolhas. “E isso é fundamental para realizarmos nosso Propósito de cuidar do futuro das pessoas”, conclui.

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Acompanhamento constante

"A evolução dos cenários é acompanhada constantemente, de forma independente da revisão anual. Isso é importante, especialmente em momentos de grande volatilidade, como o que temos passado desde 2020", Paula Goto, diretora de Planejamento.

Modelo de decisão que protege a Previ

"O modelo decisório e a arquitetura de governança da Previ protegem a Entidade de interferências externas, inclusive políticas, o que ajuda nas melhores escolhas. E isso é fundamental para realizarmos nosso Propósito de cuidar do futuro das pessoas", Marcelo Otávio Wagner, diretor de Investimentos.

Cada uma dessas etapas é de responsabilidade de uma das diretorias da Previ, de forma que as funções sejam muito bem separadas. Ou seja: quem planeja não executa; e quem executa não controla.

Comentários

(3)
  • Gilberto Renato Koekzer 

    Prezados, Já tinha algum conhecimento da organização, método e sistemas da Diretoria da Previ, a respeito dos investimentos e controle de nossas reservas financeiras. Porém, agora lendo o crivo por que passa todo o processo de investimentos da Previ fiquei impressionado com a dedicação, controle, resiliência e até quase a demonstração de obstinação com o trato e controle, para que nossas aposentadorias sejam sempre preservadas. Parabéns
  • Ruy Luís de Araújo 

    Parabéns! Seriedade, competência técnica e correção na administração do patrimônio dos associados. Incólume às incursões perniciosas da política, caminha a PREVI vitoriosa mesmo diante de situações econômicas impactantes como as que ainda enfrentamos no momento.
  • Thales Albuquerque 

    Parabéns, Sentimos muito orgulho da PREVI ,assim como dos colegas que tomam conta do nosso Presente e Futuro; Uma aula de Governança ,Transparência e Tomada de decisões em diversos níveis.

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