|nº 105| Agosto 2005

Nesta Edição » Investimentos - Renda Fixa
Gestão Segura  
Estratégia definida pelo Conselho Deliberativo é ampliar participação desses títulos na
carteira da PREVI

A Política de Investimentos aprovada pelo Conselho Deliberativo prevê o aumento do percentual dos recursos aplicados em investimentos de Renda Fixa.

A Diretoria Executiva vem cumprindo essa orientação: no final de 2003, a PREVI tinha 28% de seus recursos aplicados em Renda Fixa; em julho deste ano, o percentual subiu para 32%. A carteira de Renda Fixa abrange papéis de curto prazo, como títulos públicos e Certificados de Depósitos Bancários (CDBs); títulos públicos de longo prazo e títulos de empresas privadas, como debêntures e fundos de investimento em direitos creditórios.


Títulos e Letras do Tesouro

Por reunirem segurança e rentabilidade, os títulos do Tesouro Nacional são aplicações indicadas para fundos de pensão, que precisam se preocupar com o fluxo de caixa no curto e no longo prazo. São adquiridos pela PREVI no mercado primário (leilões de títulos do Tesouro Nacional) e no mercado secundário. Todas as negociações são feitas por intermédio do Banco do Brasil ou da BB-DTVM, sem a participação de corretoras privadas.

O valor de negociação dos títulos é apurado sempre com base em critérios consistentes com as condições de mercado no momento da negociação e passíveis de verificação com as taxas indicativas da Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro) e do Bacen.

Compatibilizar os vencimentos dos títulos com as necessidades de fluxo de caixa da PREVI é uma das metas da carteira de renda fixa. Em 2005, os títulos que estão vencendo estão sendo reaplicados com base nas projeções do fluxo de caixa de longo prazo (Gestão de Ativos e Passivos) em papéis “índices de preço”, cuja rentabilidade supera o passivo atuarial – INPC + 6% ao ano. Como forma de proteção da carteira e para aproveitar as taxas de juros elevadas, parte das reaplicações está sendo feita em LTF (Letras Financeiras do Tesouro), títulos públicos indexados à Taxa Média Selic (TMS) .

Operações com títulos privados

Dentro de uma política de diversificação, a Previ investe também em papéis emitidos por empresas privadas (debêntures) e fundos de investimento em direitos creditórios. Os recursos despendidos são pequenos em comparação ao patrimônio total, mas adotam-se diversas medidas de segurança. São usadas agências de classificação de risco renomadas internacionalmente para verificar a capacidade de as empresas pagarem, além das análises dos próprios técnicos da PREVI. E, embora a legislação permita adquirir até 20% de cada emissão, no máximo são comprados de 10% a 15%. Nos últimos meses, foram adquiridos títulos de empresas conceituadas como a CCR — Companhia de Concessões Rodoviárias — com baixo risco de crédito segundo avaliação da agência de classificação Fitch.

Na Vicunha Siderurgia e na Braskem, empresas avaliadas pela Standard & Poors com classificações de baixo risco de crédito, foram investidos R$ 19,8 milhões em cada uma. “Nossa postura na compra desses títulos tem sido conservadora à medida em que compartilhamos o risco com outros investidores”, diz Luiz Carlos Aguiar, diretor de Investimentos da PREVI.

Uma das aplicações recentes foi no Fundo de Direito Creditório (FDIC) da Bancoop, cooperativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, voltada para a construção de imóveis residenciais. O negócio é lastreado nas prestações pagas pelos cooperados. A operação, que representa 7% da captação do fundo, é administrada pela Planner Corretora de Valores, e o Banco Itaú é responsável pela custódia. A análise de risco foi realizada pela Standard & Poors, que a classificou como de baixo risco de crédito. Além disso, há um comitê de acompanhamento do fundo e os recursos em caixa somente podem ser aplicados em títulos públicos federais. A auditoria independente está a cargo da Deloitte Touche Tohmatsu.

CETIPNET dá transparência e segurança aos CDBS

No caso dos CDBs, os limites para operação de cada banco são aprovados com base na análise de seu balanço, a partir da avaliação do risco feita pela Diretoria de Planejamento. De posse desse “ranking”, as compras são executadas pela Diretoria de Investimentos. Com essa divisão, a área que compra não é a mesma que avalia o risco, o que torna mais seguras e transparentes as operações.

Também há a salvaguarda de investir por prazos maiores em bancos com menor risco. Desde fevereiro de 2004, as operações são feitas pelo CetipNet, sistema de leilão eletrônico, conectado a todo o mercado. “Taxas e condições são negociadas de uma maneira a que todos tenham acesso”, afirma o diretor de investimentos da PREVI, Luiz Carlos Aguiar. Os investimentos em CDB estão contabilizados em Carteira Própria (29,09%) e em fundos exclusivos do Banco do Brasil – BB-DTVM (70,91%).

Para dar ainda mais segurança, no vencimento de cada título, a PREVI submete o banco emitente do CDB a uma espécie de “quarentena” (prática conhecida no mercado como clean up ). Após o vencimento do papel, durante cinco dias úteis o banco não pode participar dos leilões realizados pela PREVI. O objetivo é verificar a capacidade do banco de honrar seus compromissos com o mercado sem os recursos da PREVI. “Com esses cuidados, não somos afetados em situações como a quebra do Banco Santos, no qual não tínhamos nenhuma aplicação”, sustenta Aguiar. A PREVI também não tem aplicações nos bancos Rural e BMG.

Para ratificar a transparência dessas operações, a Diretoria de Investimento utiliza o limite de crédito de cada banco – aprovado pela Diretoria Executiva – para estabelecer critérios para o prazo de negociação do CDB no mercado. São definidos também parâmetros para aprovação das taxas do rol de instituições participantes do leilão, e é contemplada aquela que apresenta a melhor remuneração.

  » Entenda como são feitos os investimentos da PREVI em Renda Fixa
    » PREVI não tem investimentos nos bancos Rural e BMG
    » PREVI adquire títulos de empresas conceituadas