|nº 106| Setembro 05

Nesta Edição » Gestão - Planejamento
Planejamento incorpora mudanças sociais





Cecília Garcez
é Diretora de Planejamento
da PREVI
Todo ano, a PREVI divulga as Políticas e Diretrizes de Investimentos para os participantes. São essas políticas que dão o rumo da gestão dos recursos da PREVI e definem a direção que devem seguir os investimentos. Um dos principais insumos para a realização do trabalho é a formulação de cenários macroeconômicos a partir da observação e análise da conjuntura econômica e política, nacionais e internacionais, assim como seus possíveis desdobramentos sobre os investimentos da PREVI .

Elaborar a Política de Investimentos é somente uma das atribuições da Diretoria de Planejamento, Dipla. “A Dipla tem um papel fundamental na PREVI , pois atua no sentido de formular políticas de investimentos compatíveis com as obrigações futuras.
O que aconteceu no passado em relação aos investimentos mal feitos seria praticamente impossível com as diretrizes traçadas pela Dipla e aprovadas pela Diretoria e pelo Conselho. Além disso, a Dipla tem ferramentas para monitorar se os investimentos estão tendo o retorno devido. É a segurança do associado de que no futuro não haverá impactos negativos no seu patrimônio”, como lembra a Diretora Cecília Garcez.

Além disso, a Diretoria analisa os riscos de crédito e riscos corporativos, utilizando metodologias e ferramentas de modo a propiciar aos gestores a tomada de decisão considerando o gerenciamento dos riscos envolvidos, tanto para os investimentos do Plano 1 como para o Plano PREVI Futuro. Dentre esses riscos podemos enumerar: risco de liquidez (que representa o risco de não ter dinheiro na quantidade e no momento certo), risco de mercado (risco de uma posição não valer o que estava previsto), risco corporativo (probabilidade do valor de uma empresa ficar abaixo do valor esperado) e risco atuarial (risco de mudanças das variáveis relativas às obrigações atuariais).

No processo de revisão anual das Políticas de Investimentos, a Diretoria de Planejamento e a Diretoria de Participações, Dipar, vêem promovendo, ao longo do ano, seminários para apresentação de estudos sobre os setores da economia onde a PREVI tem maior participação, dentre eles os setores de energia elétrica, de telecomunicações e de mineração e metalurgia. Esses estudos, juntamente com os cenários econômico e político, são subsídios fundamentais para a formulação das Políticas. Para aprimorar ainda mais esse trabalho, a Dipla promoveu em setembro o Seminário “Visão 2020: Mudanças globais e no Brasil”.
No Seminário, o professor José Paschoal Rossetti, da Fundação Dom Cabral, fez uma exposição de suas expectativas em relação ao Brasil e ao mundo globalizado, num contexto de aceleração do crescimento mundial. Ele discorreu sobre temas como demografia e comportamento social; tendências políticas dominantes e estratégias de governo; geopolítica e fluxos comerciais; crescimento econômico sustentado e fluxo de investimentos.

Tais questões refletem o tipo de discussão que se pretende aprofundar, com vistas a enriquecer o planejamento dos investimentos na PREVI . A idéia é capturar as mudanças sociais que vão influenciar o desenvolvimento econômico no horizonte de tempo coincidente com o da Política de Investimentos. “Precisamos nos preparar para boas oportunidades de negócios, estimular uma resposta mais eficiente do setor produtivo às mudanças futuras e prever “solavancos” da economia mundial e nacional, de forma a não causar impactos negativos nos nossos planos”, diz a diretora Cecília Garcez.

O pressuposto é que mudanças sociais resultam do somatório dos comportamentos dos agentes individuais. Assim, alterações que promovam um “aumento da expectativa de vida” ou “redução da taxa de natalidade” ou uma maior “participação da mulher no mercado de trabalho” são passíveis de provocar verdadeiras revoluções na economia. São fenômenos como esses que a Dipla pretende mapear e, assim, incorporar em suas projeções para o agregado da economia.

Aprender com o passado e tentar prever o futuro, cuidando do presente – é esse o grande desafio da Dipla para proteger o patrimônio que pertence aos associados.