|nº 106| Setembro 05

Nesta Edição » Investimentos - Opportunity - Entenda o caso
Vitória da PREVI
Cena 1 - A formação do fundo CVC Nacional


Em setembro de 1997, o Banco Opportunity constituiu um fundo de investimento para aplicar na aquisição de empresas, o CVC Opportunity Equity Partners FIA ( conhecido como CVC nacional). Os cotistas, entre eles a PREVI , investiram cerca de R$ 645 milhões, o que equivalia, na época, a US$ 470 milhões. O fundo tinha prazo de oito anos, podendo ser renovado por mais dois períodos de um ano. A lógica por trás desse tipo de investimento é a seguinte: o investidor aporta recursos; o gestor do Fundo seleciona os investimentos que considera interessantes; tem um tempo para trabalhar a valorização desses investimentos, depois desinveste e devolve o dinheiro com os rendimentos para os cotistas. Essa é a lógica universal de um Fundo de Private Equity, como era o CVC nacional.

Em 1997, além da PREVI , aplicaram no CVC os fundos de pensão Funcef, Sistel (era a fundação do Sistema Telebrás, depois cindida e atualmente denominada Fundação 14), Centrus (Banco Central), BNDESpar, Valia (Vale do Rio Doce) e Telos (Embratel), entre outros. De acordo com a estrutura montada pelo Opportunity, os cotistas, se quisessem, podiam fazer investimentos adicionais nas empresas selecionadas, os chamados co-investimentos. Juntos, PREVI , Petros, Funcef, Sistel, Valia e Telos realizaram co-investimentos no total de R$ 760 milhões, equivalente a US$ 510 milhões, além do investimento no fundo CVC nacional.

Cena 2 - O papel do Citibank

Além do fundo com investidores nacionais, o Opportunity constituiu outro, cujo único investidor era o Citibank, o CVC Opportunity Equity Partners LP (conhecido como CVC estrangeiro). O Citibank aportou cerca de R$ 1 bilhão, equivalente àquela época a US$ 730 milhões.

Cena 3 - A participação nos leilões de privatização

A proposta do Opportunity, gestor dos dois fundos (CVC nacional e estrangeiro), era participar do processo de privatização no setor de infra-estrutura. O sucesso do modelo estaria calcado em três fatores: a capacidade de os fundos de pensão fazerem investimentos; a habilidade dos administradores profissionais na prospecção de oportunidades; e a parceria com o fundo CVC estrangeiro (Citibank), que proporcionaria mais capital para a aquisição de participações. Os dois fundos de investimento, no futuro, fariam a venda dos ativos conjuntamente.

Foram adquiridas, então, participações na Brasil Telecom, a maior, Telemig Celular, Amazonia Celular, Metrô do Rio de Janeiro, Santos Brasil, que administra terminal de container no Porto de Santos, e posições minoritárias na Sanepar e, posteriormente, na Telemar.