|nº 116|Julho 06

EDITORIAL
Cenários

Reunir um bom conjunto de informações sobre o passado, avaliar o que aconteceu de bom e ruim, analisar o que deu certo e errado e tentar entender quais foram as razões determinantes para um resultado ou outro: todas estas medidas são muito importantes na hora de tomar decisões. No entanto, as principais decisões, sobretudo quando se trata de investimentos, dependem muito mais de uma “análise” do futuro do que do passado.

O bom desempenho de um setor ou empresa formam uma base importante de julgamento, mas qualquer decisão de comprar ou vender uma ação tem muito mais a ver com as expectativas futuras do que com o desempenho passado. Afinal de contas, o que vai importar para o investidor não é quanto foi o lucro ontem, mas quanto vai ser no próximo ou próximos anos.

É por isso que a função de projetar cenários torna-se a cada dia uma atividade mais complexa e importante para as grandes organizações. E não se pode dizer que isto seja uma tarefa fácil e muito menos exata. Ao se falar em cenários para o futuro, o máximo que se consegue fazer é projetar tendências e probabilidades. E a partir daí, toda e qualquer pessoa que toma decisões tem que aceitar que está também assumindo os riscos inerentes às suas escolhas.

Nem mesmo as escolhas de menor risco (consideradas as mais “conservadoras”) podem ser consideradas como sendo sempre as melhores. Em um mundo dinâmico como o atual, o conservadorismo pode representar a perda definitiva de oportunidades, o encolhimento da empresa e até mesmo a sua saída do palco principal do seu negócio.
Para o Brasil, o cenário possível de ser projetado continua muito positivo. As mudanças na economia e as melhorias alcançadas em diversos indicadores macroeconômicos apontam para um posicionamento inédito do Brasil no cenário mundial.

Quase ninguém duvida que o País alcançará o chamado “grau de investimento”, e que isto vai baratear o custo da dívida brasileira e também das empresas, e ajudar a alavancar o desenvolvimento. Além disso, o aumento da base crédito, do emprego e da renda das famílias vêm propiciando um importante incremento do mercado interno.

Para a PREVI, cujos últimos anos foram extremamente positivos, e que tem investimentos relevantes nas principais empresas brasileiras, este cenário aponta para ganhos e resultados também positivos para o futuro, o que viria a consolidar uma situação invejável para nosso fundo.
É bom lembrar que cenários, embora incertos, são diferentes de apostas, e que também não basta ficar torcendo para que eles aconteçam. Os cenários são incertos justamente porque, para se confirmarem, dependem de um conjunto de ações humanas.

Sérgio Rosa