|nº 121| Janeiro 06

Nesta Edição » Le Meridien muda de bandeira

Novo sotaque na hotelaria carioca

Hotel que pertence à PREVI deixa de ser operado pela francesa Le Meridien e passa para os espanhóis da Iberostar, que apresentaram proposta que traz maior rentabilidade para o investimento

Um dos hotéis mais imponentes da Praia de Copacabana mudou de bandeira. É o prédio localizado na Avenida Atlântica com Princesa Isabel, que pertence à PREVI desde 1996, quando foi firmado contrato com o Le Meridien. No começo de fevereiro deste ano, o hotel passou a ser operado pelo grupo espanhol Iberostar, sob a bandeira Iberostar Copacabana. O diretor de participações, Renato Chaves, anunciou a mudança e enfatizou que a escolha recaiu sobre a proposta mais vantajosa para a PREVI. O prazo de vigência do contrato é de dez anos e cinco meses, renováveis por igual período. Essa é a primeira mudança de bandeira hoteleira internacional no Rio de Janeiro.

O contrato com o Grupo Starman (operador da marca Le Meridien) venceu no fim de janeiro deste ano. No começo de 2006, a PREVI iniciou as negociações para a renovação. Como não foi possível chegar a um acordo, a PREVI procurou outros grupos hoteleiros de renome internacional. Ao final do processo, foi escolhida a Iberostar, empresa que ofereceu as melhores condições. “A lógica que sempre norteia os negócios da PREVI é a da rentabilidade”, enfatizou Renato Chaves. O diretor de Participações assegurou, ainda, que nessa transação “a rentabilidade é superior à meta atuarial da PREVI”.

No fim de 2006, a carteira de imóveis da PREVI estava avaliada em cerca de R$ 2,9 bilhões. Desse total, investimentos em hotéis representavam 10,8%, aproximadamente R$ 311 milhões. Além do prédio em Copacabana, a PREVI também possui o empreendimento Costa do Sauípe, na Bahia, que reúne cinco hotéis e seis pousadas. “A carteira de imóveis da PREVI tem superado a rentabilidade da renda fixa. Nossa carteira de imóveis é a maior do Brasil, de qualidade, e certamente tem diversidade que permite atingir rentabilidade favorável”, resumiu Renato Chaves.

Planos para o empreendimento

Após o fim dos Jogos Pan Americanos, o hotel Iberostar Copacabana fecha para reformas e reabre em dezembro de 2007, com o nome Grand Iberostar Copacabana. Além desse hotel, o grupo possui no Brasil o Grand Iberostar Amazon, barco-hotel cinco estrelas que navega pelos rios Negro, Solimões e Amazonas; e o Iberostar Praia do Forte Golf & Spa Resort e Villas, na Bahia.

O diretor comercial do grupo espanhol no Brasil, Orlando Giglio, antecipou que a nova administração promoverá mudanças de serviço, de atendimento, além de trazer novidades, como o novo restaurante que seguirá escola de gastronomia distinta. A idéia é “manter o que existe de bom no Brasil, respeitar a cultura local, mas dar um pouquinho do tom espanhol”, resume.
“A CARTEIRA DE ImóVEIS DA PREVI TEm SuPERADo A REnTABIlIDADE DA REnDA fIxA. noSSA CARTEIRA é A mAIoR Do BRASIl E TEm DIVERSIDADE”, DIz o DIREToR DE PARTICIPAçõES, REnATo ChAVES

Sobre o quadro de funcionários, o diretor comercial declarou que a operadora tem a intenção de manter parte dos colaboradores que já atuavam no hotel. Outros virão do próprio grupo espanhol, como o diretor geral do Iberostar Copacabana, o holandês Jort Buning, com passagens em outros hotéis da rede no México, em Cuba e, por último, no Iberostar Grand Amazon.

Coletiva que anunciou a mudança de bandeira do hotel. Da esq. para a dir., Jort buning, diretor geral do Iberostar Copacabana, Renato Chaves, da PREVI, e Orlando giglio, diretor comercial do grupo espanhol no brasil

O Grupo Iberostar

Fundada em 1930, em Palma de Mallorca, a Iberostar é uma das três maiores companhias de turismo da Europa, está presente em 29 países e controla redes de hotéis e resorts, agências de viagem, companhia aérea e operadoras de turismo. O faturamento do Grupo em 2005 equivaleu a R$ 9 bilhões.

O diretor comercial Orlando Giglio comparou o número de turistas estrangeiros que anualmente visitam o Brasil – 5,6 milhões – com a movimentação anual do Grupo Iberostar em todo o mundo – 13,4 milhões. A empresa também é responsável por seis vôos charter semanais da Europa para a Bahia, o que gera ocupação para outros hotéis da área, como Costa do Sauípe.

“Nossa intenção, além de administrar o Iberostar Copacabana, é, em comum acordo com o Governo Federal, colocar o Brasil na rota internacional do turismo”, afirma Orlando. Segundo ele, a Iberostar fez isso, por exemplo, em Cuba e no México. “O nosso objetivo é incluir o Brasil através da Bahia, Amazonas e Rio de Janeiro, que é o portão de entrada principal, e atrair o grande mercado emissor, que é o europeu”.