|nº 142| Jul 09

EDITORIAL
Perfis de investimento: direito de escolher ou delegar

Todo Fundo de Pensão tem a obrigação de adotar as melhores práticas possíveis para gerir os recursos dos seus participantes. Isto envolve algumas habilidades diferentes de outros gestores de recursos, como bancos e fundos de investimento.

A primeira diferença é que a poupança previdenciária é de longo prazo, e essa característica deve ser explorada em favor dos participantes. Enquanto gestores de fundos comuns precisam se preocupar em manter liquidez quase diária (pois os cotistas desses fundos podem resolver sacar o dinheiro de uma hora para outra), um fundo de pensão pode buscar alternativas sem tanta liquidez, almejando, em troca, mais rentabilidade ou mais segurança. A liquidez precisa ser monitorada apenas para os prazos de vencimento dos passivos previdenciários, ou seja, para o pagamento de aposentadorias.

Outra diferença é que normalmente os fundos de investimentos são especializados em algum segmento do mercado, tais como fundos de Renda Fixa, de ações, de empresas específicas (embora haja alguns classificados como multimercados, que têm possibilidade de investir em diferentes classes de ativos). Já um Fundo de Pensão tem entre suas diretrizes a busca da diversificação dos investimentos. A diversifi cação funciona como uma das principais ferramentas de gestão de risco (ao investir em diferentes segmentos do mercado tenta-se fugir do risco de que um segmento específico apresente problemas e quebre o fundo por excesso de concentração em um único lugar) e também como uma forma de buscar maiores retornos, ao identificar diferentes segmentos que apresentam atratividade adequada.

Para gerir os recursos dos participantes, os administradores dos fundos de pensão devem também observar uma regra de natureza geral, que se chama “dever fiduciário”. É um conceito que traduz o seguinte: o administrador deve cuidar do dinheiro dos outros (os participantes) com a mesma cautela e nível de atenção com que cuidaria dos seus próprios recursos, sabendo, no entanto, que os recursos não são seus. Portanto, as suas ações não podem emergir de simples atos de vontade, mas do uso das melhores práticas e metodologias de investimento, a fim de preservar o capital “dos outros”.

Baseado nestes conceitos – longo prazo, diversificação, gestão de risco, busca de rentabilidade, liquidez nos prazos previstos e dever fiduciário – é que a PREVI discute a cada ano a sua Política de Investimento para cada Plano de Benefício que administra, definindo onde e como alocar os recursos.

Tudo que foi dito acima tem o intuito de reafirmar nosso compromisso com a boa gestão dos recursos dos participantes, que entendemos ser uma das nossas maiores obrigações. Isso significa que, ao apresentarmos aos participantes do Plano PREVI Futuro o direito de escolher entre diferentes Perfis de Investimento (como vocês verão nesta edição), não estamos abrindo mão de nossa responsabilidade, mas apenas oferecendo mais uma alternativa aos participantes que queiram orientar a aplicação do seu saldo de conta de forma mais próxima às suas próprias características de investidor.

Leiam com atenção, pensem bem e, se desejarem, façam suas escolhas.

Um abraço, Sérgio Rosa