Edição 180 Setembro/2014

gente do futuro

Humor nas manchetes

Participante do PREVI Futuro, Marcos Barbará vê a graça do cotidiano em notícias e até em placas de rua

180- gente do futuro- marcos barbara.jpg“Torcida em êxtase invade Copa de Banco Imobiliário.”

“Resgate de celular que caiu na privada mata três.”

“Gansos maloqueiros rendem advogado e levam celular.”

Não. Não é piada. São manchetes reais, colhidas por Marcos Vinícius Barbará, gerente de relacionamento da agência Empresarial Norte, em São Paulo, e publicadas em sua antiga comunidade na rede social Orkut: “Anão Vestido de Palhaço Mata 8”.

Casado e com um filho de 4 anos, o bancário, hoje com 33 anos, criou a comunidade em 2005. Apesar do encerramento do Orkut em setembro, a memória do Anão sobrevive. O conteúdo gerado pela comunidade foi preservado pelo Google e hoje faz parte de uma espécie de museu dos primórdios das redes sociais.

Entre tantas comunidades criadas pelos internautas, a do Anão era extremamente popular. Chegou a reunir cerca de 200 mil membros no auge da atividade, em 2007, uma legião de fãs interessados na coleção de notícias bizarras recolhidas em sites de notícia e jornais do mundo todo. O resgate do celular, por exemplo, aconteceu no Quênia e foi publicado no site da BBC Brasil

Despretensão

O projeto começou de forma despretensiosa. “A ideia original era criar um espaço onde meus amigos pudessem incluir e comentar notícias engraçadas e insólitas, mas em pouco tempo se popularizou e cresceu muito”, lembra Marcos.

O sucesso do grupo – que hoje continua no Facebook, em ritmo de atualização mais lento – criou uma grande interatividade entre os participantes, que enviavam sugestões e davam início a intermináveis discussões nas áreas de comentários de cada post. Um dos pontos altos era a Copanão, a Copa da Comunidade do Anão, para escolher as histórias favoritas do público. O torneio teve 22 edições.

O grande volume de conteúdo, no entanto, acabou por levar o administrador da comunidade a se tornar – em suas próprias palavras – um autêntico ditador. “Criava regras rígidas e punia com exclusão sumária aqueles que não se adequavam”, conta.

O fã-clube fiel do Anão Vestido de Palhaço levou a comunidade criada por brincadeira a extrapolar os limites da internet e chegar às livrarias. Marcos foi procurado pela Editora Rocco para lançar um livro com o mesmo nome, que reunisse as melhores manchetes do grupo. “Nessa época, eles me procuraram perguntando se eu gostaria de reescrever as notícias mais bizarras, e foi o que aconteceu: escolhi cerca de 70 notícias e as recriei no estilo da comunidade, com ênfase no absurdo”, explica.

A ideia era apresentar as notícias de uma forma diferente, e não simplesmente repetir o que já estava na rede. Até mesmo porque, nesse caso, faltaria a interatividade característica da plataforma on-line. “A dificuldade era mesclar as diversas fontes e recriar conteúdo sem perder o sentido original da notícia”, diz.

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A História de Josef

A suposta notícia do Anão assassino, no entanto, não fez parte do livro. “A biografia do Anão era um hobby paralelo, pois a notícia-título da comunidade era a única que não era verídica”, justifica. “Assim resolvi escrevê-la, porém sem jamais concluir”, diz. “Apenas para irritar a crítica especializada.” A história inacabada foi publicada apenas na internet e conta que o Anão se chamava Josef e morava em Zagreb, na Croácia.

A falsa biografia também dá pistas sobre possíveis inspirações para o senso de humor peculiar de Marcos, como o grupo britânico Monty Python. “Meu estilo de humor é britânico, em que a graça está na sutileza, e o Monty Python é sem dúvida uma grande referência. Também gosto bastante da ironia inteligente do Mark Twain (escritor americano do século 19)”, diz. “De fato, é mais provável que minhas criações provoquem mais choro do que gargalhadas.”

Humor espontâneo

Modéstia. É realmente muito difícil manter a cara de sério ao acompanhar as páginas criadas por Marcos nas redes sociais. Com um olhar que não se limita ao noticiário, ele também explora o lado surreal do cotidiano. Para Marcos, o humor pode estar em uma coisa prosaica. Como uma placa de sinalização, por exemplo. Foi assim, meio por acaso, que ele começou a criar legendas hilárias para placas esquisitas ou mal desenhadas em outra comunidade do Orkut: “O Mundo Mágico da Sinalização”. Assim como a comunidade do Anão, o projeto continua em uma página do Facebook. “Nem considero um projeto, comecei fazendo um comentário sobre uma placa estranha, as pessoas gostaram e me mandavam mais placas para que eu criasse outra explicação”, conta.

O mesmo aconteceu com a tentativa de traduzir os nomes das ruas, bairros e locais de São Paulo para ajudar os turistas estrangeiros. “Isso também fez um relativo sucesso na imprensa”, diz Marcos. “Na verdade, não é nada planejado ou com critério, apenas me manifesto aleatoriamente sem pensar na repercussão.”

Ao menos por enquanto, as páginas bem-humoradas de Marcos ficarão restritas ao Facebook. “Não tenho como gerir outro canal por falta de tempo”, diz. “A ideia é continuar escrevendo sem compromisso, sem tema fixo, sem periodicidade definida e, sobretudo, sem a mínima lógica.”

Futuro planejado

No entanto, se o humor é espontâneo, Marcos não deixa o futuro ao sabor do acaso. “Iniciei minha vida acadêmica estudando Esporte na USP”, lembra. “Mas depois de entrar no BB, passei a direcionar meus estudos para a carreira bancária. Sou formado em Administração e no final do ano concluo pós-graduação em Gestão de Negócios.”                                                                 

Trabalhando no Banco desde 2002, Marcos aderiu à PREVI logo no primeiro dia, assim que foi apresentado ao fundo. “Estou bem satisfeito com a escolha e a segurança que ele proporciona para minha família.” Marcos também não deixou de lado a oportunidade de aumentar seu saldo de conta e faz a contribuição de evolução na carreira (2B) – que recebe também o aporte do Banco, no mesmo valor – pelo percentual máximo permitido de acordo com sua pontuação. Também acompanha sempre a rentabilidade do PREVI Futuro e a evolução de seu saldo de conta pelo site. “No momento, não tenho planos ou projetos para a aposentadoria, mas qualquer sonho, sem dúvida, passará pelo planejamento financeiro que preparo desde já”, conclui.

A contribuição de evolução na carreira (2B)

O que é - contribuição efetuada de acordo com a pontuação individual do participante, que é calculada pela remuneração do Banco e pelo tempo de contribuição à PREVI. Varia de 1% a 10% do salário de participação.

Vantagem - é acompanhada na mesma proporção pelo Banco, o que significa um rendimento imediato de 100%. É fundamental para obter uma renda de aposentadoria mais próxima do salário da ativa.

Onde fazer - o desconto é efetuado automaticamente pelo teto permitido de acordo com a pontuação do participante, salvo opção contrária. Você pode consultar e/ou alterar seu percentual no Autoatendimento do site PREVI, opção Contribuições/Contribuições 2B.

Marcos Barbará, do PREVI Futuro, faz humor com manchetes e placas de rua

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