Edição 162 Dezembro/2011

administração

Estratégias para o Plano 1 e para o Previ Futuro

Confira as estratégias da Política de Investimento 2012-2018 para ambos os planos

Mais dividendos para o Plano 1

No Plano 1, a Política de Investimentos 2012-2018 vai priorizar, na renda variável, aplicações em empresas com grande capacidade de distribuição de dividendos. “Por se tratar de um plano em fase madura, ou seja, com crescente desembolso, os ganhos devem vir dos dividendos e não necessariamente dos ganhos de capital proporcionados pelas ações. E essas empresas e setores geralmente propiciam uma remuneração adequada em períodos de queda de juros”, diz Vitor Paulo.

Isso não quer dizer que eventuais operações de curto prazo em renda variável não sejam realizadas em momentos oportunos. O diretor de Planejamento explica que a tendência será de redução dos investimentos em bolsa no Plano 1, mas com muito cuidado para evitar perdas com a venda de ações em momentos de baixa. “Esse movimento na verdade vai depender do comportamento do mercado”, observa. Na renda fixa, a gestão dos investimentos será mais ativa, com busca de alternativas atraentes, além dos títulos públicos.

Ao mesmo tempo, a entrada em projetos com prazos de maturação muito longos também deve ser evitada, uma vez que o Plano 1 está em fase de retorno dos investimentos. Isso não quer dizer, no entanto, que os fundos de private equity estejam descartados. “Trabalhamos com projetos de prazo médio, em diferentes estágios de maturação e que representam apenas uma pequena parcela dos ativos totais, como forma de diversificar os investimentos”, explica Vitor Paulo.

Ele também destaca a situação confortável de equilíbrio do Plano 1, que vem permitindo atingir superávits transformados em vantagens reais para os participantes desde 1994, quando a alíquota de contribuição foi reduzida em 20%. “Em 1997, quando houve a reforma do estatuto, foram concedidos mais de R$ 5 bilhões em benefícios permanentes”, lembra o diretor.

Em 2006, a alíquota foi reduzida em 40%, até a suspensão das contribuições em 2007, sem falar na concessão do Benefício Especial Temporário (BET). Somando-se este ao valor que deixou de ser recolhido, a cada R$ 100 recebidos por um participante da ativa, R$ 27 são resultado direto do superávit. No caso dos aposentados, o valor sobe para R$ 30.

Mais renda variável no PREVI Futuro

Para o Plano PREVI Futuro, a ordem na Política de Investimentos 2012-2018 é aumentar a exposição em renda variável e reduzir a participação da renda fixa no total das aplicações. Como se trata de um plano em fase de acumulação de recursos, essa exposição pode propiciar melhores benefícios mais à frente. “Em todos os estudos efetuados, não há um único cenário em que a renda variável não bata a renda fixa no longo prazo”, justifica Vitor Paulo.

O diretor de Planejamento tranquiliza quem se assusta com a crise nas bolsas. “No momento, existem ações com o valor em bolsa abaixo do valor dos ativos da empresa”, explica. “Isso abre boas oportunidades de compra.” E, assim, a nova Política de Investimentos autoriza um aumento no teto de exposição à renda variável no Perfil PREVI, que concentra cerca de 90% dos participantes do plano. O percentual de aplicação em renda variável, que era de 30% e 40%, tem sua faixa ampliada para 30% a 50%, dando mais flexibilidade aos gestores. Nos perfis Conservador, Moderado e Agressivo, não haverá mudanças de alocação.

Vale lembrar que o participante que não escolhe um dos Perfis de Investimento oferecidos pelo PREVI Futuro é alocado automaticamente no Perfil PREVI. O nível de exposição à renda variável, no entanto, levanta dúvidas entre alguns participantes, como Luís Carregal Júnior, do Rio de Janeiro, que enviou a seguinte mensagem à PREVI: “Mesmo sabendo que a previdência é um investimento de longo prazo, não seria melhor que todos os novos associados do Plano iniciassem no perfil que fosse menos afetado pelas oscilações da renda variável e não no Perfil PREVI, que já é agressivo?”

Vitor Paulo lembra o maior potencial de valorização da renda variável no longo prazo e observa que a indústria internacional de fundos de pensão tem exemplos bem mais agressivos. “Há fundos nos Estados Unidos em que a exposição à renda variável chega a 100% quando o participante está na fase inicial de acumulação”, diz o diretor. “Outros fundos chegam a investir 40% do saldo de participantes aposentados em bolsa.”

O diretor de Planejamento revela que está em elaboração um estudo de ciclos de vida para o Plano PREVI Futuro. Com isso, haveria a possibilidade de, futuramente, criarem-se faixas diferentes de alocação, variando conforme o tempo de contribuição e a expectativa de data de aposentadoria do participante. “Quem tem 30 anos ou mais de vida profissional ativa pela frente tem pouco a contribuir agora e muito capital humano”, diz Vitor Paulo. “Esse conceito de capital humano norteia a busca por melhores benefícios no Plano: uma massa relativamente jovem pode arriscar mais, porque tem mais tempo para acumular saldo.”

A nova Política de Investimentos também recomenda o aumento dos investimentos em imóveis no PREVI Futuro. A meta de rentabilidade nesse setor é alta: INPC + 10% ao ano. Está bem acima da meta atuarial, INPC + 5,5% ao ano, que é a premissa utilizada pelo Plano para retorno dos investimentos de modo a fazer frente ao pagamento de aposentadorias e pensões.  “Vamos tentar buscar esse resultado”, conclui Vitor Paulo. 

Em novembro de 2011 o patrimônio do Plano 1 era de 151, 6 bilhões
Em novembro de 2011 o patrimônio do PREVI Futuro era de 2, 74 bilhões

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