Edição 161 Outubro/2011

Educação Previdenciária

A regra dos três

Tempo para a aposentadoria, percentual de contribuição e rentabilidade. Esses fatores devem ser avaliados por você na hora de escolher seu perfil de investimento no PREVI Futuro

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Já faz dois anos que foram criados os perfis de investimento para os participantes do PREVI Futuro, um mecanismo que permite escolher dentre diferentes percentuais de aplicação em renda variável. A ideia é dar liberdade de escolha para que o participante decida como quer tentar aumentar a rentabilidade e, portanto, seu saldo de conta.

Mas como tomar essa decisão? Que fatores levar em conta para escolher entre os perfis Conservador, Moderado, PREVI ou Agressivo? Uma escolha consciente deve levar em conta três fatores fundamentais: o percentual de contribuição, o tempo para a aposentadoria e a rentabilidade dos ativos. É dessa combinação que o participante deve tirar os elementos que vão orientá-lo na tomada de decisão.

O saldo de conta acumulado pelo participante vai depender do valor das contribuições – além da contribuição básica de 7% do salário, comum a todos, quem permanece no plano por mais tempo e ascende na carreira tem direito a contribuir com percentuais adicionais que podem chegar a 10% do salário (Parte 2b), tudo em dobro por causa da contrapartida do Banco. As contribuições exclusivas do participante (2c), mensais ou esporádicas, ajudam da mesma forma.

O tempo de contribuição também será decisivo. É importante aderir ao PREVI Futuro logo no primeiro dia de trabalho no Banco e já começar a construir a aposentadoria. Dinheiro capitaliza e se multiplica se for bem aplicado.

Em planos de previdência complementar, a maior parte do saldo de conta para aposentadoria advém do rendimento das aplicações, e não das contribuições mensais. Quanto mais tempo o dinheiro permanece investido, mais rende.

Algumas variáveis da poupança previdenciária não dependem de opções do participante, mas a escolha de seu perfil de investimentos, sim. Esta opção é individual e dependerá sempre da estratégia de cada participante em relação à sua aposentadoria e de sua tolerância às oscilações do mercado. Uma coisa é certa: durante crises na Bolsa, como a que estamos vivendo neste ano, se o participante decidir sair de um perfil mais exposto à renda variável para outro menos exposto, ele vai absorver o prejuízo em seu saldo de conta. Como se diz no jargão financeiro, vender ações em baixa significa realizar prejuízo. Investidores encaram momentos de crise como oportunidades para comprar ações baratas contando com a posterior valorização. A própria PREVI aproveita momentos de baixa cotação para comprar ações para o Plano.

Outro ponto que deve ser ponderado pelos participantes é que os investimentos em Renda Variável, mesmo com a crise de 2008 e a atual, acumulam rendimentos superiores aos da Renda Fixa. Desde 2006, quando o PREVI Futuro começou a investir em ações, o segmento de Renda Variável registrou 84,82% de rentabilidade, enquanto o de Renda Fixa ficou em 70,15%.

Escolhas levam em conta vários fatores

 

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Muitos participantes escolhem seu perfil com grande convicção. E nem mesmo eventuais turbulências no mercado são capazes de fazê-los mudar de ideia. É o caso de Rodrigo Arcanjo Martins, que trabalha na agência do Fórum de Belo Horizonte. Com 33 anos de idade, ele optou pelo Perfil Agressivo em busca de ganhos maiores. “Costumo acompanhar os informativos e balanços da PREVI, sei que ela conta com um grupo de bons gestores e os resultados têm sido positivos, com a busca de alternativas interessantes, como os investimentos imobiliários”, explica. “Por isso resolvi acreditar nesse potencial e aderi ao Perfil Agressivo para buscar ganhos maiores para meu fundo de aposentadoria.”

As últimas oscilações da Bolsa não foram suficientes para assustar Martins, que se manteve firme em sua posição. “Continuo confiante”, diz. “Acho que a crise é uma oportunidade, um momento para se ganhar, por isso permaneci com o Perfil Agressivo”, justifica. “Tenho buscado isso também em meus investimentos pessoais, com boas possibilidades de ganhos.”

Martins acredita que, por ser relativamente jovem, o aumento do risco é compensador. “Quando estamos mais velhos, procuramos mais estabilidade e menos exposição ao risco”, diz. “Mas ainda tenho um longo período de acumulação pela frente e vale a pena correr mais riscos no Agressivo, apesar da crise.”

 

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Já Glauber Pereira, de Ananindeua, no Pará, escolheu o perfil de investimento Moderado em 2009, ainda sob o impacto da crise financeira internacional de 2008. “Quis diminuir minha exposição ao risco”, diz ele, que deixou o Banco em 2011, mas permanece vinculado à PREVI.

Aos 40 anos de idade, Pereira explica que não pretende trocar de perfil tão cedo. “Só mudaria estudando as opções com muita calma, para não tomar uma decisão errada”, diz. Nesse caso, avaliaria com cuidado a composição do fundo antes de tomar uma decisão. No entanto, uma coisa é certa: seria praticamente impossível migrar para o Perfil Agressivo. “Não faz o meu gênero”, justifica.

 

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Anderson Jost, por sua vez, apesar de ainda jovem, adotou o Perfil Conservador. Ele conta que pensou na idade como uma das variáveis que poderiam levá-lo a escolher um perfil com maior exposição ao risco. Mas avaliou que a possibilidade de ganho não compensava o aumento do nível de risco.

Aos 35 anos de idade, Jost encara o fundo previdenciário como uma corrida de longo prazo, e acredita que evitar riscos pode ser uma boa estratégia. Trabalhando no atendimento a pessoas jurídicas em uma agência em Canoas, no Rio Grande do Sul, Jost explica porque adotou uma postura mais cautelosa. “Ouvi uma vez, em uma aula de investimentos na faculdade, que uma boa estratégia para um poupador de longo prazo é a conservadora”, diz.

“As ações rendem mais. No entanto, como o dinheiro só vai ser usado no longo prazo, a situação acaba se equilibrando entre os ciclos de altas e baixas”, continua Jost. Até o momento, ele não se arrepende da escolha. Isso não quer dizer que não possa mudar sua opção no futuro. “Nesse momento de turbulência, não, mas quando o mercado estiver mais estável, talvez eu possa escolher um perfil mais arrojado”, diz.

Previ Futuro: Renda Fixa e Renda Variável de outubro de 2006 a setembro 2011

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