|nº 143| Ago 09

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Destaque internacional em governança corporativa

PREVI participa de conferências da rede internacional de governança Corporativa e do Programa Princípios para o Investimento Responsável, PRI

Representantes da PREVI estiveram em julho na Austrália para participar de dois eventos que se destacam na agenda internacional de debates sobre ações dos investidores institucionais no âmbito da Governança Corporativa e da Responsabilidade Socioambiental: a Conferência Anual da International Corporate Governance Network (Rede Internacional de Governança Corporativa), ICGN, e o PRI in person 2009, conferência anual do Programa Princípios para o Investimento Responsável – PRI, na sigla em inglês. Nos dois eventos, a recente crise econômica mundial e as reflexões que se seguiram sobre suas causas e consequências foram os pontos principais da pauta.

Os cerca de 450 membros da ICGN, entre os quais a PREVI, estão em 45 países e são representantes de grandes investidores institucionais que, juntos, administram recursos da ordem de US$ 9,5 trilhões. A ICGN reúne alguns dos principais ativistas da Governança Corporativa em todo o mundo. Após a conferência anual da Rede, que se realizou entre 13 e 15 de julho, seguiu-se o encontro do PRI (16 e 17 de julho), programa da ONU do qual a PREVI é signatária desde o seu lançamento, em 2006.

Maior responsabilidade dos investidores estrangeiros

Boa parte dos debates na Conferência da ICGN se concentrou nas mudanças que a Security Exchange Comission, SEC (a CVM americana), deverá promover na legislação sobre companhias abertas dos Estados Unidos. A necessidade dos ajustes, no âmbito de atuação da SEC, foi acelerada em função das fragilidades na regulação do mercado de capitais e do sistema financeiro norteamericano expostas pela crise econômica mundial. Em última análise, essas mudanças resultarão no maior ativismo do conjunto de investidores e na representação dessa postura em suas demandas.

“Participar de uma conferência como essa é uma forma de estreitar o relacionamento com instituições estrangeiras que investem no Brasil e que têm no ativismo da Governança Corporativa uma de suas prerrogativas”, diz Aloisio Macário de Souza, gerente executivo de Governança Corporativa e Participações Mobiliárias sem Controle Acionário, Gegop, da PREVI.

Aloísio lembra a grande participação de investidores estrangeiros no mercado de capitais do Brasil com o exemplo das colocações iniciais de ações promovidas por empresas que abrem seu capital – os chamados IPO, Inicial Public Offering. Entre 60% e 80% dos papéis oriundos de IPO realizados na bolsa brasileira foram adquiridos por investidores estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos.

Embora as regulamentações que norteiam a atuação de empresas abertas nos Estados Unidos sejam distintas daquelas vigentes no Brasil, a grande presença de investidores estrangeiros no mercado de capitais do País reforça a necessidade de um intenso intercâmbio de informações entre grandes investidores institucionais. “Há uma tendência na SEC de responsabilizar mais os acionistas por decisões tomadas nas empresas”, diz Aloísio. “É uma tendência bem-vinda, já que a sociedade não pode ser penalizada por decisões irresponsáveis de grandes corporações.”

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