|nº 144| Set 09

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Prioridade para o controle de riscos

O 10º Encontro de Conselheiros novamente colocou a governança corporativa em foco na PREVI . Os debates mostraram que os conselheiros deverão compartilhar, agora mais que em qualquer outro contexto, as responsabilidades pelas decisões de risco das empresas. Também levarão para as organizações uma pauta diversificada de compromissos

O Encontro de Conselheiros realizado todos os anos pela PREVI já se tornou uma das mais importantes agendas da governança corporativa no País. No mês de agosto, em sua décima edição, reuniu mais de 200 conselheiros, na Costa do Sauípe, para debater os desafios da gestão de riscos diante da crise mundial. Os conselheiros são os representantes da PREVI nas empresas investidas em que é possível, com base na participação acionária, indicar membros dos órgãos de representação dos acionistas, como os conselhos de administração e os conselhos fiscais.

Em torno do tema do Encontro deste ano, a programação trouxe reflexões importantes sobre diversos aspectos: fragilidades que a crise fez aflorar na governança das empresas, mudanças necessárias na supervisão e monitoramento de riscos do mercado, responsabilização de conselheiros pelo que acontece nas organizações, relevância das economias emergentes no cenário global, além de análises sobre características do contexto brasileiro que ajudaram o País a mostrar força diante da crise.

Para falar aos conselheiros, estiveram no Encontro, entre outros palestrantes convidados pela PREVI, o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana. Na abertura do Encontro, ao fazer referência à crise econômica, o diretor de participações, Joilson Ferreira, lembrou que, de preocupação antes relativamente secundária, o controle de riscos – seja no âmbito das empresas, da supervisão geral do mercado, ou como exigência do trabalho específico de cada conselheiro – passou à condição de prioridade e veio para ficar. “É a única forma de evitarmos, no futuro, situações como as que o mundo viveu recentemente“, disse Joilson.

A importância de ser sustentável

Aliada à necessidade de controlar riscos, a ideia de sustentabilidade também permeou todos os debates, na opinião de Aloisio Macário, gerente executivo da Gerência de Governança Corporativa, que todos os anos organiza o Encontro de Conselheiros. “A crise demonstrou, na prática, como é clara a relação entre sustentabilidade e controle de riscos”, disse. “Essa relação sempre esteve em pauta, mas os acontecimentos trataram de nos dar exemplos bem concretos. As empresas que se preocuparam com limites responsáveis de riscos nas decisões conseguiram se preservar”, comentou.

No lado oposto, empresas como Sadia e Aracruz mostraram os efeitos de medidas que, tendo a contrapartida de carregar muitos riscos, buscaram gerar receitas dissociadas do seu foco produtivo. “É bom lembrar aos participantes que nenhuma das empresas nas quais a PREVI está no bloco de controle registrou problemas tão graves”, disse Aloisio. Para ele, a sustentabilidade refere-se a processos de geração de valor que se tornam permanentes, colaboram com a sobrevivência das instituições e podem ser replicados em diferentes contextos.

No aspecto mais amplo, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, destacou pilares que deram sustentabilidade à economia do Brasil, quando a crise estava no seu pior momento. Coutinho mencionou o controle da inflação, o volume de reservas internacionais do País, hoje próximo a 213 bilhões de dólares, a estabilidade política e institucional, bancos públicos com atuação bem demarcada, mercado interno forte, além da boa fase de significativos investimentos públicos, a exemplo das obras do PAC e das descobertas de petróleo nas camadas do pré-sal. Luciano Coutinho também destacou que os desafios para o País são grandes, a exemplo da necessidade de inovação das indústrias e de sua competitividade internacional.

Para o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, que tem opinião alinhada à do presidente do BNDES, o Brasil é hoje “um país previsível, no sentido de ter uma economia sólida e estável”, e que sai mais forte da crise do que quando entrou, inclusive se comparado aos países mais ricos.

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