|nº 147| Jan/Fev 10

Nesta Edição » Controle » Riscos sim, surpresas não

Riscos x Controles

A queda da Bolsa é um exemplo. Mas o mercado apresenta outras fontes externas de risco. Um banco emissor pode vir a não honrar um CDB (certificado de depósito bancário); uma empresa pode ter dificuldades para arcar com o pagamento de debêntures; um locatário pode atrasar o pagamento do aluguel.

Para cada qual, a PREVI vem aprimorando processos de análise que permitem identificar se estão ou não dentro de limites aceitáveis de risco, ponderados a possibilidade da ocorrência desses imprevistos e o impacto que eles acarretariam. No que se refere a esses impactos, são adotados modelos matemáticos que determinam o valor máximo de exposição a risco que a Instituição admite para seus investimentos.

A PREVI lida também com o risco de liquidez. Grosso modo, é o risco de vender algo a preço baixo diante da urgência de “fazer dinheiro” para cumprir suas obrigações. O “Caixa Mínimo”, instrumento adotado pela PREVI, é um controle eficaz contra essa situação, na medida em que verifica constantemente se o fluxo de vencimento dos títulos de renda fixa está casado com o fluxo de pagamento de benefícios para os próximos seis meses. Os títulos de renda fixa têm que ser suficientes para que haja dinheiro em caixa na hora dos desembolsos de curto prazo.

Ao comprar títulos que vencemdaqui a 20, 30 anos, também são feitos controles minuciosos. O objetivo é verifi car se a PREVI pode ou não esperar tanto tempo para resgatá-los. Como base em exames meticulosos, são definidos limites para aquisição de títulos de longo prazo sem comprometer o caixa da Instituição.

Estudos também são desenvolvidos para definir critérios de venda. Um dos aspectos ponderados é não vender títulos de renda fixa a ponto de concentrar signifi cativamente recursos em renda variável. Paralelamente, a venda de ações cotadas em Bolsa deve respeitar diretrizes estabelecidas, de maneira a evitar riscos de concentração.

Na elaboração das Políticas de Investimentos dos planos, são efetuados estudos exaustivos que visam a reduzir a exposição da PREVI aos riscos já mencionados e também a outros que afetam o passivo atuarial. Planos de incentivo à aposentadoria, que podem aumentar subitamente as despesas, e variação da taxa de juros, que pode reduzir a rentabilidade dos investimentos, são exemplos de risco para o passivo atuarial. Busca-se, dessa forma, aumentar a probabilidade de a Entidade satisfazer todas as suas obrigações com o máximo de segurança.

Fiscalização – Supervisão baseada em Riscos

A construção do plano anual de fiscalização da SPC para 2010 fundamenta-se no conceito da Supervisão Baseada em Riscos, a partir da definição de fatores de riscos (rentabilidade, riscos de mercado nas aplicações e eficiência administrativa, entre outros) e de mitigação (por exemplo, estrutura de gestão de riscos). A defi nição desse modelo, pela SPC, cria a oportunidade de a PREVI passar a avaliar seus mecanismos internos de controle com base nos mesmos critérios do órgão fiscalizador. Essa análise, produzida fator a fator e a partir de definição de metas, indicará aquelas situações em que a PREVI já atingiu nível adequado e aquelas que eventualmente precisarão ser aprimoradas.

O que se pretende, naturalmente, é elevar o grau de confiabilidade da gestão operacional. Nesse sentido, destaca-se também o cuidado com a elaboração das demonstrações financeiras da PREVI, todas submetidas a auditores independentes. As contas também são analisadas pelo Conselho Fiscal, cujo trabalho extrapola a área contábil e chega à análise periódica dos princípios, regras e práticas de governança, assim como da gestão de riscos e de controles adotados nos negócios realizados.

O trabalho diário dos auditores da PREVI é igualmente importante: eles avaliam se as práticas adotadas em investimentos realizados atendem às políticas e diretrizes da Instituição. Resumindo: há riscos para todo lado, na medida em que eles fazem parte do negócio. O importante é tê-los sob controle, de forma que se possa atingir um alto nível de desempenho operacional. E issoé exatamente o que a PREVI vem fazendo.

<< Primeira | < Anterior | 1 | 2 | Próxima > | Última >>