|nº 147| Jan/Fev 10

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Riscos sim, surpresas não

Controlar riscos não quer dizer deixar de aproveitar oportunidades. no dia a dia, a Previ procura conciliar desempenho e segurança, sempre de acordo com o conjunto de leis e normas que envolvem as atividades

Imagine a seguinte situação: falta luz num hospital, imediatamente o gerador começa a funcionar e as operações prosseguem normalmente no centro cirúrgico. A sala dos médicos, no entanto, permanece sem luz. Enquanto no centro cirúrgico a energia elétrica é imprescindível, na sala dos médicos pode ser temporariamente dispensável. O exemplo vale para instituições em geral, inclusive fundos de pensão. Todas correm riscos. A questão é saber como podem enfrentá-los e reduzi-los.

Conhecer os riscos das atividades pode determinar o grau de desempenho de uma instituição. Portanto, é preciso esforçar-se para antever o número máximo de ocorrências – operacionais ou financeiras – que podem vir a causar algum tipo de prejuízo. Somente dessa forma, é possível preparar-se para evitar situações indesejadas, revertê-las ou abrandá-las.

Detalhe importante: controlar riscos não quer dizer deixar de aproveitar oportunidades. Pelo contrário. Podemos imaginar que os carros da Fórmula 1 têm freios ótimos exatamente para que possam correr mais, com maior segurança. O desafio crescente no dia a dia da PREVI é exatamente o de procurar conciliar esses dois fatores: desempenho e segurança, sempre de acordo com o conjunto de leis e normas que envolvem as atividades.

Dá para controlar riscos sem perder oportunidades? Até dentro de casa há riscos e certamente não pensamos nisso o tempo todo. Mas, com fundos de pensão, a conversa é outra. A PREVI busca aproveitar oportunidades que aliem segurança (das operações e dos procedimentos internos) e resultado. Para isso, são feitas análises constantes dos fatores envolvidos em assuntos afeitos à Instituição, antes de ser
tomada qualquer decisão a respeito. Duas questões norteiam essas análises: o cumprimento da legislação e a busca por um alto nível de desempenho operacional.

Cumprimento à legislação

As atividades dos fundos de pensão são fortemente regulamentadas. Para manter-se sempre informada e capaz de cumprir as normas fixadas, a PREVI conta com mecanismos internos que acompanham as atualizações promovidas pelos órgãos normatizadores. Esse acompanhamento permite que procedimentos e produtos estejam permanentemente ajustados às normas vigentes.

Exemplo disso são as Políticas de Investimentos dos planos, elaboradas com base em todas as disposições do Conselho Monetário Nacional (CMN) para aplicação dos recursos dos participantes e nas regras específicas do Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC). O bom funcionamento de mecanismos de acompanhamento da legislação é fundamental, visto que eventual não cumprimento de uma norma pode acarretar perdas a partir de aplicação de multas. E esse é um risco que não se quer correr.

Devido à influência da legislação nos processos de trabalho, um dos objetivos estratégicos que a PREVI adotou para 2010 é o de procurar assumir papel mais ativo, que vai além do acompanhamento das mudanças regulamentares. A Instituição vai procurar participar mais da fase de elaboração das normas, de forma a antecipar oportunidades e contribuir, com sua experiência, para o aperfeiçoamento do sistema previdenciário.

Alto desempenho operacional

A PREVI procura não se limitar ao cumprimento da lei. A adoção de modelos próprios de gestão de riscos e controles é um exemplo. Antes mesmo da divulgação das normas que atualmente regulam o tema, a PREVI já havia criado sua área de controles internos.

Naquela oportunidade, a partir de discussões que se consolidaram, ficou evidente que o principal risco que envolve a PREVI está vinculado a sua própria missão de assegurar o pagamento de benefícios. Nos processos de trabalho do dia a dia, que envolvem diferentes áreas, os riscos são diversos e precisam ser identificados, avaliados, tratados e monitorados de forma a garantir o cumprimento da missão da Instituição. Um dos projetos prioritários para 2010 é integralmente voltado para a gestão de alto desempenho, na qual metodologias e ferramentas de identificação e avaliação de riscos e controles têm papel fundamental.

Trocando em miúdos: não dá para evitar uma eventual queda da Bolsa, mas é possível se preparar para esse risco mediante a previsão de atitudes que poderão ser adotadas na prática. Isso só é possível (e foi possível em 2008) graçasà existência de um conjunto de controles, parâmetros e diretrizes, elaborados previamente, fruto da identificação dos riscos envolvidos. Todo esse mecanismo resulta na indicação de ações específicas a serem executadas, da mesma forma como ocorre no hospital, quando se alinham os seguintes fatores: “riscos possíveis” (falta de luz), “solução” (gerador) e “aplicação” (onde instalar).

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