Empresas e empreendimentos participados

 

O relacionamento da PREVI com as empresas nas quais investe e detém participação foi intenso em 2014. Influenciada pelas circunstâncias do mercado e da macroeconomia, a Diretoria de Participações exerceu com frequência o papel de disseminadora de boas práticas de governança, gestão e responsabilidade socioambiental em meio a essas empresas. FS10, FS11

Num ano de incertezas econômicas e institucionais, a PREVI agiu em defesa de seus ativos, assegurando-se de que as empresas participadas mantivessem a disciplina fiscal e orçamentária, priorizassem investimentos seguros e atualizassem seus mecanismos de controle e de gestão. Tais medidas são coerentes com a expectativa generalizada de lucros menores e, consequentemente, menos dividendos, gerada por causa do desaquecimento da atividade econômica. Em 2014, as empresas das quais a PREVI é controladora, ou nas quais participa do grupo de controle, também foram consultadas para avaliação de sua atuação no campo da sustentabilidade e na adoção de medidas anticorrupção. Os resultados da pesquisa foram compartilhados com as companhias respondentes, para a procura conjunta de solução de lacunas de gestão e a mensuração da transparência de cada empresa. Fs10, Fs11

No setor de empreendimentos imobiliários, uma iniciativa importante foi o lançamento do Guia de Orientação ao Síndico. A publicação consolida orientações relacionadas às questões práticas do dia a dia da administração dos empreendimentos e busca difundir as boas práticas de governança que norteiam a atuação da PREVI. Além dos síndicos, a publicação visa alcançar outros interessados no mercado imobiliário, como gerenciadoras de propriedade, prestadoras de serviços em condomínios, empresas de engenharia e consultores.

BRF

A empresa do setor de alimentos foi um dos destaques de rentabilidade do ano. A valorização de seus papéis negociados na BM&FBovespa foi de 30,93% no Plano 1 e 31,35% no PREVI Futuro.

A característica operacional de cada plano determina volumes de negociações distintos: o PREVI Futuro, em fase de acumulação, tem uma quantidade superior de transações ao Plano 1, já maduro. A diferença na rentabilidade se deve à eficiência nas movimentações realizadas (compra e venda).

O resultado positivo foi influenciado fortemente pelo trabalho de reestruturação da governança corporativa e da estratégia da companhia, iniciado em 2013, que vem sendo acompanhado de perto pela PREVI.

Invepar

A entrega do terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos foi um dos grandes destaques, ao lado da vitória na concessão da operação da rodovia BR-040. O avanço nas obras do setor de mobilidade no Rio de Janeiro proporcionou ao Grupo Invepar um crescimento da receita advinda da operação do metrô carioca (que passou a receber mais passageiros). O grupo também se prepara para assumir a operação da futura linha 4 do Metrô Rio. Já a oferta pública de ações, prevista para 2014, não aconteceu porque o contexto do mercado não foi considerado suficientemente favorável para a abertura de capital.

Usiminas

O desinvestimento do Plano 1 no ativo seguiu os preceitos de busca por liquidez e aproveitou uma boa oportunidade de negócio. O valor da transação (R$ 616,7 milhões, para participação de 5,07% no capital total) gerou um ganho de 82% sobre o valor das ações da companhia negociadas em bolsa. Esse tipo de movimento deverá se tornar, nas próximas décadas, cada vez mais comum na carteira de participações do Plano 1 – um plano maduro que tem maior necessidade de liquidez para pagamento de benefícios.

Neoenergia e CPFL

As empresas do setor elétrico enfrentaram um ano desafiador, com a prolongada estiagem que ocasionou a queda dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Isso obrigou o sistema elétrico brasileiro a acionar fontes de energia mais custosas, notadamente termelétricas, impactando os contratos de distribuição. A CPFL foi menos afetada, pois já estava com todas as suas geradoras de energia em funcionamento em 2014. Na comparação com as outras operadoras do setor, ambas as empresas tiveram desempenhos favoráveis. Diante da crise, as diretorias das duas companhias foram reconhecidas pelo mercado por buscar, de forma conjunta, soluções de mitigação das circunstâncias negativas.

O parque gerador da Neoenergia entrará em atividade total em 2015, ajudando a reequilibrar as contas da empresa.


ALL

A companhia de logística iniciou um processo de incorporação à Rumo, empresa do Grupo Cosan. O processo está sob análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O movimento é considerado positivo pela PREVI, na medida em que vai fortalecer o ativo e torná-lo mais líquido.

Kepler Weber e Tupy

A Kepler Weber – líder no segmento de armazenamento de grãos – teve um bom ano, com expressivo aumento nos lucros e controle maior das despesas. A PREVI teve papel importante no processo, ao manter os investimentos na companhia e acompanhar de perto seu esforço de saneamento financeiro, preservando o valor investido. A Tupy é um caso semelhante. Com o acompanhamento da PREVI, a empresa aumentou o percentual de ações em circulação e realizou uma bem-sucedida emissão de bônus no mercado exterior.

Ambas as empresas foram apresentadas no Encontro de Governança Corporativa 2014 como cases de sucesso de reestruturação.


Oi

A operadora de telecomunicações fez uma oferta pública no primeiro semestre, considerada muito bem-sucedida diante das condições do mercado (captando R$ 13,96 bilhões). O complexo processo de fusão com a Portugal Telecom, tornado ainda mais complicado após a descoberta de aplicações financeiras não honradas pela Rioforte (holding do grupo português Espírito Santo), chamou a atenção do mercado sobre os processos de governança da Oi. Ativos da PT Portugal, que contribuíram para o aumento do capital da Oi, estão em negociação com investidores europeus. Em termos proporcionais, o investimento na Oi representa parcela pequena dos ativos da PREVI, que em 2014 diluiu sua participação acionária na companhia. A Entidade tem cobrado fortemente da empresa uma solução para suas questões de governança, em defesa dos interesses dos seus participantes.

Vale

Com os preços do minério de ferro chegando a seu menor nível desde 2009, a companhia teve um ano de desafios, mas ainda assim manteve-se entre as dez empresas de maior valor de mercado na BM&FBovespa. A companhia continua comprometida com a entrega do projeto S11D, no tempo e no orçamento estimado. O projeto, que está localizado em Carajás (PA), deve aumentar expressivamente a produção de minério da empresa, o que enseja boas perspectivas para os próximos anos.

Petrobras

Em um ano marcado por turbulências administrativas e denúncias, as ações da companhia tiveram forte baixa, agravada pela queda nos preços do petróleo no mercado internacional e por ataques especulativos. A PREVI se dedicou a avaliar a real pressão das condições externas sobre o desempenho da empresa, aguardando o momento em que os papéis recuperem uma cotação adequada ao seu tamanho. Com sua visão de longo prazo, a Entidade tem condições de esperar por esse momento, sem a necessidade de destruir valor em um contexto adverso.

Sete Brasil

A PREVI acompanha atentamente a gestão e os processos da companhia. Assumiu postura cuidadosa, crítica e firme em relação às variadas matérias submetidas ao Comitê de Investimento do FIP Sondas. Desde que a Sete Brasil teve seu nome relacionado à Operação Lava Jato, dentre as ações adotadas, a PREVI requereu a realização de auditoria independente. Em dezembro de 2014, levantamento inicial realizado em diversos contratos não apontou indícios de desvios materiais e atestou que os termos e condições jurídicas dos documentos estavam dentro das normas vigentes e compatíveis com as práticas de mercado. Considerando as denúncias reveladas em fevereiro de 2015, foi feita uma nova demanda ao administrador do FIP Sondas para que fosse acelerada a apuração dos fatos ocorridos e que se adotassem medidas judiciais para preservar o patrimônio da empresa e, portanto, os recursos investidos por seus sócios. Atualmente, a PREVI é detentora de 2,3% das cotas do Fundo de Investimento em Participações (FIP Sondas), que, por sua vez, detém 95% das ações da companhia (os 5% remanescentes pertencem à Petrobras). O valor investido na Sete Brasil equivale a cerca de 0,1% (R$ 144 milhões) das reservas do Plano 1 e 0,6% (R$ 36 milhões) dos ativos do PREVI Futuro.

Sauípe

Em 2013, a empresa Sauípe S.A. migrou da carteira de imóveis para a carteira de participações, ou seja, passou a ser uma empresa da qual a PREVI é acionista. A empresa saiu de consecutivos resultados negativos para uma situação de equilíbrio operacional, com taxas de ocupação superiores à média do mercado hoteleiro. Cumprida essa etapa do planejamento de recuperação da empresa, o objetivo passa a ser a geração de lucros e a distribuição de dividendos para o acionista.

RELAÇÃO DE EMPRESAS PARTICIPADAS

Empresa Segmento Participação da PREVI (%) Integra o ISE/IGC?
521 Participações Energia elétrica 100,00 -
Afluente Geração Energia elétrica 2,29 -
Afluente Transmissão Energia elétrica 2,29 -
ALL (América Latina Logística) Infraestrutura 3,99 IGC-NM
Ambev S.A. Alimentos e bebidas 2,71 -
Banco Bradesco S.A. Bancos 1,58 IGCX e ISE
Banco do Brasil S.A. Bancos 10,38 IGCX e ISE
BB Seguridade S.A. Bancos 0,68 IGCX
BRF Alimentos e bebidas 11,49 ISE e IGC-NM
Cemig Energia elétrica 0,17 IGCX e ISE
Coelba Energia elétrica 2,29 -
Cosern Energia elétrica 1,54 -
CPFL Energia Energia elétrica 30,04 ISE e IGC-NM
Daleth Telecom e TI 3,80 -
Embraer Indústria aeronáutica 6,71 IGCX e ISE
Fiago Telecom e TI 51,89 -
Fibria Celulose S.A. Celulose 1,45 IGCX e ISE
Forjas Taurus Siderurgia 19,28 -
Frasle Bens industriais 22,50 IGCX
Gerdau S.A. Siderurgia 0,68 IGCX e ISE
GTD Participações Energia elétrica 21,63* -
Invepar Infraestrutura 25,56 -
Invitel Legacy Telecom e TI 19,99 -
Itaú Unibanco Bancos 1,76 IGCX e ISE
Itaúsa Bancos 2,48 IGCX e ISE
Jereissati Participações Telecom e TI 18,42 -
Jereissati Telecom Telecom e TI 19,78 -
Kepler Weber Bens industriais 17,48 -
Klabin S.A. Celulose 0,07 ** IGCX e ISE
Magazine Luiza Consumo 2,37 IGCX
Metalúrgica Gerdau S.A. Siderurgia 1,63 IGCX e ISE
Neoenergia Energia elétrica 49,01*** -
Newtel Participações Telecom e TI 22,54 -
Oi Telecom e TI 0,88 IGCT e IGCX
Paranapanema Mineração 23,96 IGCX
Petrobras S.A. Petróleo, gás e petroquímica 2,81 -
Randon S.A. Bens industriais 6,80 IGCX
Sauípe Hotelaria 100,00 -
Sete Brasil Petróleo, gás e petroquímica 2,31**** -
Sul 116 Participações Telecom e TI 11,17 -
Suzano Papéis e Celulose Celulose 1,07 IGCX e ISE
Telemar Participações Telecom e TI 2,53 -
Tupy Bens industriais 27,79 IGC-NM
Ultrapar Participações Petroquímica 5,75 IGCX
Usiminas Siderurgia 0,67 IGCX
Vale Mineração 15,55***** ISE e IGCX
WEG Bens industriais 0,06 IGCX e ISE

Obs.: posição em 31 de dezembro de 2014.
*: Reflete a participação direta (1,99%) e indireta, via BNY Mellon Gtd Fundo de Investimento em Participações (19,64%).
**: A participação se dá através de 705.600 unidades KLB N11.
***: Reflete a participação direta (22,24%) e indireta, via BB Carteira Livre I (26,77%)
****: Participação via Fundo de Investimentos em Participações Sondas (FIP Sondas).
***** : Reflete a participação direta (PREVI Futuro) e indireta (Plano 1), considerando ações resgatáveis.

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