Políticas e decisões de investimento em 2014

 

G4-44
As políticas de investimentos da PREVI têm suas diretrizes aplicadas na prática pela Diretoria de Investimentos. A cada ano, as políticas são revisadas com base em critérios técnicos que observam não apenas o contexto de mercado e suas obrigações perante a legislação, mas também a responsabilidade de cumprir a Missão de assegurar os pagamentos devidos. A separação explícita entre a diretoria que desenha as políticas e a diretoria que as executa é determinada pelo Estatuto da PREVI e serve como mais uma garantia de que todas as decisões são examinadas de forma duplamente criteriosa antes de serem executadas.

Em 2014, houve aprimoramento da metodologia de definição das políticas, com a utilização da ferramenta de cálculo da fronteira da eficiência, que cruza o nível de risco com a rentabilidade estimada. Tendo em mente um tripé fundamental de prioridades que todo plano de previdência precisa observar – rentabilidade, nível de risco e liquidez –, a Entidade considera as especifiidades de cada plano de benefícios ao determinar as políticas. Assim, para o Plano 1, maduro, fechado e com a maioria de seus participantes já em gozo de benefícios, privilegiaram-se diretrizes que busquem liquidez para cumprir os compromissos e pagamentos. E, para o PREVI Futuro, o enfoque está na maximização dos retornos, para acelerar o processo de acumulação de patrimônio. Essas determinações passam a referenciar as políticas e as metas de cada plano já para 2015.

Também houve a aplicação de novas fórmulas de construção de cenários para determinar as políticas, com a participação de consultorias externas para validar os modelos usados, e o trabalho da Diretoria de Planejamento começou a ser integrado aos parâmetros da Gestão Baseada em Risco (GBR) e do modelo de Gerenciamento de Ativos e Passivos (ALM). A decisão integra o objetivo estratégico de gestão de investimento atrelada ao apetite de riscos e liquidez dos planos, executado em conjunto pelas diretorias de Planejamento e de Investimentos.

Como instrumento para aumentar a garantia do pagamento pontual dos benefícios dos aposentados do Plano 1, foi revisto o “caixa mínimo”, com valor equivalente a seis meses de benefícios devidos, que passaram a ser alocados em ativos com altíssima liquidez. Isso possibilita – em caso de contingência – mais uma segurança para os participantes.

Macroalocações de investimentos dos planos de benefícios

Plano 1

A política de investimentos do Plano 1 tem o objetivo primordial de garantir a segurança, a perenidade e o cumprimento dos compromissos com os participantes. A necessidade de ativos que proporcionem uma liquidez crescente e constante, em volume suficiente para honrar pontualmente o pagamento de benefícios, orienta as diretrizes de investimento do Plano.

Macroalocações Plano 1 (em %)

2013 2014 2015
Segmentos Alocação mínima Alocação máxima Alocação mínima Alocação máxima Alocação mínima Alocação máxima
Renda variável 56,6 64,6 53,52 61,52 53,45 61,45
Renda fixa 25,3 33,3 27,62 35,62 27,75 35,75
Imóveis 3,8 7,3 5 7,5 5 7,5
Operações com participantes 1,1 5,1 1,27 5,27 1,2 5,2
Investimentos estruturados 0 2 0 1,5 0 1,6
Investimentos no exterior 0 0,3 0 0,4 0 0,5
PREVI Futuro

A Diretoria de Planejamento promoveu uma mudança de pensamento entre as equipes envolvidas na formulação da política do PREVI Futuro, buscando uma meta maior de retorno para os investimentos do plano. Uma meta mais ambiciosa de rentabilidade prevê necessariamente um nível maior de risco – mas sempre dentro dos parâmetros determinados pela área de análise de risco da Entidade (leia mais em Gestão de risco, neste capítulo).

Macroalocações PREVI Futuro (%)

2013 2014 2015
Segmentos Alocação mínima Alocação máxima Alocação mínima Alocação máxima Alocação mínima Alocação máxima
Renda variável 0 50 0 50 0 60
Renda fixa 21 95 21 95 21 95
Imóveis 0 8 0 8 0 8
Operações com participantes 5 15 5 15 5 15
Investimentos estruturados 0 5 0 5 0 5
Investimentos no exterior 0 1 0 1 0 1
Capec

Autônoma em relação aos demais planos de benefícios, a Carteira de Pecúlios (Capec) é composta apenas das contribuições de seus participantes. A estratégia de aplicação de recursos projeta retorno e liquidez para garantir os compromissos assumidos durante o próprio exercício, sem gerar reservas.

Macroalocação Capec (%)

2013 2014 2015
Segmentos Alocação mínima Alocação máxima Alocação mínima Alocação máxima Alocação mínima Alocação máxima
Renda fixa Selic 100 Selic 100 Selic 100

 

Decisões de investimento em 2014

Dadas a volatilidade e as incertezas do cenário econômico no ano, a PREVI reforçou a cautela e a atitude de defesa de seu patrimônio nas principais decisões de investimento. A estratégia em 2014 foi de preparação para possíveis condições macroeconômicas desfavoráveis e de manutenção da visão de longo prazo. Para tanto, a Diretoria de Investimentos afinou ainda mais sua parceria com as diretorias de Planejamento e de Participações, para reforçar as análises baseadas em ALM (gestão de ativos e passivos) e monitorar precisamente a previsão de recursos provenientes de dividendos das empresas participadas. Isso tudo amplia a segurança sobre as reais necessidades de caixa da Instituição e garante que nenhuma decisão de aplicação ou de desinvestimento será tomada em caráter emergencial, para gerar liquidez, sem observar retorno.

Renda fixa

A elevação das taxas de juros em 2014 tornou a aplicação em papéis públicos muito atraente. A PREVI foi bem-sucedida em várias operações de alongamento dos prazos de papéis de renda fixa, que devem ficar na carteira de investimentos por um bom tempo. Um segmento que mereceu atenção especial foi o mercado secundário de debêntures (no qual as operações de compra e venda de títulos são efetuadas diretamente entre os investidores, e não entre as empresas emissoras e os potenciais investidores), no qual a Entidade intensificou sua presença em 2014. Esse mercado mostrou-se uma fonte nova de rentabilidade com risco baixo.

Rentabilidade 2014 (%) – Renda fixa

Plano 1 13,08%
PREVI Futuro 14,13%
Índice de referência* (INPC + 5,5%) 12,07%
Indicadores de mercado
TMS 10,90%
IMA-B 14,54%
IMA geral 12,36%

*Índice de referência do segmento definido nas Políticas de Investimentos dos Planos 1 e PREVI Futuro.

Renda variável

A PREVI tem posições consideráveis em ações de empresas cujas cotações na BM&FBovespa sofreram grande oscilação. Essas variações foram compensadas pela manutenção das posições em empresas menos expostas à volatilidade. Alguns dos destaques foram as valorizações das ações de empresas como a BRF e o Banco Itaú. O desinvestimento nas ações da Usiminas foi visto como muito positivo, com a PREVI conseguindo um preço favorável. Foi iniciado um estudo, com a participação de uma consultoria externa, para assegurar que a proporção de investimentos da PREVI no segmento de renda variável esteja adequada à realidade do mercado e compatível com as práticas internacionais do setor.

Rentabilidade 2014 (%) – Renda variável

Plano 1 -4,43%
PREVI Futuro -2,63%
Índice de referência* (IBrX) -2,78%
Indicadores de mercado
Ibovespa -2,91%
IBrX-50 -2,65%

*Índice de referência do segmento definido nas Políticas de Investimentos dos Planos 1 e PREVI Futuro.

Imóveis

O segmento imobiliário registrou como principal destaque o investimento na expansão de ativos já pertencentes à carteira, em especial nos shopping centers. A estratégia se deveu à retração na oferta de lançamentos de novos imóveis em 2014 e foi uma tendência seguida pelos principais players do mercado brasileiro, que foram mais seletivos em seus investimentos novos. Na carteira do Plano 1, a expansão do BarraShopping (Rio de Janeiro), iniciada em 2013, foi a mais significativa. Entre os imóveis do PREVI Futuro, sobressaiu o aumento da participação no Shopping Metrô Tatuapé (São Paulo). O investimento em novas praças, concentrado em shopping centers e condomínios de logística, mereceu análises durante 2014, em busca de diversificação da carteira. A alocação percentual dos ativos de cada plano no segmento imobiliário não sofreu alterações em relação a 2013.

Dois empreendimentos da carteira de imóveis receberam, em 2014, a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que avalia as práticas e os sistemas de edifícios sustentáveis e de alta performance. Trata-se do certificado ambiental mais importante no mercado imobiliário mundial. A Torre A do Edifício Parque Cidade, em Brasília, alcançou a certificação LEED na modalidade Operação e Manutenção. Já o Complexo Logístico Cajamar e Jordanésia, instalado na Região Metropolitana de São Paulo, registrou a certificação LEED nível Certified por três galpões do Jordanésia Park, enquanto a LEED Silver foi conferida a dois galpões do Cajamar Industrial Park, pela excelência do projeto e pelo rigoroso controle durante toda a construção.

A rentabilidade de 2014 foi impactada pelos aportes em ativos que estão em construção e que ainda não geram renda. Tal aspecto é mais sensível ao PREVI Futuro, por possuir uma carteira em formação, com significativa participação desses imóveis.

Rentabilidade 2014 (%) – Investimentos imobiliários

Segmento Plano 1 PREVI Futuro Índice de referência* (INPC + 9,5% a.a.)
Investimentos imobiliários 13,75% 8,60% 16,32%

*Índice de referência do segmento definido nas Políticas de Investimentos dos Planos 1 e PREVI Futuro.

Investimentos no exterior

Em janeiro de 2014, a Instituição, em parceria com outros investidores institucionais, passou a investir em fundos com posições no mercado internacional. Essa foi a primeira vez que a PREVI realizou investimentos no exterior. As aplicações são baseadas no índice MSCI World (mercado de ações de países desenvolvidos). Ainda são investimentos de pequena monta em relação ao tamanho total do patrimônio da PREVI, mas trata-se de uma alternativa com potencial de crescimento.

Em contexto

rentabilidade no mercado exterior

A rentabilidade obtida no ano foi de 19,67%, apurada entre fevereiro e dezembro de 2014, uma vez que os investimentos se iniciaram no dia 31 de janeiro. No Plano 1, o investimento foi de R$ 79,83 milhões, o que corresponde a 0,05% de alocação dos investimentos. No PREVI Futuro, o investimento foi de R$ 8,87 milhões, que correspondem a 0,16% de alocação dos investimentos.

Investimentos estruturados

Os investimentos em private equity representam 98% da carteira de investimentos estruturados. Em 2014, foram realizadas novas subscrições (valor com o qual o investidor se comprometeu a injetar na sociedade, no decorrer de determinado prazo), o que totalizou cerca de R$ 200 milhões em fundos de private equity, que investem em empresas com potencial de crescimento e valorização. Atualmente, os investimentos somam, aproximadamente, R$ 2,3 bilhões subscritos, sendo que R$ 1,2 bilhão já foi integralizado (valor já incorporado efetivamente ao negócio).

Perspectivas para o futuro

Esse segmento de private equity ainda é pequeno, se comparado em termos percentuais ao total dos investimentos da PREVI, mas oferece bom potencial de retorno. Nessa modalidade, a rentabilidade tende a ser negativa na fase inicial, até que as empresas que receberam os recursos comecem a ser lucrativas. O desejável é montar uma carteira com empresas em diversas fases dessa curva de rentabilidade. Os investimentos do Plano 1 na modalidade começaram antes, e nele já existem fundos em que se verificam resultados positivos.

Rentabilidade 2014 (%) – Investimentos estruturados

Segmento Plano 1 PREVI Futuro Índice de referência* (IPCA + 8,0% a.a.)
Investimentos estruturados -4,45% -5,78% 14,92%

*Índice de referência do segmento definido nas Políticas de Investimentos dos Planos 1 e PREVI Futuro.

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