|nº 123| Março 07

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Renda Fixa: Dinheiro em Caixa
Lucro do grupo BrT subiu para R$ 470 milhões, contra prejuízo de quase R$ 30 milhões no ano anterior. Valor de mercado cresceu para R$ 8,9 bilhões
Em termos de volume de recursos aplicados, a carteira de Renda Fixa só perde para a de Renda Variável. São R$ 32,8 bilhões administrados pela Gerência de Operações Financeiras, ligada à Diretoria de Investimentos, e aplicados, em grande parte, em títulos públicos federais. São recursos dos três planos administrados pela PREVI: Plano 1, PREVI Futuro e Capec. Somente o Plano 1 corresponde a R$ 32,2 bilhões. São os títulos da carteira de Renda Fixa que fazem o “caixa” para fazer frente aos compromissos. Um deles é o pagamento das aposentadorias no dia 20, uma folha anual que chega a R$ 6,2 bilhões. Os recursos necessários para concessão de empréstimos e financiamentos imobiliários também vêm das aplicações em Renda Fixa. O grande desafio na hora de gerir esses ativos é conciliar vencimento e retorno dos papéis com as necessidades de fluxo de caixa, de modo que seja criado um “colchão de liquidez” suficiente para honrar pagamentos de curto prazo.


Gerência de Operações Financeiras: toda a equipe está certificada pela Anbid (Associação Nacional de Bancos de Investimento). A certificação é o reconhecimento de competência do profissional



Títulos públicos representam 89% dos papéis


A maior parte dos investimentos de Renda Fixa (88,7%) está alocada em títulos públicos federais. São papéis adequados aos compromissos da PREVI – em termos de prazo e de indexador – e oferecem boa liquidez e baixo risco. São adquiridos pela PREVI no mercado primário (leilões de títulos do Tesouro Nacional) e no mercado secundário. Todas as negociações são feitas por intermédio do Banco do Brasil ou da BB-DTVM, sem a participação de corretoras privadas. Neste ano, a PREVI também começou a negociar por meio de sistemas eletrônicos como já faz desde 2004 com Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Outros ativos que compõem o segmento de Renda Fixa, de emissão privada, são Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), debêntures e notas promissórias.

Gestão eficiente garante rentabilidade

Nos últimos três anos, de 2004 a 2006, o fundo BB Maxi (onde estão aplicados recursos do PREVI Futuro) e o fundo BB RF IV (com recursos do Plano 1) apresentaram rentabilidades semelhantes, atingindo cerca de 119% da taxa Selic (taxa básica de juro da economia) e, aproximadamente, 200% do índice atuarial (INPC + 6% a.a.).
A perspectiva de redução da taxa de juros no longo prazo teve reflexos diretos na gestão dos recursos do Plano 1 nos últimos anos. Na busca de operações que assegurassem retorno adequado aos compromissos, em 2006 foram vendidos títulos atrelados à taxa Selic e, em contrapartida, foram comprados mais papéis indexados ao IPCA (Notas do Tesouro Nacional – NTN, série B) com vencimentos
mais longos, o que garantiu uma melhor rentabilidade. Em um cenário de queda dos juros, as NTNs apresentavam taxas de retorno atrativas e rentabilidade adequada ao perfil dos compromissos do Plano 1. A PREVI reduziu a taxa de juros atuariais de 6% para 5,75%.
Quanto ao PREVI Futuro, houve uma novidade em 2006: cerca de 9% dos recursos passaram a ser investidos em Renda Variável. Diante dessa mudança, foram selecionados alguns papéis de Renda Fixa para venda. Os escolhidos – títulos públicos atrelados a índices de preço (NTN-B) – foram aqueles que já tinham acumulado a melhor rentabilidade e cuja venda se mostrou oportuna. Assim, a exposição ao risco da carteira global de Renda Fixa foi reduzida, decisão pertinente em função do início da aplicação em ações.